quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Quando o povo será ouvido?

Por Armando Soares

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                Diante do cenário dantesco e imoral político fica cada vez mais claro que a voz do povo nada representa para os políticos cavernosos que se apropriaram do poder através da mentira, da enganação profissional. A questão política brasileira, a corrupção, o desgoverno, a mentira, o cinismo, a imoralidade atingiu um nível que dificulta escrever sobre o assunto tão evidente se tornaram. O incrível dessa verdade é que a sociedade brasileira, apesar de consciente sobre a causa maior da crise em que atravessa o país, não encontra caminho para por um fim em toda essa sujeira política exposta no dia a dia através da televisão e da imprensa de um modo geral.

                O povo brasileiro na sua maioria quer a saída da Dilma do governo, desejo demonstrado repetida vezes, inclusive com endosso de pedido de impeachment. Por que esse desejo não se materializa, não é acatado? Há várias razões entre as quais destacamos as barreiras impostas pelo judiciário que passou a ter no governo do PT posição dúbia, que caracteriza uma parcialidade, anomalia resultante da equivocada escolha de seus titulares; as outras barreiras refletem a fragilidade moral e política dos congressistas, sejam eles da base do governo ou da oposição. Essas duas barreiras são as principais causas que impedem que a vontade do povo soberano se realize e deponha Dilma do governo. Nada justifica uma ação morna da oposição para acelerar a deposição da Dilma considerando que todos os opositores tem consciência que o Brasil corre sério risco de governabilidade e de entrar em colapso econômico. Como se admitir em sã consciência que um governo que se afundou em corrupção e que distribuiu irresponsavelmente dinheiro público, possa comandar o país falido jogando nos ombros do povo o sacrifício de sua salvação. É muita irresponsabilidade dos políticos e juízes virarem a cara para essa realidade grotesca e criminosa.

                Necessário se torna que todos os brasileiros, os conscientes e inconscientes tenham em mente que há a hora do retiro e a hora do mercado, a hora de contemplar e a de participar, a hora da paz e a da guerra, a hora de amar e a hora de abster de amor, a hora de viver e de morrer. Essa é a hora de salvar o Brasil e afastar os seus inimigos com coragem sem vacilar. O futuro de todos vai depender dessa hora, de banir os comunistas que não escondem mais suas intenções de fuzilar todos os seus adversários, os verdadeiros brasileiros. Para salvar o Brasil temos o dever de enfrentar políticos, governo, juízes e tribunais venais. Nossa vida e de nossos filhos e netos depende de nossa atitude, de nossa coragem, de nossa altivez. Essa não é a hora de se esconder, de baixar a cabeça, de ficar calado. A hora é de gritar alto contra toda a podridão empurrada dentro da nossa goela nesses últimos vinte anos por meliantes profissionais. O autêntico brasileiro, o que não é marionete de ideologias criminosas e nem carregadores do dinheiro público, é uma criatura dotada de razão e raciocínio. O verdadeiro brasileiro não se confunde com os turbulentos e devassos grupos da rua, os filhos da podridão. Aristóteles tinha razão quando afirmava que “as repúblicas se transformam em democracias e estas degeneram em despotismos”. Estamos chegando a este dia. Foi escrito que homens iníquos aparecem em todas as gerações e o dever da nação (dos verdadeiros brasileiros) é torna-los impotentes. Quantos iníquos são evidenciados diariamente pela televisão e continuam na sua atividade perversa, bandida? Quem procurou o poder nesses últimos vinte anos, o fez por desprezar seus semelhantes, visando à servidão do povo, das “massas”, essas bajuladas enquanto lhe sejam úteis como trampolim, como aconteceu com a classe média que foi utilizada e responsável pela subida ao poder de Lula e Dilma. Quem está mais errado, a massa corrupta ou os seus corruptores? Quem aceita suborno vale menos do que um cão, pois não possui as características de lealdade e proteção inerentes àquele animal.

