sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016



Caos institucional enervante e nocivo

"Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.”
(Platão)

                
                        A maioria dos brasileiros não tem tempo para avaliar sua vida privada apertada e reagir. A única preocupação e tempo do brasileiro são para sobreviver na floresta de cimento degradada. Como que alguém pode se preocupar com o que está acontecendo no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto, nos tribunais de justiça com tantos problemas para poder sobreviver? O único momento em que tem sua atenção desviada do seu dia-a-dia sufocante é quando sua família é molestada por bandidos. Nesse momento toma conhecimento da existência do governo e solta o grito da raiva contra o principal culpado. Não se pode exigir muito de quem tem vida atribulada e escravizada por governo irresponsável. Para a maioria dos brasileiros atolados com problemas de subsistência pouco importa se o Brasil está atolado em um caos institucional por culpa de políticos e administradores incompetentes e desonestos e se centenas de brasileiros estão sendo assassinados e roubados diariamente. Qual o brasileiro, com a vida que leva pode ter tempo para avaliar a política, a economia e as instituições? O assalariado, o pequeno comerciante com uma vida sacrificada por governantes e políticos irresponsáveis não tem tempo e nem a oportunidade de melhor avaliar a sua vida. Portanto, diante dessa asfixia sufocante o brasileiro transforma-se num alienado. Esta é a razão que explica porque o brasileiro não está nem aí para os problemas que atingem os produtores rurais, para os efeitos nocivos da política ambiental brasileira, para a questão indígena que está comprometendo a soberania brasileira, para as diferenças regionais que representa um tumor no sistema federativo, para a pobreza crescente alimentada por políticas e políticos desclassificados, para a deficiente infraestrutura que atinge o custo de vida das pessoas, para as decisões judiciais carregadas de interesses inconfessáveis, para as permanentes invasões de propriedade produtivas por vagabundos sustentados por políticos desonestos e pelo estado socialista, para os abusos inconcebíveis de índios doutrinados, bonecos a serviço de interesses mercantilistas, para a criação de reservas indígenas realizadas ao arrepio da lei e sem conhecimento do Poder Legislativo. Qual o brasileiro que pode se interessar para qualquer problema brasileiro se ninguém se importa com a sua vida? Como o brasileiro que vive no sufoco, por exemplo, pode se interessar em saber que a criação de reservas extrativistas, unidades de conservação, reserva legal, terras indígenas e APPs representam 6.059.526 Km² (71%) do espaço amazônico, deixando disponível apenas 2.455.350 Km², espaço todo ocupado por cidades, estradas, o que significa que não há mais espaço para a implantação de projetos desenvolvimentistas na região amazônica. Quem vive em centros urbanos, a grande maioria, só tem tempo para tratar de sua vida, e mau e porcamente. Portanto, escrever ou falar sobre problemas da Amazônia para esse brasileiro é perda de tempo. O governante e o político sabendo dessa verdade se aproveitam para explorar o infeliz. O caos institucional e administrativo brasileiro que sufoca quem luta pela vida sem deixar tempo para se preocupar com outra coisa além da sua vida atribulada, se transformou numa estratégia política poderosa para assegurar a permanência das elites dominantes cavernosas no poder. Este cenário sufocante e desesperador do brasileiro só poderá ser modificado no tempo com bons políticos e boa política. Mudar esse cenário demanda tempo. Portanto, resolver os problemas sociais, econômicos, políticos e institucionais brasileiros depende de uma revolução política e cultural que não está nos planos de nossos políticos. Essa revolução depende do caráter e moral do político e do governante.



