Por Klauber
Cristofen Pires
Como muitos
devem saber, uma das missões a que tenho me dedicado é a de denunciar os livros
escolares carregados de distorções históricas com viés ideologizante. Este é um
combate que todos os pais e mães devem participar ativamente, se não quiserem
ver seus filhos se tornarem ovelhinhas eleitorais a comerem na mão de políticos
inescrupulosos.
Desta vez, um estudante
entregou-me cópias do 11º capítulo do livro escolar História Geral e do Brasil,
Volume 03, dos autores Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo (1ª Ed.), Editora
Scipione, São Paulo, 2012, que trata do regime militar e analiso adiante,
reproduzindo trechos do livro em fonte ARIAL:
Trecho 1:
“A pregação norte-americana
consolidava-se na Doutrina da Segurança Nacional, segundo a qual o inimigo dos
países ocidentais não estava mais em um ou outro país estrangeiro, mas entre
seus próprios cidadãos, alguns dos quais poderiam fazer uma revolução e tirar o
país da órbita de influência capitalista”.
Comentário:
Os autores aqui
fazem uma confusão dos diabos. A reação dos países democráticos ocidentais à
infiltração de agentes comunistas sempre foi tardia, comedida e infinitamente
menor do que a praticada em países como Cuba, União Soviética e China. Ainda
hoje, a Rússia monitora cada passo que meros turistas fazem em seu território,
exigindo que lhes apresentem previamente seus respectivos roteiros para serem
aprovados. O trecho faz de conta que jamais houve no Brasil guerrilheiros
treinados em Cuba e até na União Soviética para fazerem a revolução no Brasil,
tais como Luiz Carlos Prestes, Francisco Julião, José Dirceu, José Genoíno e
outras centenas que promoveram assaltos, seqüestros, explosões e assassinatos
de pessoas inocentes.
Trecho 2:
“As ditaduras terminaram na
América Latina com um triste saldo de milhares de militantes políticos mortos
ou desaparecidos e dezenas de milhares de torturados, e com os militares
desacreditados em suas promessas de gerar prosperidade econômica e solução dos
problemas sociais”.
Comentário:
O texto confunde o
estudante ao referir-se a todas as ditaduras da América Latina, levando-a a
pensar que este é o quadro do Brasil. Na verdade, o saldo de todo o período da
ditadura militar conta com cerca de quatrocentos mortos do lado da guerrilha e
pouco menos de duzentos dos lados das forças do estado. Ademais, a segurança
dos cidadãos era um fato incontestável, incomparável com o quadro de mais de 50
mil mortes anuais. Naquele tempo, a expectativa de um cidadão poder sair à rua
para trabalhar, estudar e mesmo se divertir sem medo de assaltos ou seqüestros
era muito mais tranqüila. Quanto ao sucesso dos governos militares na área econômica,
eles puxaram o Brasil lá do fundo de um escuro 43º lugar para tornar o Brasil
na 8ª maior economia do planeta, tendo retirado da miséria mais de cinqüenta
milhões de pessoas. Jamais houve um sucesso tão grande entre outros
governantes. Ainda é preciso dizer que a política econômica dos militares não
se caracterizava de modo algum com um regime capitalista autêntico, mas com um
rol de políticas intervencionistas das quais o governo do PT é um ferrenho
adepto. Todavia, o modelo de nacional-desenvolvimentismo, que não recomendo,
como qualquer política intervencionista, teve seu tempo de esgotamento,
diferentemente do caso chileno, que optou pela desregulamentação e abertura do
mercado, e colheu resultados melhores e mais duradouros.
Trecho 3:
“A estratégia dos militares era
clara: impor ao Congresso um candidato militar que uma vez nomeado presidente,
pudesse realizar a limpeza “tão desejada” por forças conservadoras (o que
afetaria basicamente a esquerda) e devolvesse o poder aos civis num prazo de pouco
mais de um ano”.
