segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Em palestra na UFES, militante petista trata de exílio ou fuzilamento da classe média como opções

sammersiman
Na última sexta-feira, 28/8, mencionei que o esfaqueamento do boneco Pixuleco é apenas o que, na visão dessa gente, “dá para fazer” hoje em dia. Pois, se tivessem poder, os bolivarianos estariam esfaqueando oponentes. Ou fuzilando-os. Algumas pessoas podem achar esta constatação exagerada. Na verdade, podiam, pois as declarações do secretário do movimento popular socialista Brigadas Populares, Sammer Siman, em uma palestra na UFES, feita na última quarta feira, servem para enterrar esta objeção.
“Se a gente entende que o nosso inimigo principal é a classe média, nós vamos ter de decidir o que vamos fazer com ela: se vamos exportar para Miami ou se vamos fuzilar.”
A declaração, que chocou os participantes de uma palestra na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), na última quarta-feira (26), partiu do secretário do movimento popular socialista Brigadas Populares, Sammer Siman. A reportagem sobre essa declaração foi publicada na edição desta sexta-feira (28) no jornal A Tribuna, assinada pelo repórter Vitor Carletti, da editoria de Política.
O grupo a que Sammer pertence apoiou a Presidente contra Aécio Neves (PSDB), no segundo turno das eleições presidenciais do ano passado. No primeiro, apoiou Luciana Genro (Psol).
Um áudio da palestra de Sammer na Ufes, em que foi apresentado o perfil socioeconômico dos manifestantes que foram às ruas no último dia 16 pedir o impeachment da presidente   Dilma Rousseff,  confirma a declaração. Antes de sugerir o fuzilamento da classe média, Sammer disse o que País precisa de outro projeto. “Se a gente pensa que é necessário recompor um projeto de nação, isso passa por recompor um projeto geral de sociedade”, disse, na ocasião. Em entrevista a A Tribuna, Sammer afirmou ter sido mal interpretado: “A declaração foi em um contexto irônico porque há uma ausência de projeto de País.”
Apesar da declaração considerada radical pelos que foram à palestra, Sammer disse que o apoio ao governo Dilma não é incondicional. “Não sou contra a classe média e não estava defendendo o governo Dilma. O governo condena a classe média, enquanto deixa imunes os segmentos dominantes”, garantiu.
A sugestão de atacar de forma radical aqueles que querem a saída de Dilma da presidência não é novidade. Neste mês, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e o presidente da Câmara de Porto Seguro (BA), Élio Brasil (PT), declararam disposição para “pegar em armas” para defender o mandato de Dilma, se a oposição insistir no discurso de impeachment.
A desculpa de Sammer, dizendo que foi “mal interpretado” não cola. Até porque se ele alega que a oposição não tem “um projeto de país”, considerar opções como exílio ou fuzilamento não é uma ironia relacionada a esta crítica. Tente de novo, pois esta desculpa não serve de jeito algum.
A matéria acima comete um equívoco ao dizer que a declaração de Sammer chocou a plateia. Na verdade, o vídeo abaixo mostra que eles acharam tudo normalíssimo:
Para os bolivarianos, é normal mesmo. Chegar ao poder e conseguir os meios para silenciar opositores é parte fulcral de seu projeto. Sem essas intenções, não há socialismo.

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