terça-feira, 6 de outubro de 2015

Boa notícia: Pobreza extrema no mundo já é inferior a 10% da população. Ou: Viva o Capitalismo!

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“Esta é a melhor notícia de hoje no mundo – estas projeções mostram que somos a primeira geração na história humana que pode acabar com a pobreza extrema” – Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial.
No início de 2015, como faz quase todo ano, a ONG britânica Oxfam publicou, com cobertura midiática global, mais um de seus relatórios sobre a desigualdade de riqueza no mundo, onde conclui que as 80 pessoas mais ricas do planeta têm hoje tanta riqueza acumulada quanto a soma dos 50% mais pobres da humanidade.
Baseados nos resultados apresentados pelo famigerado documento, vários especialistas propõem uma intervenção firme dos governos a fim de melhorar a distribuição da riqueza e da renda, principalmente taxando pesadamente os rendimentos e o patrimônio dos ricos.
Aos olhos destreinados e pouco habituados às leis econômicas, muitas vezes contra-intuitivas, esse tipo de solução pode parecer até oportuno.  Porém, antes de consumir, mais uma vez, essa panaceia estatizante e intervencionista, penso que deveríamos explorar com cuidado alguns fatos a respeito do tema.
Desde a publicação, em 1755, da célebre obra de Jean-Jacques Rousseau, “Discurso sobre as origens da desigualdade”, os ideólogos da esquerda têm dado exagerada ênfase aos aspectos negativos da disparidade de riqueza e rendimentos gerada pelo processo de acumulação capitalista, como se ela fosse responsável pelas misérias do mundo, o que, absolutamente, não é verdadeiro.
Primeiro, é preciso distinguir os conceitos de pobreza e desigualdade, não raro utilizados como sinônimos, bem como examinar as quase sempre inconsistentes relações de causa e efeito entre eles.  Se, num país como os EUA, onde as desigualdades são notórias, os padrões de pobreza estão longe dos extremos verificados no terceiro mundo, na Coréia do Norte e em Cuba a diferença de rendimentos é insignificante, o que não impede que a miséria por lá tenha contornos medievais.
Em economias verdadeiramente capitalistas, onde o governo não interfere escolhendo vencedores e perdedores, a existência de milionários e, consequentemente, de desigualdade, longe de ser algo a lamentar, é altamente bem vinda. Em condições de livre mercado, a riqueza pressupõe acúmulo de capital e investimentos em empreendimentos rentáveis, onde os escassos recursos disponíveis são utilizados de forma eficiente na produção de coisas necessárias e desejáveis. Num sistema desse tipo, os ricos criam um monte de valor para um monte de gente, além, é claro, de um monte de empregos.
Segundo o relatório, somente nos últimos três anos 200 milhões de pessoas, principalmente na China, na Índia e no Sul da Ásia – países que nas últimas décadas, embora em diferentes momentos, largaram o socialismo e abraçaram o modelo capitalista – saíram da extrema pobreza, fazendo com que o percentual total em relação à população mundial tenha passado de 12,8%, em 2012, para 9,6 %, no final deste ano.  É importante destacar que esta queda se deu ao mesmo tempo em que o Banco Mundial aumentou de U$1,25 para U$1,90 ao dia a linha da pobreza extrema.
Já a miséria, que infelizmente ainda subsiste nos países mais pobres, principalmente na África, não é resultado da ganância capitalista, da globalização ou do neoliberalismo, como gostam de berrar os próceres da Oxfam e congêneres, mas da incompetência e da corrupção de mandatários e dirigentes daquelas nações, do desperdício da ajuda internacional que recebem em profusão e da persistência nos modelos econômicos injustos e ineficazes.
A razão do colapso das economias africanas está seguramente muito mais no estatismo que no mercado, muito mais no socialismo que no capitalismo. Não é de estranhar que os piores casos ocorram justamente naqueles países onde, após as respectivas independências, se adotaram os sistemas soviético, cubano ou chinês e sua receita infalível para a ruína econômica.  Quem duvida, basta comparar as histórias dos 

SOBRE O AUTOR

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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