sábado, 21 de maio de 2016

As expectativas de FHC


De vez em quando, Fernando Henrique Cardoso acerta. Ele acertou repetidamente em sua entrevista à Folha de S. Paulo.
Ele disse que Michel Temer está amarrado até o julgamento do impeachment:
"Este governo nasceu por decisão do Congresso, de acordo com a Constituição. Temer foi eleito como vice, tem legalidade. Mas não tem apoio popular. Não pode descuidar desse ponto de partida, porque o processo de impeachment ainda não acabou. Tem que ser cuidadoso, inclusive nas nomeações. Ele é mais amarrado a essas circunstâncias do que eu era, ou do que Lula". 
Em seguida, FHC apontou um caminho para o governo:
"Ele precisa emitir sinais de que levará o país a um caminho melhor na economia e que dará prestígio à Operação Lava Jato. Ele não terá tempo de resolver os problemas da segurança, da educação, da saúde, do transporte. Pode dar sinais para a economia e a infraestrutura, mas vai demorar para colher o fruto. Você não pode cobrar deste governo o que ele não pode dar. É um governo de transição. Se ele chegar a 2018 começando a botar em ordem esses pontos, é o que historicamente precisa fazer". 
O jornal perguntou se os brasileiros vão se frustrar com Michel Temer. Ele respondeu:
"A população é suficientemente realista para não pedir o impossível. Ela não saiu na rua gritando: 'Viva Temer'. Saiu gritando: 'Fora, Dilma'. As pessoas não têm uma expectativa tão elevada assim para se sentirem frustradas".

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