Ernesto Caruso
O voto seguro necessita de capa protetora assim como no sexo seguro. Impositivo pensar nas consequências. Ambos podem acarretar doenças no corpo e na alma e são importantes para a vida em comum, perpetuação da espécie, família e democracia. Capa protetora contra o vírus da desinformação e principalmente da propaganda enganosa engendrada nos porões dos gabinetes por especialistas nas embalagens atrativas e falsos perfumes. Por fora bela viola, por dentro pão bolorento ou comer gato por lebre. Saber quem é quem, o que pensa, diz e faz e estabelecer vínculos de identidade.
Em quem votar é a pergunta que todos fazemos, preocupados com os destinos da sociedade em que vivemos. Votar naquele que pensa como “eu”, ente da coletividade, da comunidade, ciente das necessidades e faltas de toda ordem, da má atuação do poder público em prover o básico em termos de segurança, saúde e educação e na prioridade de aplicação dos recursos do tesouro em beneficio de quem pagou os impostos, derramou suor na labuta diária. Estádios? Hospitais? Escolas? Presídios?
Não é hoje que o clamor pela segurança ecoa em todas as direções. Sociedade acuada. Os pais sofrem com os seus filhos nas ruas, a passear, trabalhar ou estudar. As madrugadas são perigosas, as festas aos sábados se transformaram no inferno. O consumo de drogas aumentou paralelamente ao banditismo e às atrocidades. Se um filho preocupa, a filha muito mais, diante do estupro, do abuso sexual por dois, três ensandecidos trogloditas. A qualquer hora. Pior, quando praticados pelo “di menor”, com a lei beneficiando e motivando o infrator.
Em 2007, no Rio de Janeiro, o menor João Hélio, seis anos, foi arrastado pelo carro, por 7 km, preso ao cinto de segurança, impiedosamente conduzido pelos assassinos (um “di menor”) que o roubaram. O então presidente Lula afirmou que não se pode agir “com vingança” e permitir que a emoção prevaleça sobre a razão na hora de punir. Concluiu: “Então eu fico me perguntando se seria justo punir apenas quem cometeu a barbaridade e se esquecer de fazer a punição a quem é o culpado por esses jovens terem chegado a essa situação.”
Imagino que você ao pensar diferente também não quer vingança. O PT comemorou 10 anos no poder. A situação melhorou ou piorou? Na emoção da vítima, quando sobrevive, e dos seus parentes nos repetidos casos, sob choro, dor, sentimento, descrédito nas autoridades, se pede justiça e não vingança. Não é compreensível que a insensibilidade do governo prevaleça sobre a razão ao privilegiar o criminoso em detrimento do manso, pacífico e desarmado cidadão. A ação de punir com severidade não exclui a de educar e proporcionar oportunidades a todos.
“A segurança pública dever do Estado,... é exercida para a preservação da ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio...”. Onde o Estado está cumprindo essa obrigação? O crime está vencendo, livre e a sociedade presa. Muita gente não sai à noite, principalmente os idosos; optam pela prisão domiciliar nessa inversão de valores e no racional do governo, cidadão preso e bandido solto. Insólito argumento recentemente dito por autoridades de que o sistema prisional já é ruim nos propósitos de recuperar os apenados, vai elevar a agressividade dos menores infratores. Já decretam a pena de morte no assalto bem ou mal sucedido. O que de pior podem fazer?
Neste abril vermelho de sangue, foi morto Victor Deppman, 19, durante assalto na porta de casa, que rendeu ao bandido “di menor”, um celular. Morte estúpida que agride a todos em cenas diárias efetivadas por menores que passam o tempo no craque, assassinato, recolhidos e na morte prematura. Angústia e lamento nas redes sociais, nos telejornais, mas o governo petista de Dilma Rousseff é contra a redução de idade penal como dito pelo ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, “temos uma posição historicamente contrária".
Eis porque o voto é a arma do cidadão para se defender e sufragar aquele partido político e candidatos que deem respostas favoráveis às suas pretensões. Redução da idade penal para 16 anos? Precisa melhorar a assistência médica do SUS (plano de saúde do brasileiro)? A redução da pena estimula a criminalidade?
Consciência e coerência. Voto e consequência.
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