Todos os dias penso em como ou o quê dizer para que as pessoas mais pobres - especialmente as que vivem do suado dinheiro dos salários - se afastem da propaganda socialista. É uma tarefa árdua, porque os apóstolos do estado provedor tudo fazem para conquistar os corações das pessoas mais simples e necessitadas - querem se fazer passar por amigos, por gente "do povo", e se preciso, falam errado, xingam e cospem...
É muito difícil lutar contra a saúde gratuita, bem como contra o alimento e/ou a educação gratuitas. Explicar que as pessoas poderiam conseguir muito mais por si mesmas se não lhes fossem antes tirados os recursos por meio de tantos impostos é trocar a realidade em que vivem por um sonho não vivido, que para ser experimentado necessita de uma boa dose de reflexão e até de imaginação.
Jamais, porém, vou aderir a tal teatro. Primeiro, porque não tenho vocação para tanto. Depois, porque de nada mesmo adiantaria ganhar esta gente por meio da propaganda mentirosa, pois lhes geraria falsas expectativas. Assim, procuro esclarecer como são as coisas, da forma mais honesta que posso. Quando o povão se cansar da sua incúria e decidir ter um pouco de juízo, estas palavras estarão à espera.
Pois desta vez venho falar sobre a saúde, mais uma vez. Venho falar sobre a eterna e bem-sucedida propaganda da saúde gratuita e de boa qualidade oferecida pelos políticos demagogogós. Venho falar sobre seus dedos em riste, sua fala enraivecida - fingindo-se de indignada, e sobretudo, venho falar como - entra político e sai político - os hospitais públicos estão todos sempre em estado lastimável: um horror.
Todos os dias - do Arrio Chuí ao Monte Caburaí, da Ponta do Seixas, até a nascente do rio Moa - sim, todos os dias, os jornais mostram seres humanos, cansados e humilhados, no meio da noite, em fila, para pegarem uma porcaria de ficha; todos os dias as matérias locais dão conta de pessoas desesperadas em postos de saúde onde os médicos não comparecem; todos os dias lhes faltam remédios, ou estes são encontrados empoeirados em galpões ou jogados aos montes em lixões com o prazo de validade vencido, ou ainda, sendo vendidos no mercado paralelo.
O nome de toda esta tragédia se chama saúde pública. Sempre foi assim, é assim, e sempre vai ser assim. O INSS quer que você morra. Você é útil na hora de pagar impostos. Quando você comparece a um posto de saúde, ou quando vem requerer a sua aposentadoria, os burocratas o vêem como um componente de uma estatística deficitária, e tudo o que eles pensam a seu respeito, é que precisam se livrar de você!
Não há muito tempo, o Dr Stenio G. V. da Silva, dono do blog "Boteco da Saúde", inseriu um artigo que deveria ser tratado como um escândalo: diz ele que, como médico público, era orientado a pedir dos pacientes os exames mais difíceis, caros, dolorosos, demorados e o pior, tantas vezes desnecessários, tão somente com vistas a negar ou protelar a entrega de medicamentos à população.
Para cumular, por ter se negado a acumpliciar-se, seus diagnósticos - exarados objetiva e estritamente dentro do necessário, começaram a ser boicotados pelos seus "colegas" de repartição. Saliento aqui um trecho marcante de sua lavra:
Pois bem, aqui os "colegas" peritos (ou pelo menos 2 deles), fazem o que for possível para dificultar o acesso do trabalhador ao benefício a que tem direito. Solicitam exames caros e desnecessários, inventam a obrigatoriedade de procedimentos médicos ou de saúde auxiliar, ao ponto de tentar fazer o paciente desistir da empreitada.
(...)
Eu poderia me calar, (...) Mas abri a boca e: PIOROU ainda mais. Agora eles dificultam mais ainda quando o laudo é assinado por mim, como "birrinha" infantil de profissionais médicos os quais jamais poderiam exercer tal atividade pela incapacidade técnica, ou por desvio de caráter mesmo em fazer mal a tanta gente assim. (...)E pior vejo diariamente, e me alio a sua dificuladade, pacientes jogados em filas intermináveis para serem maltratados à frente de pseudo-peritos que não deveriam ser funcionários públicos federais e bem remunerados.
(...)
(...)
Oras, se sou médico credenciado pelo CRM/CFM, e emito um documento (laudo) declarando detalhadamente a situação do paciente e o quanto ele precisa do afastamento, porque dificultar essa relação solicitando à margem de minha conduta, mais exames ou mais procedimentos desnecessários...(?)
Eu sou testemunha ocular desta política oculta. Tendo precisado de um certo medicamento para a minha filha, e por ser relativamente caro nas farmácias, busquei-o na rede pública, tendo protocolado todos os exames necessários.
Após um período de cerca de duas semanas, em que deveriam ter ligado sobre o seu deferimento, minha esposa é que toma a iniciativa de buscar notícias, ao que recebe por resposta sobre o indeferimento do mesmo. Compareço ao local e recebo mais uma bateria de exames - e estranho - não constavam da lista inicial (Por quê?).
De pronto percebi que se tratava de uma manobra protelatória. Ora ora, não sou médico nem um curioso "expert", mas havíamos feito tudo quanto era tipo de exame por conta de nosso plano de saúde, inclusive uma tomografia e uma ressonância magnética - e o diagnóstico fora reconhecido e endossado por médicos de duas diferentes especialidades.
Como vim a saber de um deles que era um procedimento doloroso e demorado (que envolvia tirar sangue de meia em meia hora durante um manhã inteira), tomei por bem esquecer do requerimento, de modo que o tenho adquirido na rede farmacêutica. Decididamente, minha filha não haveria de ser usada como a vítima útil dessa gente.
Providencialmente, tenho os rendimentos suficientes para o tratamento. Se falo aqui, é pela compaixão que sinto pelas pessoas que precisam se submeter ao calvário desnecessariamente imposto por estes profissionais e burocratas inescrupulosos. Sinto muita pena, mas também sinto vontade de dizer: "-bem-feito!", porque em toda eleição esta população sofrida dá de novo e de novo ouvidos aos causadores dos seus sofrimentos...
Vamos acabar com essa Festa, bancada com dinheiro alheio?
ResponderExcluirQue tal assim?
http://www.cidadedemocratica.org.br/topico/1337-acabar-com-o-instituto-da-reeleicao-em-nome-do-instituto-da-renovacao