Por Klauber Cristofen Pires
Dizem meus pais que este articulista que ora vos defende de forma veemente e teimosa as liberdades individuais já foi um atroz "hitlerzinho". Tudo eu queria proibir ou obrigar, pelo só fato de eu mesmo detestar uma coisa, ou ao contrário, gostar muito dela.
Ainda me lembro de termos passado certa vez por um boneco de judas estirado à beira na estrada que fez meu pai pensar se tratar de um homem ferido ou morto. Era um trote! E eu? "-isto devia ser proibido e aquelas pessoas deviam ir pra cadeia".
Passou. Graças a Deus. Talvez meu empenho em defender as liberdades individuais seja um resgate cármico ainda na mesma vida - se for assim, bom que seja - para não passar para o outro lado com dívidas, certo?
Agora, o que aconteceu comigo é importante relatar, porque acontece amiúde com pessoas de todas as idades e classes sociais, mesmo aquelas que alegam nutrir total aversão às propostas socialistas.
Ainda há uns poucos dias atrás, uma mãe de uma amiguinha da minha filha me reclamava dos preços da pipoca e dos refrigerantes do cinema do shopping-center, que em sua opinião passavam em muito do preço que em sua opinião, seriam o justo. Disse ela, que já morou por vários anos em Portugal, que lá não se vêem disparates como este (Cá eu com meus pensamentos...e não por menos o país inteiro vai indo célere à falência...). Chegou, por fim, a sugerir que o Ministério Público procedesse a uma intervenção naquele mercado, para coibir o que considerava um abuso e uma agressão à economia popular.
Não há dúvidas que os comes e bebes que são vendidos pelas empresas de cinema em shopping centers são muto caros. Apenas um saco de pipoca custa mais do que vários quilos de milho para pipoca, e qualquer refrigerante costuma ter o preço equivalente ao de quatro iguais nas gôndolas dos supermercados.
Eu poderia aqui arguir algumas razões pelas quais isto ocorre. Por exemplo, o aluguel dos espaços nos shopping-centers é algo estratosférico. Ninguém tem condições de vender pipoca ao preço que se cobra nas praças e paradas de ônibus. Em compensação, você entra com seu carro, estaciona-o com segurança, e tem à mão a pipoca quentinha e o refrigerante geladinho, sem ter de trazê-los de casa.
Porém, nada disso importa. O que importa, na verdade, é que se os preços de tais produtos são altos, é porque há um mercado consumidor que o permite que seja assim. No geral, o público consumidor aprova a existência destes quiosques e dos seus altos preços. E se estas pessoas aprovam, quem há de apresentar qualquer argumento para afirmar que não pagam o justo?
No dia em que uma parcela substancial não aceitar mais pagar tão caro por estes produtos, os quiosques sentirão a necessidade de baixar os preços ou de fazer as trouxas e dar o lugar a quem sabe fazer melhor.
Eu e minha esposa não nos permitimos concordar com estes preços - e por isto fazemos as pipocas no microondas, em casa, e as levamos ao shopping. Um amigo meu que morava nos EUA nos conta também que comprava os lanches dos seus filhos nos supermercados, antes de ir à Disneylândia.
Há o caso de alguns estabelecimentos não aceitarem tais práticas por parte dos consumidores. Conheço alguns balneários que não permitem aos banhistas trazerem seus lanches e almoços de casa, com a finalidade de lucrarem com suas lanchonetes e restaurantes. Que há de se fazer? Bom, eu resolvo isto não contratando seus serviços.
O PT e as esquerdas nunca - eu digo isto mesmo - jamais tiveram poder para impingir ao povo o regime totalitarista que almejam!
Na verdade, todo o poder que auferem provém do apoio conquistado entre os mais diversos grupos de interesses, manipulados habilmente de forma a que lhes sejam suscitadas eternas disputas entre si, alternando para um e para outro as promessas de privilégios que se tornam achaques contra seus concorrentes.
No fim das contas, aqueles que se pensavam beneficiários acabam percebendo que só tiveram perdas no processo, tanto maiores quanto o prejuízo que sonhavam em impingir aos seus rivais, enquanto o PT e as siglas moscas saem com todos os lucros.
Quando todas as pessoas perceberem que o PT apenas conduz com rédeas invisíveis o totalitarismo latente que cada uma mantém em si mesma, e repudiarem tais pensamentos, sua hegemonia há de cair como um castelo de cartas ao vento...
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