segunda-feira, 30 de abril de 2012

A usurpação do mercado pelas ONG's produtivistas


ONG's de todos os tipos subsidiadas pelo estado estão produzindo bens e serviços  em desonesta competição com o mercado, sufocando as empresas pagadoras de impostos
Por Klauber Cristofen Pires

Certo dia, assisti pela TV a uma reportagem de um destes programas politicamente corretos, na qual se apresentava uma ONG que ensinava jovens a produzir instrumentos musicais, sobretudo de corda, i.e., violões, violas e violinos, a partir o aproveitamento de restos de materiais da construção civil. A matéria elogiava a preparação profissional dos jovens e o seu consequente afastamento das ruas, a reciclagem dos materiais e a alegada qualidade dos produtos saídos de suas oficinas.
À primeira vista, não há quem venha a objetar uma iniciativa tão sublime. O que pouca gente presta atenção é à usurpação do mercado por este tipo de arranjo institucional.
Em outros tempos mais liberais, era o mercado quem cumpria este papel, e com muito mais competência, pois um negócio não admite produtos mal-acabados, justamente porque há de se manter pela qualidade dos seus produtos e pela economicidade do seu processo produtivo.
Também em outros tempos, quando o mercado não sofria a brutal intervenção burocratista de hoje, a profissionalização dos jovens era conduzida em bases mais rigorosas, pois estes eram incentivados a aprender para trabalhar no próprio negócio, ao lado de profissionais mais experientes.
Não é uma função assumida conscientemente pelo mercado tirar jovens das ruas, mas estes naturalmente saem da ociosidade em busca de um ofício por ambição própria. É apenas uma questão de vivência por exemplos e de visão de futuro. Nossos jovens de hoje não têm visão de futuro, daí que relutem tanto em aprender ofícios e e profissionalizarem-se. Ninguém tem a sua ambição provocada a constatar que tudo o que enxerga pela frente é ser um medíocre aprendiz que ganha meio-salário mínimo. Como eu já disse antes, seus maiores exemplos à vista são os jogadores de futebol e as meninas que dançam sobre garrafas.
Enquanto isto, as receitas das ONG's constituem-se majoritariamente de patrocínios estatais, e às vezes com alguma parte também de donativos privados; Não disputam mercado, mas antes, seus produtos têm a saída garantida por convênios de idoneidade questionável, a suprir programas governamentais com produtos de qualidade duvidosa; não pagam impostos; e enfim, os jovens são formados sob a asfixiante estrutura de “aprendizes”, que os livra das responsabilidades exigíveis de um trabalhador comum e os impede de manterem um autêntico vínculo empregatício com seus patrões.
Basta isto para começarmos a verificar que tais instituições ditas “sem fins lucrativos” competem com as empresas em pé de desigualdade, tendendo a extingui-las por sufocamento. Perceberam o estratagema? No fundo, trata-se de uma pérfida estratégia de estatização do mercado por entidades que funcionam sobre as concepções socialistas de produção: o governo patrocina uma produção que não segue diretrizes de mercado (i.e., economicidade, qualidade e lucratividade) e o próprio governo distribui a produção para quem quiser, com a qualidade que ele julgar satisfatória.
ONG's assim proliferam-se às centenas e possivelmente aos milhares, pelo Brasil, corroendo o tecido econômico do país e estragando o futuro das novas gerações, por conta da doutrinação socialista politicamente correta impregnada de concepções de “comércio justo”, “auto-sustentabilidade”(com subsídios estatais, claro) e quetais. E o Brasil vai seguindo na rota da desindustrialização...

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