domingo, 25 de novembro de 2012

A Ostara negra: a mestiçagem condenada e o “estupro” racial

Por Leonardo Bruno Fonseca de Oliveira, dono do blog  
A prefeitura de Fortaleza publicou um cartaz de profundo mau gosto, no alardeado Dia da Consciência Negra, pregando contra a miscigenação racial. Tais declarações do ativismo negro me fizeram recordar de alguns aspectos das ladainhas absurdas da Revista Ostara. Todavia, o Brasil agora tem a Ostara negra.
Para qualquer ideológico racista, a mestiçagem constitui uma espécie de “violência”. Uma das literaturas consumidas por Hitler em Viena era a Revista Ostara, uma pilhéria pangermanista impregnada de ideologia ocultista e ódio anti-semita, divulgada por um ex-monge louco chamado Lanz von Lebensfels, que elevava a idolatria da raça “ariana”  num universo místico dos eleitos. Dentro dessa literatura anti-semita austríaca e alemã do começo do século XX havia a figura do judeu estuprador, de nariz adunco e de cabelos negros e encaracolados, fornicando com mulheres alemãs loiras e virginais. Esse imaginário erótico foi muito explorado posteriormente pelos nazistas, que interpretavam qualquer tipo de relação inter-racial como uma espécie de “impureza” ou “transgressão” do sangue ou da raça. Tais idéias se tornaram leis e políticas de governo. As Leis de Nuremberg de 1936 revogaram os direitos civis e políticos dos judeus. Sem contar outras determinações que proibiam o casamento entre “arianos” com eslavos e judeus. E, posteriormente, o regime aplicou a política de eutanásia contra alemães considerados incapazes e retardados mentais. Tal foi a loucura da ideologia racial na Alemanha.

A ideologia atual o governo brasileiro acerca do afirmative action sustenta as mesmas premissas ideológicas do regime nazista. A prefeitura de Fortaleza publicou um cartaz de profundo mau gosto, no alardeado Dia da Consciência Negra, pregando contra a miscigenação racial. Tais declarações do ativismo negro me fizeram recordar de alguns aspectos das ladainhas absurdas da Revista Ostara. Todavia, o Brasil agora tem a Ostara negra. A miscigenação viola a pureza racial dos negros. Como diz o cartaz, miscigenar-se não é uma “qualidade atemporal”. Talvez porque qualidade “atemporal” seja o sangue ou a raça.

É comum ouvir daqueles que odeiam o Brasil a idéia de que a miscigenação racial no país tenha sido causada por um verdadeiro estupro racial. Todavia, essa pregação está completamente fora da realidade. A maioria esmagadora de negros, brancos e mestiços da atualidade não surgiu por causa de estupros, mas de relacionamentos consentidos de amor entre indivíduos de cores diferentes. Mesmo no Brasil Colonial, onde a escravidão existia, esses relacionamentos existiram. A falta de mulheres brancas na terra fazia com que os portugueses e seus descendentes gerassem famílias com mulheres negras e índias. Não se pode negar que as negras escravas sofressem violência sexual de seus senhores.

No entanto, desde quando isso é um argumento contra a mestiçagem, quando ela é consentida? As relações raciais no Brasil não foram segregacionistas, tais como se viu nos Estados Unidos ou mesmo em alguns países da Europa. Elas eram um amálgama de relações das mais complexas, que carregavam conflitos, porém, relações amistosas e até amorosas. Simplificar as relações sociais no Brasil a casos de estupro ou a uma mera opressão de uma raça sobre outra são formas vulgares, estereotipadas e falaciosas de reduzir as relações sociais brasileiras à luta de classes. Na verdade, toda a ideologia racista negra é uma transmutação da luta de classes pela luta de raças.

Curiosamente, essa foi a grande sacada de Hitler. Ao substituir a ideologia da luta de classes entre patrões e proletários, para transformar a luta numa disputa racial entre povos e nações, ele organizou uma nova doutrina socialista preparada para o espírito alemão. E não é que os petistas, comunistas e socialistas aprenderam muito bem a cartilha com o cabo austríaco de bigodinho de Charles Chaplin?

Ademais, é interessante notar o nível de condenação da mestiçagem pelos ativistas negros. Miscigenar significa destruir a identidade da raça.Em Mein Kampf, Hitler dizia a mesma coisa, só que contra judeus. O judaísmo pretendia destruir as nações e a pureza da raça ariana. Visava sujar o seu “sangue imundo” contra a mulher germânica e a raça branca, ainda que preservasse sua incolumidade de judeu, casando-se apenas com os seus, da raça judaica. Na acepção de Hitler, foram os judeus que trouxeram os primeiros africanos para a Alemanha. Conspiravam para destruir a Alemanha pura e ariana como tal, inferiorizando uma raça inteira.

Alguém acha que o teor virulento de Hitler é diferente do que vemos no cartaz de “direitos humanos” dos ativistas negros de Fortaleza? A idolatria da raça é a mesma. Não sei por que muita gente fica ofendida comigo, quando eu afirmo claramente que o movimento negro e a tal “consciência negra” são racistas, no sentido claro de como Hitler e demais racistas entenderiam. Os fatos estão mais que óbvios. A destruição do Brasil mestiço é uma realidade cristalina. O Estado, o judiciário, a educação e a imprensa estão movendo esforços hercúleos para racializar o país. 

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