                O que poderia derrubar a corrupção? Simplesmente a coragem e o dever cívico. Manter Dilma no poder e todo o pessoal do PT encravado no governo é conivência com a podridão. Dilma quer mais impostos para salvar a sua pele e de seus apaniguados. Se a sociedade brasileira permitir a elevação dos impostos esses impostos jamais serão reduzidos, vão ser mantidos para o resto da vida. Conta-se, com muita propriedade “que uma vez que o leão prove a carne humana, não mais quer comer nenhuma outra.” Nosso governo já experimentou o gosto da carne do povo; saboreou repentinamente o poder ilimitado. Somente se contentará, doravante, com essa espécie de cardápio, cada vez em maior quantidade. Quem não acreditar nessa verdade é um alienado, um bobo a serviço de bandidos. É impossível restaurar o Brasil sem afastar do poder os responsáveis pela crise brasileira e puni-los.

                É sabido que todos os políticos compram favores, ou alguém acha que os homens eleitos por sua probidade e inteligência, por sua devoção ao país e sua esperança de ajudar a Pátria? Todos os postos políticos têm seu preço e os políticos bem sucedidos deixam correr dinheiro para conseguir seus objetivos. Mas quem, na opinião do povo, é o melhor representante? O que promete lutas e trabalhos ou o que acena com dádivas e presentes? É muito mais fácil corromper o honesto e virtuoso do que corromper o desonesto nato. Pois o primeiro não acredita, ou pelo menos não quer acreditar, que o homem seja como é; o reconhecimento da verdade o faria melancólico e oprimido. Mas o outro faz a si próprio duas perguntas, quando é abordado por alguém: “Por que desejam que eu faça isto ou não faça? E o que ganharei fazendo ou não fazendo? É difícil e perigoso”.

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                As repúblicas baseiam-se na ideia ingênua e fantasiosa de que os homens são capazes de se autogovernar, de manter autodisciplina e conter seus impulsos malévolos, exercendo uma heroica virtude. Isto, como sabemos não passa de um sonho, e é falso. Desaparece à luz da realidade, da realidade do que o ser humano é e não do que deveria ser. Se alguém duvida dessa verdade é só acordar e sentir a realidade política brasileira. Os ambiciosos não atentam para a razão nem para a autoridade do povo, mas apelam principalmente para a corrupção e a intriga a fim de poder obter o supremo poder e governar pela força da mentira e de “jogadas”. Tais pessoas tornam-se escravos das massas ignóbeis, de uma classe ignorante e caprichosa, verdade que se confirma com as bolsas que não podem ser tocadas mesmo com o governo afundando. Dentro das medidas políticas saneadoras tem destaque às medidas necessárias para desencorajar a indolência e a mendicância e as facilidades de vida a expensas do governo e, consequentemente, dos contribuintes, do público em geral. Qual o sentido de se sustentar vagabundos a custa de quem trabalha? Quem está destruindo o Brasil são as políticas públicas insensatas e os que roubam o povo indefeso. Quem está no poder recusa-se a crer que as pessoas não são suas propriedades. São seres humanos e não bonecos sem vida. A escória da política chegou ao poder porque os bons e justos não conseguem ser cínicos nem conseguem ignorar os gritos dos miseráveis, que se deixaram levar iludidos pelos lobos políticos e clamam por misericórdia quando presentem a morte e conheceram a verdade. Quanta gente no Brasil tem lutado para encontrar a virtude, sem compreender que isto não existe mais no mundo em que vive. A experiência de vida mostra que não existe acordo possível entre o bem e o mal. Na política é ridículo pensar que existe separação nítida entre o bem e o mal. Pode-se, quando muito, escolher um mal menor e esperar que aconteça algo bom. Esta          esperança, prova a história, é sempre traída,

                Estamos todos os brasileiros com um mínimo de decência cansados dessa novela política televisada imoral. Vão para suas casas, senhores políticos, com suas mentiras e cinismos e deixem-nos em paz.

Armando Soares – economista



Soares é articulista de LIBERTATUM

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