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Apresento aqui um livro escolar com alguns flagrantes de doutrinação ideológica - Todos os leitores podem ajudar me enviando o material dos seus filhos para serem publicados aqui, no site do Escola sem partido e em todos os blogs liberal-conservadores que se dispuserem a ajudar.
Por Klauber Cristofen Pires
Rogo
a máxima atenção ao presente artigo, especialmente por parte dos pais e mães,
bem como dos professores sérios e honestos.
Vou
falar da doutrinação ideológica presente na educação escolar, a partir da
análise do livro de Geografia intitulado Geografia - Espaço e Vivência, 7º ano (6ª série) da
Atual Editora, de autoria dos professores Levon Boligian, Wanessa Garcia,
Rogério Martinez e Andressa Alves – 3º ed. - 2009.
Trata-se
de uma obra de doutrinação, digamos assim, “light”, porque tem coisa muito pior
rodando aí, e com a chancela do MEC! Falo aqui de um livro que está sendo
utilizado por uma escola particular e religiosa bem conceituada e Belém, e
reconhecida por sua tradição e rigor no ensino. Ao passear pelas folhas, o
leitor há de se deparar com inúmeras bandeiras que constam da agenda dos
partidos de esquerda, tais como desigualdades de renda geral, desigualdades de
salários entre homens e mulheres, trabalho infantil e povos indígenas. Peço a
licença de declinar-me quanto a uma análise desses temas, para não estender
demais a crítica e bem porque também de tal forma estão disseminados na cultura
brasileira que fica difícil separar o que seja uma apologia política consciente
de um mero mito arraigado.
Assim
sendo, faço uso apenas dos assuntos notoriamente visíveis, para destacar neles
duas formas principais de foco didático enviesado: nos dois primeiros temas a
serem apresentados, os autores enumeram problemas brasileiros e oferecem a
solução estatal como se esta fosse a única e indeclinavelmente possível; já no
terceiro tema, dedicam uma página inteira do livro à mais franca apologia do
MST e da reforma agrária.
A
doutrinação camuflada
Vamos
aos trechos, começando à página 50, do Capítulo 5 – A distribuição da população
brasileira - Entendendo a pirâmide etária brasileira, donde se lê, com grifos
de minha parte:
Analisar e extrair dados da pirâmide etária é fundamental para
compreendermos melhor a nossa sociedade. As informações extraídas podem
auxiliar o governo dos municípios, dos estados e da União a executar melhor
suas ações sociais e a planejar suas ações futuras. Veja o quadro que se
segue:
1 – Base larga
Indica um elevado percentual de jovens no total da população, fato
que indica a necessidade de o governo fazer grandes investimentos na construção
de postos de saúde, hospitais, creches, escolas e universidades, e também na
geração de empregos. Na realidade brasileira, porém, os setores da saúde e
educação não recebem quantidade suficiente de recursos. Um grande número de
crianças e adolescentes não frequenta a escola e vive em condições precárias de
saúde e alimentação. Além disso, muitos jovens começam a trabalhar
prematuramente para ajudar na renda da família, prejudicando os estudos.
2- Corpo Afunilado
...
3- Ápice estreito
Indica um percentual ainda reduzido de idosos (cerca de 10%) no total
da população. Isto revela que a expectativa de vida do brasileiro é
relativamente baixa: em torno de 72 anos. Em países como Suécia, Bélgica, e
Holanda, a expectativa de vida está acima dos 78 anos. A longevidade nesses
países se deve, principalmente, à elevada qualidade de vida da maioria da
população, que, ao atingir a terceira idade, recebe amparo do governo, com
bons planos de aposentadoria, assistência médico-hospitalar de boa qualidade,
entre outros benefícios, o que não ocorre no Brasil.
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Como
os leitores podem perceber, os autores incorrem em um fatalismo estatólatra,
atribuindo ao estado todas as responsabilidades pela provisão de toda a sorte
de facilidades e benefícios, como se se tratasse de uma mera questão de
conveniência e arbítrio, e não da arrecadação que este obtém com os tributos e
das suas crônicas deficiências em aplicar os recursos públicos. Com isto,
liminarmente afastam dos estudantes – crianças de 10 a 13 anos - a opção de
criticar os problemas sociais brasileiros com base em uma ética pautada pelas
liberdades individuais e pela iniciativa
privada.
