O assunto é tão absurdo, tão monstruoso, tão ridiculamente
fascista, que eu me permito colocá-lo aqui uma vez mais, para que leitores
sensatos, inteligentes, como os que frequentam estas páginas (ops, estes
posts), se dêem conta de como isso representa, além do absurdo de pretenderem
revogar a lei da oferta e da procura, além da violência anticonstitucional que
significaria obrigar uma artesã, e um comerciante privado, a fixarem preços ao
bel prazer de militantes racistas, uma mentalidade finalmente FASCISTA, que é a
de pretender obrigar pessoas normais a terem tal tipo de comportamento.
Não sei se vocês se dão conta de como isto representa, sim, um grão de fascismo
embutido na mente de pessoas potencialmente totalitárias.
Por Paulo Roberto de Almeida
dono do blog Diplomatizzando
Aqui vai o conjunto da obra:
QUARTA-FEIRA, 4 DE ABRIL DE 2012
Eu às vezes me pergunto se é só estupidez, mesmo, ou se é
racismo puro, entranhado na mente desses militantes da causa negra, que
pretendem obrigar comerciantes privados -- não necessariamente formados em
altas escolas de comércio ou em cursos de administração, mas que devem ter
algum instinto de mercado -- a fixarem preços administrados, segundo sua
concepção idiota de valores econômicos, em patamares que eles julgam serem
politicamente aceitáveis, mas que não são, provavelmente, economicamente
realistas.
Certas pessoas acham que pelo fato de as bonecas "serem praticamente
iguais", elas deveriam ter o mesmo preço: elas querem eliminar as
preferências dos consumidores e o direito dos comerciantes realizarem um lucro
maior sobre a procura dos clientes, o que é humanamente compreensível (menos
para certos energúmenos).
Elas querem fazer o MP obrigar os comerciantes a "igualar os preços"
das bonecas.
Mas a minha sugestão é melhor: os comerciantes deveriam cobrar mais caro pelas
bonecas negras, pois assim os militantes da causa receberiam a distinção --
embora duvidosa econômicamente -- de terem "suas" bonecas mais
"valorizadas".
Não é uma solução perfeita para um problema perfeitamente estúpido?
Em todo caso, creio que o Brasil está se encaminhando para uma dupla trajetória
muito triste: crescente estupidez nacional e racismo explícito, ao contrário.
Paulo Roberto de Almeida
Conselho vai investigar caso de bonecas em feira
O Globo, 3/04/2012
Entidade pode recorrer ao MP se artesã não igualar preços de
brancas e negras em Ipanema
RIO - O Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine)
enviará três representantes à Feira Hippie de Ipanema, no domingo, para checar
a diferença de preço entre bonecas de pano negras e brancas. Como noticiou na
terça-feira Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, uma barraca cobra R$ 85 pelas
brancas e R$ 65 pelas negras, embora as duas sejam praticamente iguais.
Presidente da entidade, Paulo Roberto dos Santos disse que
os conselheiros tentarão conseguir com a dona da barraca uma explicação para a
diferença de preços. Se os argumentos não forem convincentes, e se a
proprietária se recusar a rever os valores, o conselho poderá encaminhar ao
Ministério Público uma denúncia de discriminação:
— Nós resolvemos que, antes de qualquer atitude, vamos lá no
domingo ver de perto essa situação, se tem a ver com algum preconceito. E
vamos, primeiramente, convencer a pessoa a tratar com isonomia, com igualdade
(brancas e negras). Se ela se recusar, vamos fazer uma denúncia formal ao
Ministério Público e procurar a Defensoria Pública — disse Paulo.
A decisão de ir à feira foi tomada em reunião do Cedine, à
qual estiveram presentes representantes do Conselho de Entidades Negras do
Interior do Estado do Rio e da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado
do Rio.
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