Vaticano oficializa excomunhão de padre brasileiro que defende união gay
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Arquivo pessoal
A Diocese do Divino Espirito Santo de Bauru (338km de São Paulo) emitiu, na manhã deste sábado (15). um comunicado informando que, após um processo que durou mais de um ano, a Santa Sé declarou oficialmente que o padre Roberto Francisco Daniel, conhecido como padre Beto, está oficialmente excomungado pela Igreja Católica.
A Diocese de Bauru havia recebido o comunicado no dia 14 de outubro.
De acordo com o documento divulgado, para a decisão não cabe recurso. A excomunhão só será revista caso padre Beto peça perdão pelos atos que culminaram com a pena. Ainda no comunicado, a instituição pede que os fiéis não frequentem e nem participem de possíveis "atos de cultos" realizados por ele.
"Todos os matrimônios celebrados (assistidos), após a declaração da pena, pelo mesmo sacerdote, são inválidos pelo próprio Direito", informa.
Assinado pelo padre doutor Tiago Wenceslau, juiz-instrutor para as "matérias reservadas a Sé Apostólica", o documento pede ainda que as pessoas rezem por padre Beto.
"Convido todos os cristãos católicos a rezarem para que o Espírito Santo ilumine a todos, sobretudo, ao referido sacerdote para que tenha a coragem da humildade sabendo pedir perdão e se reconciliando com a Igreja que o acolheu e lhe concedeu o sacerdócio ministerial", diz o aviso oficial.
Mesmo sendo parte interessada no processo, padre Beto informou que não teve conhecimento prévio da decisão da Santa Sé antes da divulgação para a imprensa. Ele foi informado da decisão pela reportagem do UOL após realizar mais um casamento, na manhã deste sábado em Bauru.
"Este fato é indiferente para mim, já não tinha mais a intenção de voltar para a Igreja, fosse por Roma ou pela Diocese", afirmou ele.
Padre Beto afirmou que continua a ter a sua fé, mas que agora ela não está ligada a nenhuma denominação. Atualmente padre Beto dá aulas em uma faculdade de Bauru e tem viajado por todo o País para ministrar palestras e para divulgar um livro lançado recentemente.
Apesar da decisão da Santa Sé, o sacerdote afirma que o processo movido por ele na Justiça brasileira segue em andamento. Ele argumenta que não teve direito à defesa antes da excomunhão e que o juiz instrutor nomeado pela Diocese de Bauru não tinha competência para julgar.
"A decisão da Santa Sé diz respeito ao ato, mas o processo trata do desrespeito da Diocese à Constituição brasileira que não observou o tratado entre o Vaticano e as leis do Brasil", afirma.
Apesar de não servir mais à Igreja Católica, ele afirma que, por ser conhecido como padre Beto, não pretende abandonar o título. "Tem vários padres que deixam de exercer a função por esse ou aquele motivo, mas não deixam de o usar o 'padre'. Nada me impede de continuar assim", explica.
- Arquivo pessoal
A Diocese do Divino Espirito Santo de Bauru (338km de São Paulo) emitiu, na manhã deste sábado (15). um comunicado informando que, após um processo que durou mais de um ano, a Santa Sé declarou oficialmente que o padre Roberto Francisco Daniel, conhecido como padre Beto, está oficialmente excomungado pela Igreja Católica.
A Diocese de Bauru havia recebido o comunicado no dia 14 de outubro.
De acordo com o documento divulgado, para a decisão não cabe recurso. A excomunhão só será revista caso padre Beto peça perdão pelos atos que culminaram com a pena. Ainda no comunicado, a instituição pede que os fiéis não frequentem e nem participem de possíveis "atos de cultos" realizados por ele.
"Todos os matrimônios celebrados (assistidos), após a declaração da pena, pelo mesmo sacerdote, são inválidos pelo próprio Direito", informa.
Assinado pelo padre doutor Tiago Wenceslau, juiz-instrutor para as "matérias reservadas a Sé Apostólica", o documento pede ainda que as pessoas rezem por padre Beto.
"Convido todos os cristãos católicos a rezarem para que o Espírito Santo ilumine a todos, sobretudo, ao referido sacerdote para que tenha a coragem da humildade sabendo pedir perdão e se reconciliando com a Igreja que o acolheu e lhe concedeu o sacerdócio ministerial", diz o aviso oficial.
Mesmo sendo parte interessada no processo, padre Beto informou que não teve conhecimento prévio da decisão da Santa Sé antes da divulgação para a imprensa. Ele foi informado da decisão pela reportagem do UOL após realizar mais um casamento, na manhã deste sábado em Bauru.
"Este fato é indiferente para mim, já não tinha mais a intenção de voltar para a Igreja, fosse por Roma ou pela Diocese", afirmou ele.
Padre Beto afirmou que continua a ter a sua fé, mas que agora ela não está ligada a nenhuma denominação. Atualmente padre Beto dá aulas em uma faculdade de Bauru e tem viajado por todo o País para ministrar palestras e para divulgar um livro lançado recentemente.
Apesar da decisão da Santa Sé, o sacerdote afirma que o processo movido por ele na Justiça brasileira segue em andamento. Ele argumenta que não teve direito à defesa antes da excomunhão e que o juiz instrutor nomeado pela Diocese de Bauru não tinha competência para julgar.
"A decisão da Santa Sé diz respeito ao ato, mas o processo trata do desrespeito da Diocese à Constituição brasileira que não observou o tratado entre o Vaticano e as leis do Brasil", afirma.
Apesar de não servir mais à Igreja Católica, ele afirma que, por ser conhecido como padre Beto, não pretende abandonar o título. "Tem vários padres que deixam de exercer a função por esse ou aquele motivo, mas não deixam de o usar o 'padre'. Nada me impede de continuar assim", explica.
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