Vamos
adiante, agora visitando as páginas 58 e 59, já no Capítulo 6 - O espaço rural brasileiro:
P. 58 - A expansão da produção de gêneros agrícolas para a indústria e
para a exportação
Entretanto, grande parte dos agricultores proprietários de pequenos e
médios estabelecimentos rurais recebem do governo recursos técnicos e
financeiros insuficientes para atender às suas necessidades. Tal fato tem
dificultado a modernização dessas propriedades, que, em grande parte estão
voltadas para a produção de culturas alimentares, como o feijão, a mandioca e o
arroz.
P. 59 - Cooperativas, agroindústrias e a modernização do campo.
Uma das principais formas encontradas pelos pequenos e médios
agricultores para superar os problemas causados principalmente pela falta de
apoio financeiro do governo é a formação de cooperativas.
Uma
economia de mercado, a princípio, não deve necessitar de financiamentos
externos de origem estatal para a produção, a não ser por razões muito
especiais. Em uma autêntica economia de mercado, a poupança própria é a
primeira responsável pelo financiamento da produção. Quanto ao financiamento privado,
se necessário ou viável, este pode ser obtido por meio da rede bancária
privada, da bolsa de futuros ou até por meio da captação no mercado de
capitais. Quando o governo se põe a emprestar dinheiro para a produção
agrícola, isto não significa outra coisa que um encarecimento de todo o
processo produtivo, eis que o capital original foi captado de forma “gratuita”
por meio da tributação, este que agora é oferecido a juros a quem foi
confiscada parte de sua poupança que bem poderia ter sido aplicada na produção.
Muito
menos há de se falar em fornecimento estatal de recursos técnicos, pois o
aprimoramento técnico faz parte natural do processo de especialização dos meios
de produção. É o produtor quem precisa buscar desenvolver-se tecnologicamente,
seja por meios próprios, seja por meio da aquisição comercial de tecnologia, da
mesma forma como uma empresa urbana contrata firmas de consultoria para
diversos fins, e não o governo que precisa manter uma estrutura com tal
finalidade.
A
doutrinação ostensiva
Conforme
visto nos parágrafos acima, os autores fizeram uso de uma linguagem sutil, que
não se reporta à defesa direta de partidos e ideologias, mas que prega
melifluamente aos alunos em tenra idade a solução estatal para os problemas
sociais apontados, de forma a parecerem naturais e inquestionáveis as suas
conclusões. A injeção do veneno estatólatra foi feita, de modo que dali a
alguns anos os alunos, então tornados
cidadãos, prosseguirão a raciocinar e a tomar decisões com base nas
plataformas de pensamento adquiridas na pré-adolescência.
Este
tipo de abordagem é a mais difícil de ser avaliada por uma pessoa sem visão de
maldade, razão pela qual é a que mais passa despercebida. Não obstante, não se
contentaram os responsáveis pelo conteúdo do livro didático em pauta, eis que
partiram para a franca propaganda da reforma agrária e do MST, conforme veremos
em trechos do Capítulo 7 – O trabalho e a terra no espaço rural brasileiro.
A
desonestidade intelectual despudorada começa ao afirmarem, à página 65, um
flagrante desvirtuamento da palavra “expropriação”, a ver, com grifos dos
autores:
Uma das principais causas da concentração fundiária no Brasil é a expropriação,
ou seja, a perda da propriedade rural
pelos pequenos agricultores que, endividados, acabam utilizando suas terras
como pagamento de dívidas contraídas em bancos, ou vendendo-as para empresas e
grandes fazendeiros. Sem terra para trabalhar, muitos desses agricultores
migram para as cidades.
Ora,
em hipótese nenhuma há de se falar em “expropriação” segundo os fatos apontados
no livro, isto é, a entrega de terras dadas em garantia por empréstimos
bancários e a venda a terceiros. Expropriação é confisco de terras, sem direito
sequer a uma indenização, assim como o STF fez com os arrozeiros da região da
Reserva Raposa Serra do Sol e como o Incra tem feito a partir de sua nova e
peculiar interpretação das terras quilombolas.
