Lula, o eterno candidato.
por Vanderli Camorim
Pelo que sei e desde que o conheci, não pessoalmente é
claro, Lula faz campanha. Hoje ele é um preso comum e ocupa uma cela na sede da
policia federal em Curitiba tendo um tratamento privilegiado em relação aos
outros presos, inclusive os que como ele se aproveitaram do cargo para amealhar
vantagens, na expressão da justiça que o condenou.
Mas ele, mesmo condenado por um crime comum, não deixa de
ter importância no meio politico que lhe serviu e tem servido de sustentação o
que tem causado muita agitação. A todo o momento há um pedido a seu favor, que
além de colocar as autoridades em enrascada parecem refletir a concepção que se
pode estar preso e gozar ao mesmo tempo de todas as liberdades civis, como
entrevistas e propaganda politica.
Os seus seguidores e partidários se contam por todos os
lugares como ficou evidenciado na trapalhada em que até membros lotados na
suprema corte da justiça deram uma ajuda não muito pequena para coloca-lo
livre. Ele é o cara que não sai das noticias do jornal e fonte de muita
controvérsia.
Se rastrearmos sua vida iremos dar com a cara em plena
ditadura militar. Lula é uma criatura do general Golbery do Couto e Silva, a
eminência parda do regime da época, que apostava nele contra a oposição do
governo que se avolumava e perigava tomar pra si. Hoje, os que sobraram do
velho regime militar renegam esta criação que fugiu do controle. Ninguém que ser
o pai da criança.
Entretanto só isso não explica o fenômeno. Lula como
operário e líder sindical encarnava também na época o velho sonho dos
socialistas. A União Soviética era considerada a fortaleza do socialismo a que
todos os partidos dos mais variados países lhes devia obediência incondicional
como líder do milênio que se aproximava. Stalin, o líder carismático de nova
religião deplorava as lideranças dos partidos comunistas do mundo todo que não
possuíam em sua direção autênticos operários e tão somente pequenos burgueses. Com
o Lula surgindo naquela atmosfera em que todos já tinham se convencido que por
falta de uma autentica liderança a revolução sempre malograra em terras
tupiniquins, passou a ser saudado como um achado da providência. Se Lula na
época se encaixava no sonho do Golbery, também se encaixava nas recomendações de
Stalin e por via indireta nos meios revolucionários brasileiros.Lula então foi
santificado e assim levado ao eleitorado. Mas o mundo é mais real que a teoria.
Diz o velho ditado de quem nunca comeu melado quando come se
lambuza, se mostrou verdadeiro e é difícil encontrar alguém que direta ou
indiretamente não tenha sido cúmplice destes tempos igualmente sombrios que foi
seu governo do mesmo modo como foram os outros do qual se pensava se iria
escapar. O governo lula se mostrou uma mera repetição dos outros tantos
governos anteriores. E o pior é que as próximas eleições tem mostra do que ainda
se está longe de se ter aprendido alguma coisa.
Os economistas e os filósofos do iluminismo trouxeram a
noção que o governo tem como função garantir a liberdade dos indivíduos para
que estes possam colher com segurança o fruto de seu trabalho e não o
contrário, colocando obstáculos de toda sorte impedindo, proibindo e
restringindo, como a legislação trabalhista, entre outras legislações, que o
próprio cidadão persiga os seus objetivo livre de qualquer impedimento por
parte do governo.
A esperança e a rivalidade dos eleitores na escolha de seus
candidatos de que estes os redimirão do atraso e pobreza tem sido uma prova que
a crença no enviado dos céus está longe de perder o seu encanto.
Mas não podemos colocar a culpa nesta falta de compreensão
nos governantes que fazem de tudo para agradar os seus eleitores. Os culpados
são os intelectuais que aconselham a população agarrados em velhas teorias que
consagram que a felicidade e o progresso dos povos é uma dádiva dos governantes
e uma outorga do estado elevado a categoria de deus que tudo provê.
A Inglaterra é o berço do liberalismo, a doutrina da
liberdade, e seu melhor fruto, a América. Para aì se dirigiram aqueles que
perseguidos na Europa, enfrentaram mil perigos para se estabelecerem e
cultivarem a vida em liberdade. Foi na América que surgiu o homem livre que nem
na Inglaterra fora possível visto as reminiscências do velho regime. A liberdade
em esculpir sua própria vida sem impedimento do governo tem o seu maior exemplo
no progresso que esta nação conquistou que encheu os olhos até do velho Marx.
Os brasileiros, porem, não tiveram a mesma sorte e nunca conheceram
até hoje o significado da liberdade, senão a servil obediência às autoridades
que os mantém presos em seus jogos de interesses e anseiam por sua vitória. Ainda
hoje se aferram a sua alma de escravo tão bem cultivado pelos sucessivos
governos que só diferem entre si pelo grau de despotismo. Liberdade não é nenhuma utopia, mas tão
somente a maneira de viver sem que o governo atrapalhe a busca individual pelo
seu bem estar. O escravo só existe onde o empenho livre é proibido.
Lula não é candidato e pelo que diz a justiça, não será
neste próximo pleito. Mas não tem muita importância este fato. Nem mesmo tem algo
de novo sob o sol do que possa resultar. Todos os candidatos que se emparelham
nesta grande corrida pelo cetro de ouro têm as mesmas maneiras de pensar tanto
como dos eleitores. Todos eles tem planos maravilhosos para seus súditos
modernos que faz lembrar o velho sonho platônico do governante filosofo ou dos
que se acompanham deles, o ungido possuidor dos verdadeiros planos que saberá o
que melhor assenta a seus governados.Todos cifram esperança que o candidato
vencedor ira colocar o Brasil no “rumo certo” - seja lá o que isso quer dizer.
Todos cifram esperança no próximo messias ou senhor.
Na Roma antiga as autoridades davam o direito ao escravo que
se estivesse insatisfeito pelos maltratos sofridos por seu dono, de escolher um novo
senhor.
E assim será feito.
Vanderli Camorim
E assim será feito.
Vanderli Camorim

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