Caos
institucional enervante e nocivo
"Não espere por uma crise para descobrir o que é
importante em sua vida.”
(Platão)
A
maioria dos brasileiros não tem tempo para avaliar sua vida privada apertada e
reagir. A única preocupação e tempo do brasileiro são para sobreviver na
floresta de cimento degradada. Como que alguém pode se preocupar com o que está
acontecendo no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto, nos tribunais de
justiça com tantos problemas para poder sobreviver? O único momento em que tem
sua atenção desviada do seu dia-a-dia sufocante é quando sua família é molestada
por bandidos. Nesse momento toma conhecimento da existência do governo e solta
o grito da raiva contra o principal culpado. Não se pode exigir muito de quem
tem vida atribulada e escravizada por governo irresponsável. Para a maioria dos
brasileiros atolados com problemas de subsistência pouco importa se o Brasil
está atolado em um caos institucional por culpa de políticos e administradores
incompetentes e desonestos e se centenas de brasileiros estão sendo
assassinados e roubados diariamente. Qual o brasileiro, com a vida que leva
pode ter tempo para avaliar a política, a economia e as instituições? O
assalariado, o pequeno comerciante com uma vida sacrificada por governantes e políticos
irresponsáveis não tem tempo e nem a oportunidade de melhor avaliar a sua vida.
Portanto, diante dessa asfixia sufocante o brasileiro transforma-se num
alienado. Esta é a razão que explica porque o brasileiro não está nem aí para
os problemas que atingem os produtores rurais, para os efeitos nocivos da
política ambiental brasileira, para a questão indígena que está comprometendo a
soberania brasileira, para as diferenças regionais que representa um tumor no
sistema federativo, para a pobreza crescente alimentada por políticas e
políticos desclassificados, para a deficiente infraestrutura que atinge o custo
de vida das pessoas, para as decisões judiciais carregadas de interesses
inconfessáveis, para as permanentes invasões de propriedade produtivas por
vagabundos sustentados por políticos desonestos e pelo estado socialista, para os
abusos inconcebíveis de índios doutrinados, bonecos a serviço de interesses
mercantilistas, para a criação de reservas indígenas realizadas ao arrepio da
lei e sem conhecimento do Poder Legislativo. Qual o brasileiro que pode se
interessar para qualquer problema brasileiro se ninguém se importa com a sua
vida? Como o brasileiro que vive no sufoco, por exemplo, pode se interessar em
saber que a criação de reservas extrativistas, unidades de conservação, reserva
legal, terras indígenas e APPs representam 6.059.526 Km² (71%) do espaço
amazônico, deixando disponível apenas 2.455.350 Km², espaço todo ocupado por
cidades, estradas, o que significa que não há mais espaço para a implantação de
projetos desenvolvimentistas na região amazônica. Quem vive em centros urbanos,
a grande maioria, só tem tempo para tratar de sua vida, e mau e porcamente. Portanto,
escrever ou falar sobre problemas da Amazônia para esse brasileiro é perda de tempo.
O governante e o político sabendo dessa verdade se aproveitam para explorar o
infeliz. O caos institucional e administrativo brasileiro que sufoca quem luta
pela vida sem deixar tempo para se preocupar com outra coisa além da sua vida
atribulada, se transformou numa estratégia política poderosa para assegurar a
permanência das elites dominantes cavernosas no poder. Este cenário sufocante e
desesperador do brasileiro só poderá ser modificado no tempo com bons políticos
e boa política. Mudar esse cenário demanda tempo. Portanto, resolver os
problemas sociais, econômicos, políticos e institucionais brasileiros depende
de uma revolução política e cultural que não está nos planos de nossos
políticos. Essa revolução depende do caráter e moral do político e do
governante.
