Extirpando a razão, a verdade perde seu sentido e, assim, pode ser questionada, ainda que de forma incoerente, como algumas verdades como o padrão familiar, a moralidade e a vida humana têm sido.
Matheus Viana – Revista Profecia
A incapacidade de contra-argumentar pode ser demonstrada pelo ato de diminuir um argumento oposto classificando-o como “religioso”. Tática usada, por exemplo, pelo Ministro do STF Marco Aurélio Mello durante seu voto a favor do aborto de anencéfalos. Enfim, ela é usada pelos agentes de subversão social e moral em atividade no Brasil e também em várias partes do mundo. Seu nome é defasagem intelectual.
Ao contrário do que muitos acreditam, capacidade de desenvolver, de forma salutar, o intelecto não é determinada unicamente pelo conteúdo acadêmico que o indivíduo possui. Os oito votos de ministros do STF, nos dias 11 e 12 de abril, comprovam esta verdade. Legislar sobre a vida humana é um direito que não lhes pertence.
Argumentos que refutam a recente peripécia do STF – além da Constituição e o Código Penal – são fartos. E não são oriundos somente de pessoas e círculos religiosos. A questão é que tais argumentos são pavimentados pela coerência e pela razão. Elementos presentes na definição de conhecimento construída por Aristóteles. Por isso, a oposição, incapaz de argumentar a altura, classifica-os como “religiosos” e, em alguns casos, de “obscurantistas”.
E se alguns argumentos possuem caráter religioso? A Constituição Federal não assegura aos cidadãos os direitos de religião e de liberdade de expressão? Claro que sim! E os “anti-religião” sabem disso. E como sabem. O fato de o Estado ser laico não anula o exercício de tais direitos. Eles sabem disso também. Por isso, a única alternativa que lhes resta é dissuadir e reduzir ao máximo todo e qualquer argumento contrário. Obediência à máxima de Marx: “a religião é o ópio do povo”. Sim, ele também sofria desta defasagem.
É exatamente o que acontecia, frequentemente, com Jesus. Os doutores da Lei, incomodados com o seu caráter, suas atitudes e sua cosmovisão, queriam vencê-lo com argumentos oriundos da Lei mosaica, mas nunca conseguiam. O que mais lhes incomodava era a liberdade com que Jesus vivia. Por várias vezes foi acusado de não guardar mandamentos da Lei. Mas Ele mesmo disse que veio para cumprir toda a Lei (Evangelho segundo Mateus 5:17). E Ele a cumpriu... com liberdade. E ela era fruto do conhecimento da verdade, também celebrada por Aristóteles. Por isso afirmava com autoridade: “Conhecereis a verdade, e a verdade os libertará”. (Evangelho segundo João 8:32).
A verdade de que não cabe ao homem, ainda que munido de autoridade jurídica e/ou estatal, de cercear – de forma drástica – o direito à vida – ainda que anomálica – tem sido relativizada. Extirpando a razão, a verdade perde seu sentido e, assim, pode ser questionada, ainda que de forma incoerente, como algumas verdades como o padrão familiar, a moralidade e a vida humana têm sido. Lutemos, portanto, pela verdade a fim de sermos libertos do totalitarismo moral que se desenha.
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