Vamos
agora à página 66, cujo inteiro teor foi transmitido na íntegra, a seguir, com
comentários de minha parte em destaque:
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Reforma Agrária: a reorganização do espaço rural
De acordo com vários especialistas, muitos dos problemas existentes no
espaço rural brasileiro poderiam ser resolvidos caso o país promovesse uma
ampla reforma agrária, isto é, uma reorganização da estrutura fundiária com o
objetivo de promover a distribuição mais justa das terras. Para tanto, seria
necessário desapropriar grandes áreas improdutivas, como as existentes em
muitas fazendas. As terras desapropriadas seriam então subdivididas em lotes e
distribuídas entre os agricultores e trabalhadores rurais sem terra, formando
os chamados assentamentos rurais.
No Brasil, a implantação de uma reforma agrária mais ampla vem sendo
adiada há décadas. Tal demora obriga milhares de trabalhadores rurais a viver
em condições desumanas. Essa situação gera grande tensão no campo, o que,
muitas vezes, provoca conflitos entre trabalhadores sem terra e fazendeiros.
A implantação efetiva da reforma agrária traria muitas transformações
ao espaço rural do país, como a redução da migração de trabalhadores rurais
para as cidades, fixando-os no campo, a melhoria das condições de vida dos
pequenos agricultores e de suas famílias, o aumento da produção de alimentos
básicos para a população e a diminuição da violência gerada nos conflitos pela
posse de terras.
Comentário: Os autores
levantam a alegada problemática de uma concentração de terras e da corrente
migratória para os centros urbanos omitindo nesta linha de raciocínio o notório
fato de o Brasil se destacar mundialmente com um dos maiores produtores de
alimentos do mundo, fornecendo-os aos preços mais baixos aos seus cidadãos, bem
como pelo fato de que em economias mais adiantadas a população rural ser ainda
muito mais reduzida que a brasileira. A pergunta primeira que fica, portanto, é
esta: a quem a organização do sistema agropecuário deve servir: à população –
os consumidores - ou ao assentamento de agricultores despreparados e
incompetentes? Além disso, em nenhuma grande potência agrícola mundial jamais
houve nenhuma reforma agrária. Pelo contrário, onde houve, verificou-se um
verdadeiro desastre na produção e a geração de desastrosos quadros de violência
e até de revoltas e revoluções.
Quadro em destaque nº 1:
A simples redistribuição de terras não garante o sucesso de uma
reforma agrária. É necessário que sejam tomadas, principalmente por parte do
governo, medidas de apoio aos pequenos produtores rurais, tais como:
-
facilidades na obtenção e pagamento de
financiamentos bancários, para que os agricultores possam adquirir máquinas,
implementos agrícolas, adubos e sementes, entre outros elementos necessários à
produção;
-
garantia de preços na comercialização da safra;
-
condições de transporte e armazenamento da
produção;
-
orientação técnica de agrônomos e veterinários,
possibilitando uma maior rentabilidade das lavouras e criações;
-
criação de infraestrutura nos assentamentos como
a construção e a manutenção de escolas, postos de saúde, e sistema de
transporte.
-
Logo, uma reforma agrária deve garantir melhores
condições de trabalho e de vida aos pequenos produtores rurais e suas famílias.
Comentário:
Aí está um flagrante de economia planejada ao modo socialista de
produção: juros diferentes dos que seriam balizados pelos riscos e preferências
do mercado; preços mínimos subsidiados pelo estado que significam não outra
coisa que a ineficiência paga com o dinheiro arrancado à força da população,
com o empobrecimento de toda a sociedade; orientação técnica estatal que pode
ser oferecida de forma mais eficiente pela iniciativa privada, bem como toda a
infraestrutura de produção, transporte e comercialização. Seria interessante
que os doutos professores que afirmaram tamanha estultice mostrassem os
prodígios realizados pelas nações socialistas, a começar pela URSS, que de
maior exportadora mundial de grãos, veio a se tornar importadora, ou por Cuba,
que se gaba por uma produtividade inferior a um décimo da brasileira.
