quarta-feira, 30 de maio de 2012

Fantástica esquizofrenia


Controle do consumo: eis a ênfase do programa leal ao projeto de governo socialista mundial, mas que não resiste aos seus próprios argumentos contraditórios.
Por Klauber Cristofen Pires

De forma absolutamente previsível, tal como vaticinei no artigo Neomalthusianismo: o novo bicho-papão do Fantástico”, os episódios do quadro Planeta Terra – lotação esgotada, exibidos no programa Fantástico, da Rede Globo, levados ao ar nos dias 20 e 27 de maio, confirmam as sinistroses alarmistas exageradas para muito além do absurdo, tropeçam em flagrantes contradições, e pior do que isto, lança a campanha socialista-neomalthusianista global de contenção do consumo.
Vocês já viram algum ambientalista andar a pé, de ônibus ou de bicicleta? Vocês já viram algum ambientalista viver do reaproveitamento de cascas e sementes? Alguém conhece algum ambientalista que renuncie ao banho e ao papel higiênico? Ao celular? Ao computador e à internet?
Claro está que não! Os novos comissários da União da Repúblicas Ecológicas Unidas vivem muito bem, quase todos eles bem pagos por governos e ong's internacionais; desfilam em beberronas Land Rovers, adoram paparicar o que há de mais moderno em tecnologia, consomem mais do que qualquer patricinha americana de Beverly Hills, e ora, ora, tomam banho e adoram uma picanha sangrando no espeto das melhores churrascarias.
Oportunamente, já em junho de 2009 escrevi um texto bastante esclarecedor: “Formando o cidadão socialista”, no qual formulo a seguinte pergunta, seguida de sua óbvia resposta:


Quer saber por que a mídia e as ONG’s tanto querem te fazer economizar água, luz, parar de fumar, parar de comer carne vermelha, guardar sementes e cascas, selecionar o lixo, abandonar a sua arma e deixar o carro em casa?
É simples. Esta é a agenda que visa preparar o cidadão para a sociedade socialista que virá! E por quê afirmo isto? Porque, em uma sociedade socialista, se há dez cabeças e nove chapéus, a opção do estado é a mais óbvia: cortar uma cabeça!


Meus caros leitores: não considerem absurda a minha afirmação de que se urde uma grande campanha de contenção do consumo, inclusive o de alimentos. Olhem para si mesmos, para constatar o quanto os alimentos têm vertiginosamente subido de preço nos últimos anos!
Quando eu era criança, ir a uma churrascaria era um programa banal de fim de semana. Hoje, se uma família com apenas dois filhos for a um destes estabelecimentos, não raro sairá de lá com duzentos ou trezentos reais a menos no bolso, o que para os padrões da classe média brasileira, faz uma falta danada!
Em conversas com amigos que trabalham no ramo dos restaurantes, todos eles têm confirmado que têm necessitado reformar continuamente os cardápios ou os ingredientes, de modo a se ajustarem à incessante subida dos custos dos gêneros alimentícios.
Mas, voltemos à análise do quadro da emissora global. No episódio do dia 20 de maio assim alega-se sobre o consumo:
Mas, afinal, quantas pessoas a Terra pode suportar? Existem várias respostas para essa pergunta. Tudo depende do padrão de vida. Se formos todos viver igual às pessoas da Índia, não teria problema. Poderíamos chegar a 15 bilhões de habitantes.
Por outro lado, se todos vivêssemos como os americanos, já estaríamos encrencados. É que, com o padrão de vida dos Estados Unidos, a Terra só suportaria 1,5 bilhão de habitantes. Já teríamos 5,5 bilhões sobrando no planeta. O problema é que o padrão de vida americano é a aspiração de muitos povos ao redor do planeta.