Comentário:
Ao consolidar o
golpe, os militares combateram apenas o lado da esquerda engajado na guerrilha,
o que fizeram igualmente com os grupos paramilitares de direita, que foram
dispersados, sobretudo os ligados com os governadores Adhemar de Barros, em São
Paulo, e Carlos Lacerda, da Guanabara, que mais tarde veio a ser incorporada ao
Rio de Janeiro. A mídia e o sistema escolar e universitário ficaram
completamente à mercê de doutrinadores marxistas, que foram aos poucos ocupando
todos os espaços da sociedade, em consonância com a estratégia gramscista, com
hoje em dia é facilmente óbvio de se demonstrar.
Trecho 4:
“A política salarial baseada no
arrocho reduziu os salários do setor público, enquanto os do setor privado
dependiam da livre negociação entre patrões e empregados, cabendo aos tribunais
do trabalho a resolução de conflitos. Na verdade, a fórmula da livre negociação
era um embuste: os tribunais contavam com juízes nomeados pelo governo,
obedientes a ele em sua política de arrocho salarial.
O movimento sindical, por seu
lado, pouco podia fazer, pois se encontrava enfraquecido pela prisão dos
principais líderes e pelas constantes intervenções previstas na legislação
vigente antes de 1964 e mantidas pelo novo governo. Houve queda da inflação e
consolidou-se a estabilidade econômica, o que abriu caminho para um grande
surto de crescimento, promovido às custas dos trabalhadores.”
Comentário:
Em linguagem politicamente correta: estilo musical popular
do afrodescendente portador de moléstia mental (Adivinhe!): Para começar, o
movimento sindical brasileiro estava completamente engajado em promover greves
e paralisações com objetivos políticos, com a finalidade de desestabilizar o
país. Além disso, não é verdade que os trabalhadores da iniciativa privada
estivessem inteiramente entregues à livre negociação (o que seria uma boa
medida), pois o salário mínimo já estava vigente desde a década de trinta.
Quanto aos tribunais trabalhistas, havia a figura do “juiz classista”, que era
nomeado por sindicatos e participava dos julgamentos. Com relação aos
funcionários públicos, faz-se necessário informar que a máquina administrativa
do estado brasileiro estava imensamente inchada, com a folha repleta de
“marajás”, evidenciando um processo degenerativo no qual o estado já existia
mais para si próprio do que para a população, fenômeno que vem se repetindo
recentemente. Talvez seja por isto que os autores tanto insistem na tese do
“arrocho salarial”, denotando sua cultura nitidamente sindicalista. Por fim,
nenhum sindicato pode substituir o que somente o acúmulo de poupança e a
especialização de tarefas realizam: aumentar salários e prover empregos; este
negócio de dizer que o crescimento foi feito às custas dos trabalhadores é o
cretino discurso marxista da mais-valia e é sumamente contraditório, pois
milhões de brasileiros conquistaram o emprego e os salários foram ganhando
poder de compra à medida que o país crescia; foi o tempo em que os operários
brasileiros começaram pela primeira vez na história a comprar eletrodomésticos
e até o famoso fusquinha. Babaquice
pura e desonestidade intelectual escancarada.
Trecho 5:
“Enquanto isso, um pequeno grupo
de opositores do regime, percebendo que qualquer tipo de oposição pacífica ao
governo estava destinado a desencadear uma repressão desproporcionalmente
violenta, resolveu partir para a luta armada”.
Comentário:
Absolutamente inverídico. No contexto, esta afirmação se encontra
em 1968, portanto, quatro anos depois do golpe militar, em 1964. Ocorre que o
movimento revolucionário comunista já agia de forma violenta no Brasil desde
antes de 1964, e jamais teve pretensões de defender a democracia e as
liberdades individuais, que eram consideradas por eles como valores burgueses.
Não há absolutamente nenhuma evidência histórica, isto é nenhuma declaração ou
texto de época neste sentido. Vejam a declaração do insuspeito historiador
Aarão Reis Filho, notável por sua militância comunista – era guerrilheiro do
MR-8 - em entrevista concedida ao jornal O Globo, em 2001: “As ações armadas
da esquerda brasileira não devem ser mitificadas. Nem para um lado nem para o
outro. Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e no início dos
70 (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho
isso um mito surgido durante a campanha da anistia. Ao longo do processo de
radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que
defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se
implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas
organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência
democrática.
