domingo, 18 de outubro de 2015






Nem Natal salva o comércio da crise






Para as festas de fim de ano, até Papai Noel está com dificuldade 

para conseguir trabalho; nas ruas, consumidores atestam previsões ruins feitas pelo comércio



Panetones
Uma evidência do aperto geral: alguns supermercados levaram os panetones às prateleiras já em setembro para tentar antecipar as vendas de Natal(Rodrigo Antonio/VEJA.com)

Silvio Ribeiro trabalha como Papai Noel em festas de fim de ano há 48
 anos. Mais que isso: ele mantém uma equipe de 15 "bons velhinhos", que trabalham em shoppings, empresas, eventos e residências. Mesmo com uma inflação de mais de 9% prevista para 2015, ele decidiu não reajustar o preço do serviço, inalterado há dois anos. Para ter um Papai Noel com barba postiça, o preço é 650 reais. Com barba de verdade, o valor passa a 850 reais. Em outras épocas, as reservas já estariam aquecidas nessa época do ano, a pouco mais de dois meses do Natal. Neste 2015 de retração econômica, no entanto, até Papai Noel é termômetro do aperto financeiro da clientela. "Ainda não recebemos nenhum pedido", diz Ribeiro. "Nossa esperança está no recebimento do 13º salário."
Na última década, o comércio elegeu, a cada fim de ano, um produto-símbolo da fase de bonança do consumo no país. Os varejistas brasileiros já celebraram o Natal da TV de plasma, o do notebook e o dos smartphones, para citar três campeões de vendas. Em 2015, se houver algum campeão para eleger como símbolo, já será uma vitória. Praticamente todos os setores do varejo preveem para este ano seu pior Natal em muito tempo. O depoimento do Papai Noel Silvio Ribeiro ou o repentino aparecimento de panetones - tradicional produto de fim de ano - nas prateleiras de supermercados em pleno mês de setembro atestam o que economistas e empresários já anteveem: em 2015, nem o Natal salva os resultados do comércio.
Veja.com

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