O comportamento da humanidade é baseado no hedonismo que condiciona seu intelecto. Valores morais e sociais vêm sofrendo um ciclo vicioso que consiste em três pilares: degradação, normalização e ação.
Matheus Viana
A psicologia preconiza, através de suas múltiplas teorias, que o comportamento humano é determinado pela sua forma de pensar. Um exemplo é a esquizofrenia. O comportamento de um esquizofrênico é determinado por aquilo que seu cérebro interpreta como realidade, mesmo que seja pura alucinação.
O comportamento da humanidade tem sido, e não é de hoje, baseado no hedonismo que condiciona seu intelecto. Valores morais e sociais vêm sofrendo um ciclo vicioso que consiste em três pilares: degradação, normalização e ação. A sanidade no tocante ao uso de drogas, por exemplo, tem sido preterida em virtude da filosofia do “prazer a qualquer custo”. O que antes era alvo de combate, agora é objetivo a ser alcançado.
O uso de substâncias tóxicas, legalizadas ou não, deixou de ser considerado patológico e se transformou em algo normal e lícito ao ser humano. Consequentemente, a fomentação vem a roldão. A maconha, por exemplo, já foi alvo de um sério e concentrado combate. Atualmente, no entanto, vemos uma crescente mobilização que apregoa seu uso como algo “socialmente normal e aceitável”, o que corrobora em ‘marchas da maconha’ que fomentam seu uso.
A sexualidade precoce também está enredada por este ciclo. Sexo era algo que não permeava o pensamento de crianças de 10 a 12 anos de idade. Com o passar dos anos, através da educação sexual, sua disseminação invadiu as salas de aula e alcançou seus tenros intelectos. Com ajuda massiva da mídia, o ingresso do público infanto-juvenil à expedição do sexo foi abrupto. Contudo, o que antes era algo nocivo e preocupante hoje é considerado normal. Não é a toa que o Ministério da Educação (MEC) investe pesado em materiais didáticos com explícito conteúdo pornográfico. Os pais que impedem seus filhos de até 12 anos de terem contato com este tipo de “educação” são considerados retrógrados e obscurantistas.
O Boletim Epidemiológico emitido pela ONU em 2010 elucida a triste realidade que este ciclo desencadeia no Brasil: “O total de casos de aids em jovens de 13 a 19 anos, de 1980 até junho de 2010, corresponde a 12.693. No ano de 2009, a região com a maior taxa de incidência foi a Sul (4,2 casos a cada 100 mil habitantes), seguida da Norte (3,1), Sudeste (2,7), Centro-Oeste (2,6) e Nordeste (1,9)”.
A distribuição de preservativos para alunos de 10 a 18 anos já é realidade. Não adianta chorar o leite derramado. A pedagogia moderna considera a experiência sexual como parte do currículo educacional. Objetivo alcançado, o alvo do momento é colocar a experiência homossexual no centro deste ciclo. A tentativa de distribuir o polêmico ‘kit anti-homofobia’, chamado por alguns de “kit gay”, para alunos da rede pública de ensino a partir dos 14 anos – período em que a puberdade aflora a sexualidade do indivíduo - foi apenas um presságio. Tal mobilização não vai parar por aí...
O apóstolo Paulo elucidou sobre este tenebroso advento há milênios: “Porque o deus deste século cegou o entendimento das pessoas...”. (II Coríntios 4:4). A devoção extrema ao hedonismo não permite que o indivíduo veja seus efeitos colaterais. Ônus que acomete, por tabela, a sociedade como um todo. Os efeitos da droga não atingem somente o usuário, mas também familiares e amigos. Mesma coisa acontece com adolescentes que engravidam ou são contaminadas pela aids. Sabemos muito bem que não se trata de sensacionalismo barato, mas de traços mórbidos da realidade nua e crua.
O salmista Davi adverte: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”. (Salmos 119:105). Sim, Davi se refere às Sagradas Escrituras. Não, não se trata de um conjunto de dogmas ou doutrinas religiosas, embora muitos a usem desta forma. Mas do Evangelho que proporciona ao indivíduo o que Paulo certa vez elucidou: “Transformai-vos pela renovação de vossa mente para que experimenteis a boa, perfeita e agradável vontade de Deus”. (Romanos 12:2).
No entanto, o “deus deste século” cega o entendimento das pessoas com um propósito definido: “para não lhes resplandecer a luz do evangelho”. Ou seja, a luz que Davi descreve.
Os princípios e conceitos bíblicos têm sido, há séculos, considerados obscurantistas, fundamentalistas, moralistas e intolerantes. Contudo, julgando serem os detentores da luz da sabedoria, seus opositores estão enredados pelas trevas que os fazem enxergar apenas o que alimentam suas necessidades mais vis. Não importam com o fato de uma criança ser influenciada pela “educação sexual” e, num futuro breve, ter sua vida marcada por uma gravidez precoce ou se tornar vítima de uma DST. Nem tampouco com o cárcere da dependência química que aprisiona usuários e seus pais. Mas apenas com a proliferação da vigente filosofia do “carpe diem”, claro, com todos seus desdobramentos.
Mediante tudo isto, reflitamos: quem são, de fato, os obscurantistas?
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