Então, Sra. Sônia Bridi: quer me dizer que não teria problema caso dobrássemos a população sob os padrões de vida dos indianos, mas estaríamos encrencados se vivêssemos como os americanos? Então o modelo é o que a miseravelmente disfuncional Índia tem de pior a ensinar ao mundo? Quanta estultice!
Os americanos vivem bem porque produzem muito mais do que os indianos, e isto porque – ainda – fazem uso do muito mais eficiente sistema capitalista. Não é que os americanos sejam consumistas – eles são é “produtivistas”. Oportunamente, sobre este conceito, sugiro ler outro artigo de minha autoria: “Sociedade consumista, não! Produtivista!
Ainda no mesmo dia, a reportagem falsificou a história para se encaixar no que seria conveniente aos propósitos da matéria:
Em meio aos jardins da Ruanda de hoje, é difícil acreditar que há apenas 18 anos esse país foi palco do massacre de quase um milhão de pessoas. Em Kigali, o Museu do Genocídio tem covas coletivas de vítimas. Testemunha da brutalidade que começou com o pretexto de diferenças étnicas, mas que era, principalmente, a disputa por terra e recursos. (grifos meus)


A verdade é que o genocídio de Ruanda teve, sim, motivo racista. O país foi colonizado por belgas e depois por alemães, e ambos introduziram na população conceitos e políticas racialistas, os primeiros de ordem darwinista-contista, e os segundos trouxeram a infame doutrina nazista. Quem quiser ter uma noção mais clara do que aconteceu naquele país, sugiro ler o emocionante livro “Sobrevivi para Contar - o poder da fé me salvou de um massacre” de Imaculée Ilibagiza.
Ao passarmos ao segundo episódio da série, este começa apresentando a difícil vida dos indianos que vivem na região dos Sundarbans, um arquipélago fluvial-costeiro situado no nordeste da Índia, onde os cidadãos gastam a maior parte do tempo de suas vidas construindo diques com argila carregada em paneiros sobre a cabeça, para poder plantar sem que a água salobra invada as terras cultivadas.
Em várias regiões do mundo há problemas ligados às características locais. Se os israelenses se pusessem a enfrentar as agruras do deserto tal como os indianos lidam com seu muito mais rico bioma, não seriam um grande produtor de alimentos – sobretudo frutas - a ponto de as exportarem para vários países. Foi o sistema de livre iniciativa e a aplicação de modernas tecnologias o que os livrou de tão funesta vidinha.
Na verdade, o programa é tão tonto que aponta logo em seguida os Estados Unidos como outra região problemática – onde o vilão agora é a obesidade! Percebam a malícia e ao mesmo tempo a atrapalhada sonsice! Senão, vejamos: se a reportagem se destina a demonstrar o problema do excesso de lotação do planeta e a consequente falta de comida para todos, então a obesidade não pode ser apresentada como uma evidência, por mais que seja um problema da saúde pública daquele país. Na verdade, a obesidade é evidência justamente do contrário, isto é, da superior capacidade daquela sociedade em produzir alimentos.
Ainda, não contente com a alta produtividade americana, Sônia Bridi pousa sobre um país que em matéria de eficiência na produção de alimentos é o melhor do mundo: o nosso Brasilzão, onde cada hectare jorra em torno de sete toneladas de alimentos. Todavia, não vem aqui (somente) para destacar a eficiência verde-amarela, mas para condenar a produção e o consumo de carne. Olhem só isto:
Talvez até haja um papel relevante para a engenharia genética. Olha aqui um ambientalista falando isso. Mas além da ciência e da tecnologia, nós vamos ter que mudar os padrões de consumo”, afirma o economista Sergio Besserman.
Principalmente da carne, que é a que mais suga recursos naturais. No mundo inteiro, quem pode pagar, come mais carne do que precisa.(prestem atenção aos grifos que coloquei!)
Prezado leitor, você ainda tem alguma dúvida de que está sendo manipulado para servir como uma ovelha a um colossal projeto de engenharia social?
