terça-feira, 25 de agosto de 2015


DEPOIS DA GLOBO, ITAÚ DEFENDE DILMA


Roberto Setubal
Banqueiros e grandes grupos de comunicação jamais ganharam tanto dinheiro como nos governos Lula e Dilma, como prova esta matéria com dados. Foto: Reprodução
A manutenção da presidente Dilma Rousseff no poder, apesar da corrupção avassaladora e do descalabro econômico e social, com queda de produção e fechamento de vagas de emprego em níveis recordes (e a tendência é piorar) é defendida pela elite empresarial brasileira, incluindo os bancos e os meios de comunicação, tendo a Globo à frente, como o site noticiou aqui.
Então não é surpresa que o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, tenha dado entrevista à Folha, dizendo que o “impeachment não tem cabimento” pelo que ele viu até agora. “Ao contrário, vê-se que Dilma permite investigação total”, diz. Senhor banqueiro, o MPF e a PF não dependem de autorização da Dilma para pegarem os corruptos. Muto menos o juiz Sérgio Moro e o Judiciário.
Antes, foi o vice-presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho, quem defendeu Dilma. Procurou ministros próximos a Dilma para bajular e os líderes da oposição e do governo no Congresso Nacional – e se reuniu com as bancadas do PT e do PSDB para pedir moderação contra o Palácio do Planalto. O gesto governista foi feito antes dos protestos de 16 de agosto.
A reação da elite empresarial é perfeitamente compreensível para recorre aos números, que nunca mentem, quando tratados com seriedade. Os bancos e as mídias poderosas nunca faturaram tanto dinheiro como na Era PT. Nos governo Lula, o lucro dos bancos foi de R$ 199 bilhões contra R$ 19 bilhões na Era PSDB. A diferença alcança 550%. Quem trata os banqueiros a pão-de-ló?
A disposição das mídia para defender Dilma é também explicável facilmente. Como indica o quadro abaixo, Fernando Henrique Cardoso gastou R$ 4,2 bilhões com publicidade no segundo mandato (não há dados do primeiro). Luiz Inácio Lula da Silva torrou R$ 13 bilhões nos dois mandatos. Dilma colocou nos bolsos da mídia, somente no primeiro mandato, R$ 9 bilhões. Quanto vai custar o apoio de agora?
gastos-por-mandato
Caso o povo se oriente pelo discurso de Roberto Setubal e João Roberto Marinho, fará jogo político contra a própria sorte (no presidente e no futuro) e passará ao Brasil e ao Mundo vergonhoso atestado de estupidez sem limite. Se as oposições também se dobrarem ao poder econômico, estarão traindo o povo brasileiro e deverão pagar a conta nas urnas em 2016 e 2018.
Não há outra alternativa, senão as pessoas de bem continuarem nas ruas a defender com garra a queda desse governo elitista, mentiroso e corrupto.

Fonte: Valor Crítico

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