sexta-feira, 27 de maio de 2016

 Mercado de vento.

Por Ivan Lima



Todos os que possuem apreço pela liberdade estão chocados com a situação da Venezuela. Embora sem que se constitua novidade, o processo de instalação de um regime marxista é autofágico desde seu inicio, pois destruindo todo o processo produtivo de um país acaba nesse aprofundamento de destruição levando a si próprio de roldão. O apoio econômico, velado ou acintoso, do exterior capitalista, mais a propaganda e a brutalidade de fome, prisão, tortura e assassinato em massa com que a nação escrava é tratada, vão determinando os anos que vai perdurar uma tirania comunista. 

Historicamente tem sido assim. Da ajuda da América com comida aos governos de Lênin e Stalin, á toda espécie de recursos que grande parte dos exilados cubanos envia á seus familiares na ilha e que são no todo ou em parte confiscados pelo governo, até ao cafuné político que esse lixo socialista chamado Obama faz ao regime, vai produzindo uma sobrevida ao terror comunista vigente em Cuba. Esse é o padrão histórico que os regimes comunistas seguem.

Mas atente-se: a situação cubana é tão desesperante, sobretudo após perder a boquinha com que a ex-URSS a mantinha com petróleo, e algumas migalhas de outras coisas, que após ela própria URSS falir, o regime vampiresco da ilha precisou de um pescoço para sugar o sangue e não ruir de vez. E foi na Venezuela que o G2 e Fidel Castro encontraram saída para a sobrevida do seu regime de terror. Portas foram escancaradas por um venezuelano bocó que fazia propaganda do tal “socialismo do século XXI” que o mundo sabia que ia dar exatamente nisso. Hoje, a Venezuela é obrigada a dar o seu petróleo e outros insumos á Cuba, pois é um país escravo com a própria conivência do governo venezuelano. 

A situação venezuelana é tão grave que dos cartórios aos quartéis o comando é todo de cubanos. Os postos chaves dos quartéis estão sob o mando de generais cubanos e no campo da doutrina marxista a propaganda socialista é ditada oficialmente ao país como ato revolucionário e oficial ministrado por... cubanos! Contestação a esse quadro nacional significa prisão, tortura e morte. E o governo, desesperado, vendo o mau exemplo do Brasil aos venezuelanos (na ótica criminosa dele) dos brasileiros impedirem sua companheira da pátria grande que lhe dava apoio político e financeiro, já ameaçou dar um banho de sangue na nação convocando quinhentos mil homens entre forças marginais e exército para resistir á pressão dos venezuelanos nas ruas por liberdade e comida.

Em todo esse trágico quadro da situação venezuelana, foi notória a reação do Brasil ás agressões descabidas daquele governo quanto á sua retórica de que a presidenta sofreu golpe. Sem dúvida foi algo extremo e diverso do que o país vinha praticando com sua orientação diplomática vermelha nos últimos anos. Mas é preciso mais contundência.

Nesse sentido, discorro sobre o que hoje vejo na reação que um dos países membros do MERCOSUL faz para penalizar o governo venezuelano ante sua agressividade e tirania ao seu próprio povo. Isso me faz lembrar que quando a Venezuela começou com essa estória do “socialismo do século XXI” através do seu outro presidente boquirroto, sempre me fez perguntar: o que um país que é contra a produção humana, contra as modernas trocas, quer saber com mercado? O socialismo não se pressupõe através de seus primados ideológicos ser o paraíso na terra? Ser auto-suficiente? Por que a Venezuela socialista sempre teve essa fixação pelo MERCOSUL?

Ou, pra que Cuba quer, por exemplo, um porto moderno e imenso se não produz nada, e dá calote quando compra, pois o socialismo a faliu?

Ora, mercado é processo natural de cooperação social baseada na divisão internacional do trabalho, nas trocas, apelidado pelos socialistas de “capitalismo”. É natureza humana, não algo planificado, ditatorial. Por que esse governo venezuelano constituído de bandidos internos e usurpadores cubanos da sua soberania e riqueza estão ávidos para presidir o MERCOSUL?

Em nome da lógica, os países cujos povos e governos estão preservando á liberdade de suas nações e sabem o inestimável valor da produção e mercado, entre eles Brasil e Argentina, devem se retirar imediatamente da entidade MERCOSUL, deixando só Venezuela e quem mais quiser brincar de mercado de vento.

Mercado, senhores, é coisa séria, pois tem a ver com liberdade e bem estar humano. Não com socialismo.

Ivan Lima é publicitário e editor de Libertatum.


Um comentário:

  1. Eu não entendo como algo tão simples como o fracasso da ideia socialista ainda convence algumas pessoas. Também não entendo como alguém que sai as ruas para defender um regime socialista, não se dá conta que seu Iphone 7 não será mais realidade caso seu desejo político se realize. E me causa mais estranheza ainda, ver historiadores, jornalistas e cientistas políticos defendendo aquilo que a própria história mostra que não tem a menor chance de dar certo. E fica uma dúvida: quanto tempo ainda demorará para que o atual governo venezuelano se desintegre?

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