O que aqui discutimos primordialmente é como será esse fim: a mãe pode amar seu filho anencéfalo, trocar experiências e palavras de amor enquanto ele sobreviver e, assim, por meios naturais e dignos acompanhá-lo até a morte ou, se assim o STF deliberar, a mãe, sem o ter amado, decidir por antecipar a morte de seu filho e de forma violenta e indigna dá-lhe um fim numa lata de lixo. A morte é infelizmente inevitável, mas para os bebês anencéfalos estamos escolhendo o amor ou o lixo.
Paulo César Silva Tavares
A
discussão da legalidade do aborto de um bebê anencéfalo envolve
várias abordagens tanto científicas, quanto éticas e religiosas. A
única verdade em comum está na definição técnica: anencefalia é
uma malformação rara e grave que consiste na ausência de formação
do cérebro, cerebelo e da calota craniana e que por isso leva o
nascituro a um estado de morte eminente, principalmente após seu
nascimento. Contudo, sempre é preservado nesses casos o tronco
cerebral, que garante por instantes ou até mesmo dias ou meses o
funcionamento, mesmo que desordenado das funções vitais.
As
grandes discussões giram em torno de três questões: a primeira
está no impasse se um bebê anencéfalo pode ou não ser considerado
com morte encefálica no eletroencefalograma mesmo com atividade no
tronco encefálico; a segunda está no relato de alguns casos reais
de anencefalia (e não de malformações menos graves) que
conseguiram ser viáveis por um tempo mais prolongado como dias e
meses e a terceira está no que seria o pior sofrimento das mães
desses anencéfalos: o de precipitar a morte de seu filho ou de
levá-lo conscientemente até uma morte natural.
Independente
de todas essas questões, sabemos que a anencefalia é uma doença
grave, irreversível e que levará o bebê invariavelmente à morte.
O que aqui discutimos primordialmente é como será esse fim: a mãe
pode amar seu filho anencéfalo, trocar experiências e palavras de
amor enquanto ele sobreviver e, assim, por meios naturais e dignos
acompanhá-lo até a morte ou, se assim o STF deliberar, a mãe, sem
o ter amado, decidir por antecipar a morte de seu filho e de forma
violenta e indigna dá-lhe um fim numa lata de lixo. A morte é
infelizmente inevitável, mas para os bebês anencéfalos estamos
escolhendo o amor ou o lixo.
Fonte: Portal
Um
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá! Seja benvindo! Se você deseja comunicar-se, use o formulário de contato, no alto do blog. Não seja mal-educado.