Só para esclarecer aos pouco acostumados com o regime de livre mercado: quem paga por uma peça de filé, patrocina o produtor para que este produza de novo, produza em maior quantidade e produza mais barato; além disso, subsidia o preço dos cortes mais baratos para as classes menos abastadas.
Na Idade Média, um camponês europeu regozijava-se com partes tais como as tripas, a pele, o rabo e as orelhas, e isto em dia de grandes festejos; no restante de sua vida sua dieta era basicamente composta de repolho. Hoje, em um país cujo capitalismo anda aos trancos e barrancos como o Brasil, qualquer pobre tem carne bovina, suína, ovina, caprina, de aves, ou de peixes e crustáceos à mesa.
Portanto, quando a matéria demonstra sua preocupação com o possível aumento do padrão de consumo dos chineses, ali mesmo se denuncia sua visão marxista de produção, pois na verdade será realmente uma boa notícia que o Brasil possa contribuir com exportações e assim enriquecer à base da cooperação humana mutuamente benéfica.
Mas a Dona Sônia não se satisfaz com pouca besteira! Não é que vem ela contra nossas vaquinhas alegando o tal do aquecimento global? Ihh, desplugada, né? Pelo jeito, perdeu as excelentes lições dos renomados cientistas Ricardo Augusto Felício e Luiz Carlos B. Molion. Sra Sônia Bridi, por favor: NÃO EXISTE ESTA EMPULHAÇÃO CHAMADA DE AQUECIMENTO GLOBAL!
Por fim, uma pequena aula de história da economia: tradicionalmente, a pecuária tem agido como uma pioneira das novas fronteiras agropastoris. Isto acontece porque o investimento é relativamente baixo. No entanto, à medida que os empresários do agronegócio vão se capitalizando, as pastagens vão cedendo lugar à agricultura, por ser esta última mais lucrativa (embora exija mais investimento). Portanto, se temos hoje uma larga pecuária extensiva, isto acontece somente porque estamos em uma fase de transição no processo produtivo. Não há motivo para passarmos para a pecuária intensiva enquanto ela não for economicamente viável. Isto, no entanto, vai acontecer, naturalmente. Se, ao contrário, o governo começar a interferir no processo produtivo de alimentos, o único resultado que nos restará será uma pior alocação de recursos, causando assim um encarecimento da carne e um empobrecimento relativo da população. Aliás, é justamente isto o que estamos começando a testemunhar, depois de intensa perseguição ao agronegócio sob pretextos quilombolas, indigenistas, messetistas e ambientalistas. A produção brasileira está caindo, e isto sim poderá realmente causar uma perturbação global com o aumento da demanda.
Caros leitores: não se permitam enganar por estes impostores: o que os grandes projetistas da humanidade querem é que você se contente com as migalhas que o futuro governo socialista mundial há de estipular! Da parte deles mesmos, como visto aqui pelos que ocupam o poder, bom mesmo é um vinho Romanée-Conti, lençóis e pijamas de algodão egípcio, cristais poloneses, Land Rovers, alegres churrascadas, jatos particulares com banheira de hidromassagem, bolsas de três mil dólares e muitos milhões de dólares para gastar com todo tipo de confortos que a vida pode oferecer.
Enfim: não existe nenhum problema de superpopulação, muito menos de falta de recursos naturais! Isto não é só uma falácia, mas sim, mais propriamente, uma solerte artimanha! Os países mais capitalistas e adiantados têm suas florestas bem preservadas – a área verde hoje nos EUA é superior ao do tempo do descobrimento! A pobreza e a dependência de governos interventores em países de economia primitiva e autárquica, isto sim, são dois grandes problemas para a humanidade. Na verdade, a população mundial está enriquecendo – mesmo os indianos já estão abrindo os olhos e se desenvolvendo a passos largos, mediante a colaboração humana do livre mercado. Abra seu olho, meu amigo!

Um comentário:

  1. Perfeito! Sua exposição e argumentação não deixa escapatória: são uns otários todos os que se deixam manipular pelas inverdades do eco-terrorismo!

    Parabéns, Klauber!

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