Assisti no sábado passado (21/04/2012) a uma cena da novela Avenida Brasil, protagonizada pela atriz Adriana Esteves, que deu-me bem a entender: vesti a carapuça, claro!
Por Klauber Cristofen Pires
Na cena a que me refiro, a distinta atriz, representando Carminha, ao lado do Padre Solano (este tem mais é cara de jogador de dadinhos em bar de subúrbio...), declama um eloquente discurso em prol dos valores tradicionais da família brasileira.
Tratou-se, no entanto, de uma cínica ironia "qualificada", isto é, especialmente dirigida ao nascente e consciente público conservador do Brasil, mais especificamente, este que tem incomodado os planos dos defensores da aprovação do PLC 122/06. A especificidade das palavras proferidas pela personagem de Adriana Esteves soaram-me inconfundíveis. Em uma de suas falas, chega a fazer uma menção indireta ao perigo dos gays (sexistas) adquirirem descabidos privilégios legais.
Vou explicar: o fato é que Carminha é a vilã-mor da novela, má e ardilosa, a ponto de ter abandonado sua enteada em um lixão, há cerca de dez anos atrás.
A mensagem subliminar é a seguinte: sendo ela a vilã malvada a proferir palavras em defesa dos valores tradicionais da família, passa ao público a imagem da perfeita hipócrita, mas não somente para si, como também para todos os cidadãos conservadores. A ideia guarda relação com o mito que o PT quer fazer colar com respeito ao mensalão: "somos todos corruptos, mas nós, os petistas, somos melhores, porque não somos hipócritas; somos sim uns "aloprados" e fazemos tudo de forma escrachada, e assim é muito melhor".
Posso estar enganado? Foi apenas mais uma rotineira agressão fortuita ao público conservador, isto é, aquele ainda inconsciente e desmobilizado? Bom talvez! Eu também erro! Porém, acho difícil minha tese não prosperar...
De qualquer forma, antes do que indignado, sinto-me orgulhoso de ser também uma das pedras no sapato dos gaysistas, dos abortistas, dos negristas, dos feministas, dos indigenistas, dos desarmamentistas, dos ambientalistas, dos censuristas e de toda a laia que com eles se alia.
Percebi na fala da personagem da novela mais importante da Rede Globo que estamos sendo notados e que estamos fazendo diferença! Antes do que uma ofensa ou provocação, sugiro a todos os leitores assumirem este fato como uma espécie peculiar de troféu, a certificar que estamos produzindo efeitos e que estamos no caminho certo. Perseveremos, portanto!
Quem quiser assistir ao capítulo, clique aqui (é necessário ser assinante).
Aos que assistiram, peço a gentileza de se manifestarem quanto a concordarem ou não com as minhas impressões.
Acertadíssimo, Klauber!
ResponderExcluirOs roteiros são desenvolvidos a partir da "direção" de projeto, que estabelece os objetivos do "produto audiovisual". Isto é, estamos incomodando, sim! Daqui em diante, apenas cresceremos e nos multiplicaremos. É só uma questão de tempo. A semente foi plantada com agrotóxico de primeira! Hoje vencemos, inclusive, na votação do código florestal. Parabéns pelo texto perspicaz.
Mais um excelente artigo, parabéns. Já havia escrito alhures a respeito do tema. É a tentativa vã da Globo em demonizar o conservadorismo através de clichezinhos estúpidos.
ResponderExcluir