quinta-feira, 6 de maio de 2010

Canarinhos Valentes

Por Klauber Cristofen Pires

Quem recorda daquela fábula do passarinho que vai apagar o incêndio com a água no bico? Pra quem não a conhece, é assim: um elefante, com aquela enorme tromba, foge desesperado do incêndio da floresta, e em sua debandada, observa um valente passarinho, infatigável, colher água no lago com o bico e despejá-la sobre as chamas. Sem desperdiçar a chance de ser irônico, o elefante dispara: "- êta passarinho burro, desde quando você pensa que vai dar conta deste incêndio? Não está vendo que o fogo está se alastrando descontroladamente?" A ele, responde a pequenina ave: "-pois saiba, Sr elefante, que eu estou fazendo a minha parte, enquanto você, com a sua tromba, que poderia apagar muito mais, dá de costas e reclama de quem faz..." (...)
Desde há alguns anos de funcionamento, a aparição pública do filósofo Olavo de Carvalho tem  estimulado corajosos e pequeninos passarinhos a realizarem um formidável trabalho que, no total, tem alcançado vários efeitos positivos, em que pese toda a hegemonia com o poder e o dinheiro das esquerdas.

Há alguns anos, muito se falava do "orçamento participativo". O OP era uma grande bandeira de propaganda política do PT, até que foi desmascarado como uma forma de usurpação das funções do poder legislativo local. Pouco a pouco, foi sumindo da mídia, até que desapareceu.

Quem se lembra do termo "consciência crítica"? Em certa época, este e muitos outros termos novilinguísticos - inclusive o epíteto "neoliberal" foram sendo desmascarados pela sua ridícula falta de lógica (como pode existitr uma consciência não-crítica?) ou pela divulgação do seu erro histórico ("liberal" e "neoliberal" são palavras extraídas do léxico norte-americano para se referir a correntes de...esquerda.).

Fraudes históricas com fins doutrinários tais como a da escravidão, de Zumbi, e da Guerra do Paraguai também foram falseadas por edições mais idôneas, e hoje temos uma instituição que tem conseguido uma razoável penetração no público para denunciar a pregação ideológica nas escolas.

O tema da "responsabilidade social" também já chegou a mobilizar muitos empresários, até que denunciada como uma armadilha para a procriação de chupins comunistas dentro das estruturas da iniciativa privada. Ainda se fala um pouco nisso, mas percebe-se que tal campanha murchou.

A carga tributária começou a ser alvo de acompanhamento pérmanente e de esclarecimento à população, com o Impostômetro e o Dia da Liberdade dos Impostos.

Outros sucessos de iniciativa destes pequenos indivíduos e instituições se situam no plebiscito sobre a proibição do comércio das armas de fogo, sobre a aprovação da liberação do aborto, sobre a liberdade de expressão e enfim, sobre os primeiros questionamentos acerca do financiamento do MST, de sua própria existência como uma entidade criminosa (ao meu ver, paramilitar, e portanto, proibida constitucionalmente), e até da defesa apriorística da propriedade privada.

Mesmo quem não escreve ou artigos ou organiza alguma entidade não governamental (não governamental messssssmo!) tem ajudado, comentando com os articulistas ou com seus próximos, espalhando na base do boca-a-boca sobre os temas que têm sido desenvolvidos em defesa da vida, da liberdade e da propriedade privada, bem como sobre as omissões ou deturpações levadas a cabo pela mídia tradicional, como ficou patente no caso Honduras.

As esquerdas têm sido muito hábeis, ao longo dos anos, em infiltrarem-se no poder, em escamotearem-se e em buscarem o apoio da população por meio dos apelos mais demagógicos e falsos. Aos poucos, entretanto, temos feito este trabalho a varejo e com ele tenho percebido que não dá pra mentir sempre. Estamos no encalço. Hoje as esquerdas já estão começando a ficar na defensiva, como é o caso das entidades que têm se reunido para discutir a "criminalização dos movimentos sociais". Hoje a esquerda já começa a se envergonhar do seu discurso, eis como exemplo a candidata Dilma Roussef que se nega a todo custo a esclarecer a sua posição e os seus projetos como hipotética presidenta.

Se alguma meta posso sugerir a todos aqueles que lerem este artigo, principalmente às entidades de classe tais como as associações comerciais e industriais, é o de formarem uma instituição com vistas ao acompanhamento da chamada "legislação administrativa", mais ou menos nos mesmos moldes do Impostômetro. Um grupo de estudos formados por advogados, economistas e outros especialistas voluntários para combater a legislação oriunda de atos administrativos praticada com desvio de finalidade, para atender a objetivos ideológicos ou à corrupção, quase sempre em desacordo com os princípios constitucionais e com a legislação vigente.

Com a verdade em nossas bocas, com coragem no coração e com fé em Deus, haveremos de vencer!

4 comentários:

  1. Surfista Prateadomaio 06, 2010 12:48 PM

    Infelizmente essa praga do OP (orçamento participativo) continua existindo em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, patrocinados pelos respectivos governos municipal e estadual, e ai de quem resolver acabar com essa pouca vergonha.

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  2. Olá Klauber.
    No seu artigo, citaste sobre os termos novilinguísticos. Qual a sua opinião sobre o politicamente correto?
    Acha que essa ideia pode vingar no Brasil, assim como nos EUA e Europa?

    Grato,

    Fabio

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  3. Fábio,

    O politicamente correto se instalou por aqui ainda com mais sucesso do que por lá. O que faz a diferença é que ele ultimamente vem sendo combatido. Precisamos sempre denunciar o quanto as expressões politicamente corretas são ridículas e tendenciosas. Isto é trabalho de campo, de dia-a-dia, tipo arrancar as ervas daninhas da plantação.

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  4. O Orçamento Participativo, inventado em Poa pelo PT, é mais uma daquelas quimeras criadas para enganar os incautos. Poderia ser um grande instrumento da administração pública, pois admite a participação direta das pessoas no uso de uma parte da arrecadação, para a execução de obras e serviços da sua escolha. Mas isso só acontece na aparência, pois na prática revela-se o engodo. Aqueles grupos de pessoas que se reúnem para propor e analisar os destino do dinheiro, estão infestados de ativistas com ligações políticas, cujo maior objetivo é usar o dinheiro dos outros em benefício próprio e dos seus padrinhos políticos. As ativistas tomam conta do ambiente, impedindo a evolução de idéias que não sejam delas. Uma frustração total.

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