Quadro em destaque nº 2:
Nos últimos anos, os trabalhadores sem terra no Brasil vêm atuando de
forma organizada, por meio do Movimento dos Trabalhadores rurais Sem Terra
(MST). Esse movimento atua na maioria dos estados brasileiros, com o apoio de
várias entidades religiosas, sociais e políticas. O MST promove ocupações
provisórias em fazendas improdutivas, como forma de pressão para que o governo
acelere o processo de reforma agrária no país. Contudo, na maioria das vezes,
as ocupações causam conflitos entre os lavradores sem terra, os jagunços
contratados pelos donos das fazendas e os policiais que, normalmente, atuam com
o objetivo de impedir as ocupações ou de retirar os sem terra da área ocupada,
por ordem da justiça. Estes conflitos têm gerado grandes tragédias no campo,
causando a morte de centenas de trabalhadores rurais.
Comentário: Note-se como os autores
pintam de rosa a ações do Movimento dos Sem Terra - MST, usando de termos tais
como “ocupações provisórias” o que são invasões de propriedade com o uso
frequente da força e da violência, amiúde com o sequestro dos proprietários ou
senão de seus funcionários, com destruição de benfeitorias, máquinas e
equipamentos, bem como com o esbulho de culturas e criações, enquanto usam de
uma linguagem acusatória para com os funcionários encarregados de proteger as
propriedades, a quem chamam pejorativamente de “jagunços” e até mesmo usam de
um tom a deslegitimar a função da polícia, como se não fosse seu dever - em tempo, tantas vezes descumprido – de
proteger a propriedade e obedecer aos mandados de reintegração de pose. Não
obstante, segundo pesquisa levada a cabo pelo próprio Incra, o quase um milhão
de famílias que já recebeu títulos de terras torrou seus empréstimos a juros
privilegiados, fez nenhum ou pouco uso dos recursos técnicos oferecidos e
destes quase a metade mal consegue produzir o mínimo para sobreviver, permanecendo
ainda pendurados em cestas básicas pagas pelos cidadãos por via do estado.
Conclusão
Aqui
estão alguns exemplos flagrantes de doutrinação político-ideológica aplicada
aos alunos de dez a treze anos, e olhem só, no caso concreto, de uma escola
particular! Pais! Mães! Mestres honestos! Precisamos dar um basta, e isto se
faz pela cobrança de todos nós.
Como
sempre digo, a opinião pertence a cada um, mas os fatos, estes não podem servir
de reféns da ideologia. Se vocês não quiserem ver seus filhos molestados por
militantes de plantão, averiguem os livros escolares de seus filhos, cobrem de
suas escolas e mandem para mim, que os publicarei para amplo conhecimento
público. Vocês podem escanear as folhas sobre as quais têm dúvidas ou certeza
de incidência de doutrinação político-ideológica e enviar para o meu e-mail.
Olá, Klauber!
ResponderExcluirLamento essa triste realidade:
PRIMEIRO: A editora Atual nunca foi assim: eu desconfio que esta editora só teve alguns de seus títulos comprados pelo MEC porque trouxe essa proposta terrorista! Inclusive a Atual Editora,ao menos aqui no Paraná, é uma das editoras que possui poucos titulos no PNLD. Prova disso é seus livros de matemáticas quase não são vistos nas escolas públicas. Há dois anos venho observando alguns livros didáticos nas escolas públicas: é algo absurdamente horrível! Mentiras e mentiras vem sendo empurradas em nossos estudantes brasileiros.
SEGUNDO: esse post me surpreendeu, pois meu filho usa esse livro na escola: já estou indo dar uma olhada nele! No entanto, eu já desconfiava da atual remessa de livros do PNLD neste ano de 2012. E esse livro, lamento dizer, não é um caso isolado: até livros utilizados na 4º serie (atual 5º ano) contem doutrinamento esquerdista! Kleber, aguarde meu e-mail!
e se fosse de direita? não seria doutrinação?
ResponderExcluirme faz o favor!
professor de Geografia
Sr Tyrone,
ExcluirSe fosse de direita, seria doutrinação, sim! A doutrinação ideológica escolar consiste em um assédio promovido pelo professor interessado em influenciar o aluno, mediante ocultação ou distorção de de fatos, em suma, usando de desonestidade intelectual!
Todavia, ouso lhe informar que praticamente inexistem professores e livros didáticos que, sendo de direita, promovam doutrinação ideológica. Eis aí um artifício do qual a esquerda exerce ampla hegemonia e expertise.
Sugiro o Sr. conhecer os deveres do professor, acessando o Site Escola Sem Partido: http://www.escolasempartido.org/deveres-do-professor