                 Estamos cansados de escrever sobre meio ambiente, mas como essa máquina mortífera da liberdade e do desenvolvimento está interferindo no avanço do progresso do Brasil, necessário se faz combate-la para evitar que os brasileiros inconscientes não usem da desculpa de não terem reagido porque não foram advertidos da nocividade da política ambiental brasileira. Tudo o que acontece no setor de meio ambiente é nebuloso, como, por exemplo, o projeto de sequestro de carbono em terras indígenas brasileiras, assinado entre índios paiter suruí de Roraima e a empresa de cosméticos Natura, que passou a sofrer ataques dos próprios índios, que afirmam ter sido enganados e lesados pelo convênio. Outro assunto nebuloso é a questão da seca e falta de água nas cidades. Como mostram os registros hidrológicos históricos, em especial, no estado de São Paulo, que remontam ao final do século XIX, ressaltado por numerosos especialistas, os dados mostram que secas como essa ocorrem em ciclos de 35-50 anos, o que permite que os seus efeitos possam ser eficazmente suavizados com um planejamento adequado da infraestrutura de água e energia. Portanto, o problema da água em SP nada tem a ver com a dinâmica climática, mas com as opções políticas feitas nas últimas décadas, sob a influência de tendências externas alheias à realidade nacional e aos interesses maiores da sociedade brasileira. Ninguém do governo quer saber de solução racional. O atraso da oferta de geração de energia nuclear, que se encontra em um patamar muito inferior às potencialidades do setor e às necessidades do País é um dos entraves. Em parte devido à baixa prioridade atribuída ao setor pelos governos posteriores ao regime militar, em parte pela imagem negativa que grande parte da população tem da energia nuclear, devido à insidiosa atuação do aparato ambientalista, há apenas duas usinas em funcionamento, Angra 1 e 2 (que respondem por apenas 1,5% da geração total), enquanto a construção de Angra 3 se arrasta e, segundo especialistas, dificilmente será concluída antes de 2020. Soma-se a esse cenário que o parque gerador nacional deixou de contar com um eficiente complemento à geração hidrelétrica (também prejudicada pelas contradições do paradigma mercantil adotado no setor e pelas campanhas ambientalistas e indigenistas), sendo preciso se recorrer em maior escala às termelétricas convencionais, cujas limitações, por não terem sido projetadas para funcionar em tempo integral, como tem ocorrido, ficaram evidenciadas com o agravamento da seca, que reduziu a geração das hidrelétricas. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Antônio Muller: O Brasil tem a sexta maior reserva de urânio do mundo, mas está privilegiando matrizes energéticas complementares, como a eólica e a energia solar. Precisamos tomar a decisão certa, com urgência e optar por ampliar a nossa matriz energética com base nuclear. (...) Um estudo recente da FGV, projeto apoiado pela ABDAN, revela que o nosso país, num cenário conservador, precisará da energia de 18 novas usinas nucleares de 1.000 MW para 2040, sob o risco de vivermos uma crise ainda pior para uma população ainda maior. Temos tecnologia, conhecimento, material humano e urânio. Por que não tomar esta decisão imediatamente? A cada empreendimento deste porte, mais de 30 mil empregos diretos e indiretos são gerados. Dezenas de empresas de diferentes portes serão geradas levando riqueza e oportunidades para toda região em seu entorno. O nosso país precisa com urgência optar pelo lógico e pelo óbvio. (...)


                O brasileiro além de ter que enfrentar problemas pessoais de difíceis soluções, ainda tem que conviver com questões do meio ambiente que sufoca o desenvolvimento e consolida a sua escravidão. No Brasil não existem políticos e governantes, existem negociadores mal intencionados.

Armando Soares – economista

e-mail: teixeira.soares@uol.com.br

3 comentários:

  1. Excelente artigo. Parabéns! Infelizmente o Brasil é o eterno país do futuro... Um futuro que nunca chega.

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    1. Nossa luta é constante contra a estupidez e a incompetência. Agua mole em pedra dura tanto bate até que fura. Obrigado pela atenção.
      Armando Soares

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  2. Excelente artigo. Parabéns! Infelizmente o Brasil é o eterno país do futuro... Um futuro que nunca chega.

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