ONG's de todos os tipos subsidiadas pelo estado estão produzindo bens e serviços em desonesta competição com o mercado, sufocando as empresas pagadoras de impostos.
Por Klauber Cristofen Pires
Certo dia, assisti pela TV a uma
reportagem de um destes programas politicamente corretos, na qual se
apresentava uma ONG que ensinava jovens a produzir instrumentos
musicais, sobretudo de corda, i.e., violões, violas e violinos, a
partir o aproveitamento de restos de materiais da construção civil.
A matéria elogiava a preparação profissional dos jovens e o seu
consequente afastamento das ruas, a reciclagem dos materiais e a
alegada qualidade dos produtos saídos de suas oficinas.
À primeira vista, não há quem venha a
objetar uma iniciativa tão sublime. O que pouca gente presta atenção
é à usurpação do mercado por este tipo de arranjo institucional.
Em outros tempos mais liberais, era o
mercado quem cumpria este papel, e com muito mais competência, pois
um negócio não admite produtos mal-acabados, justamente porque há
de se manter pela qualidade dos seus produtos e pela economicidade do
seu processo produtivo.
Também em outros tempos, quando o
mercado não sofria a brutal intervenção burocratista de hoje, a
profissionalização dos jovens era conduzida em bases mais
rigorosas, pois estes eram incentivados a aprender para trabalhar no
próprio negócio, ao lado de profissionais mais experientes.
Não é uma função assumida
conscientemente pelo mercado tirar jovens das ruas, mas estes
naturalmente saem da ociosidade em busca de um ofício por ambição
própria. É apenas uma questão de vivência por exemplos e de visão
de futuro. Nossos jovens de hoje não têm visão de futuro, daí que
relutem tanto em aprender ofícios e e profissionalizarem-se. Ninguém
tem a sua ambição provocada a constatar que tudo o que enxerga pela
frente é ser um medíocre aprendiz que ganha meio-salário mínimo.
Como eu já disse antes, seus maiores exemplos à vista são os
jogadores de futebol e as meninas que dançam sobre garrafas.
Enquanto isto, as receitas das ONG's
constituem-se majoritariamente de patrocínios estatais, e às vezes
com alguma parte também de donativos privados; Não disputam
mercado, mas antes, seus produtos têm a saída garantida por
convênios de idoneidade questionável, a suprir programas
governamentais com produtos de qualidade duvidosa; não pagam
impostos; e enfim, os jovens são formados sob a asfixiante estrutura
de “aprendizes”, que os livra das responsabilidades exigíveis de
um trabalhador comum e os impede de manterem um autêntico vínculo
empregatício com seus patrões.
Basta isto para começarmos a verificar
que tais instituições ditas “sem fins lucrativos” competem com
as empresas em pé de desigualdade, tendendo a extingui-las por
sufocamento. Perceberam o estratagema? No fundo, trata-se de uma
pérfida estratégia de estatização do mercado por entidades que
funcionam sobre as concepções socialistas de produção: o governo
patrocina uma produção que não segue diretrizes de mercado (i.e.,
economicidade, qualidade e lucratividade) e o próprio governo
distribui a produção para quem quiser, com a qualidade que ele
julgar satisfatória.
ONG's assim proliferam-se às centenas e
possivelmente aos milhares, pelo Brasil, corroendo o tecido
econômico do país e estragando o futuro das novas gerações, por
conta da doutrinação socialista politicamente correta impregnada de
concepções de “comércio justo”, “auto-sustentabilidade”(com
subsídios estatais, claro) e quetais. E o Brasil vai seguindo na
rota da desindustrialização...
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