Estamos cansados de escrever sobre meio
ambiente, mas como essa máquina mortífera da liberdade e do desenvolvimento está
interferindo no avanço do progresso do Brasil, necessário se faz combate-la
para evitar que os brasileiros inconscientes não usem da desculpa de não terem
reagido porque não foram advertidos da nocividade da política ambiental
brasileira. Tudo o que acontece no setor de meio ambiente é nebuloso, como, por
exemplo, o projeto de sequestro de carbono em terras indígenas brasileiras,
assinado entre índios paiter suruí de Roraima e a empresa de cosméticos Natura,
que passou a sofrer ataques dos próprios índios, que afirmam ter sido enganados
e lesados pelo convênio. Outro assunto nebuloso é a questão da seca e falta de
água nas cidades. Como mostram os registros hidrológicos históricos, em
especial, no estado de São Paulo, que remontam ao final do século XIX,
ressaltado por numerosos especialistas, os dados mostram que secas como essa
ocorrem em ciclos de 35-50 anos, o que permite que os seus efeitos possam ser
eficazmente suavizados com um planejamento adequado da infraestrutura de água e
energia. Portanto, o problema da água em SP nada tem a ver com a dinâmica
climática, mas com as opções políticas feitas nas últimas décadas, sob a
influência de tendências externas alheias à realidade nacional e aos interesses
maiores da sociedade brasileira. Ninguém do governo quer saber de solução
racional. O atraso da oferta de geração de energia nuclear, que se encontra em
um patamar muito inferior às potencialidades do setor e às necessidades do País
é um dos entraves. Em parte devido à baixa prioridade atribuída ao setor pelos
governos posteriores ao regime militar, em parte pela imagem negativa que
grande parte da população tem da energia nuclear, devido à insidiosa atuação do
aparato ambientalista, há apenas duas usinas em funcionamento, Angra 1 e 2 (que
respondem por apenas 1,5% da geração total), enquanto a construção de Angra 3
se arrasta e, segundo especialistas, dificilmente será concluída antes de 2020.
Soma-se a esse cenário que o parque gerador nacional deixou de contar com um
eficiente complemento à geração hidrelétrica (também prejudicada pelas
contradições do paradigma mercantil adotado no setor e pelas campanhas
ambientalistas e indigenistas), sendo preciso se recorrer em maior escala às
termelétricas convencionais, cujas limitações, por não terem sido projetadas
para funcionar em tempo integral, como tem ocorrido, ficaram evidenciadas com o
agravamento da seca, que reduziu a geração das hidrelétricas. De acordo com o
presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares
(ABDAN), Antônio Muller: O Brasil tem a sexta maior reserva de urânio do mundo,
mas está privilegiando matrizes energéticas complementares, como a eólica e a
energia solar. Precisamos tomar a decisão certa, com urgência e optar por
ampliar a nossa matriz energética com base nuclear. (...) Um estudo recente da
FGV, projeto apoiado pela ABDAN, revela que o nosso país, num cenário conservador,
precisará da energia de 18 novas usinas nucleares de 1.000 MW para 2040, sob o
risco de vivermos uma crise ainda pior para uma população ainda maior. Temos
tecnologia, conhecimento, material humano e urânio. Por que não tomar esta
decisão imediatamente? A cada empreendimento deste porte, mais de 30 mil
empregos diretos e indiretos são gerados. Dezenas de empresas de diferentes
portes serão geradas levando riqueza e oportunidades para toda região em seu
entorno. O nosso país precisa com urgência optar pelo lógico e pelo óbvio.
(...)
O
brasileiro além de ter que enfrentar problemas pessoais de difíceis soluções,
ainda tem que conviver com questões do meio ambiente que sufoca o
desenvolvimento e consolida a sua escravidão. No Brasil não existem políticos e
governantes, existem negociadores mal intencionados.
Armando Soares – economista
Excelente artigo. Parabéns! Infelizmente o Brasil é o eterno país do futuro... Um futuro que nunca chega.
ResponderExcluirNossa luta é constante contra a estupidez e a incompetência. Agua mole em pedra dura tanto bate até que fura. Obrigado pela atenção.
ExcluirArmando Soares
Excelente artigo. Parabéns! Infelizmente o Brasil é o eterno país do futuro... Um futuro que nunca chega.
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