Trecho 6:
No destaque em folhas de cor
rosada, intitulado Anos Rebeldes, os autores tecem loas ao período marcado por intenso
protagonismo de movimentos sociais, dos quais extraio o seguinte excerto: “A
década de 1960, em especial o ano de 1968, tornou-se ícone por tudo que
representou de lutas e conquistas. Muitos a vêem ainda como uma época que não
terminou, pelo fato de as promessas de paz, amor e liberdade contra a opressão
e a alienação das sociedades autoritárias e
conservadoras ainda não terem se concretizado”.
Comentário:
Aqui se faz necessário saber que todos estes movimentos
sociais foram introduzidos no Ocidente como consecução de uma estratégia de
guerra cultural promovida desde a União Soviética. No livro New Lies for Old,
traduzido para o português com o título Novas Mentiras Velhas, de autoria do
dissidente soviético Anatoli Golitsyn, podemos ler este parágrafo revelador: “A
adoção da nova política do bloco e a estratégia de desinformação envolveu
mudanças organizacionais na União Soviética e por todo o bloco. Na União
Soviética, como em outros países comunistas, foi o Comitê Central do partido
que reorganizou os serviços de segurança e de inteligência, o ministério de
relações exteriores, outras seções do governo e aparatos
político-governamentais, além das organizações de massa, a fim de
adequá-las todas à implementação da nova política e torná-las instrumentos
desta”. (pág 45) (Grifos meus). A
destruição dos valores conservadores fundados na filosofia grega, no direito
romano e saxão e na religião judaico—cristã foi declarada como a meta principal
a ser atingida para a implantação do socialismo pela chamada Escola de
Frankfurt; Goerge Luckáks, um de seus maiores expoentes certa vez declarou:
“Quem nos salvará da civilização ocidental?”
Trecho 7:
A tortura utilizada na busca de
informações transformou nomes e siglas, como Fleury e DOI-CODI, em sinônimos de
violência contra o indivíduo. Escoradas na doutrina da segurança nacional,
segundo a qual os militares estavam encarregados da defesa contra ameaças
internas, as forças armadas e policiais moveram verdadeira guerra contra os
opositores do regime. Nessa guerra suja, todas as armas – inclusive a tortura –
eram justificadas.
Comentário:
Para começar, nomes como Fleury e DOI-CODI nunca foram
temidos por pessoas honestas, trabalhadoras e ordeiras; portanto, dizer que
eram “sinônimos de violência contra o indivíduo” é uma forma retórica de usar a
população como escudo humano. O que os órgãos estatais combatiam eram
guerrilheiros armados que assaltavam, seqüestravam, matavam e sim, justiçavam e
torturavam sem absolutamente nenhum resquício de escrúpulos ou piedade, muito
diferentemente do regime constituído, que mesmo sendo autoritário,
desautorizava excessos. No mais, se se tratava de combater guerrilheiros
armados, não era então uma guerra?
Trecho 8:
“A
guerrilha jamais esteve próxima de tomar o poder no Brasil nos anos 1960 e
1970. Entretanto, a repressão à luta armada foi brutal”.
Comentário:
Esta talvez seja a parte mais escandalosa deste livro: com
indescritível cara-de-pau, os autores estão reivindicando o direito da
guerrilha a praticar seus atos de terrorismo e subversão, incluindo aí os
assassinatos, seqüestros, torturas, justiçamentos e explosões.
Cabe aí dar a entender aos estudantes e seus pais que não se
trata de um mero viés ideológico, mas sim de uma técnica de certo modo refinada
de guerra psicológica, chamada de “guerra assimétrica”, que consiste em
justificar para si a legitimidade de todos os meios de ação possíveis, mesmo
que imorais, ilegais, hediondos e criminosos, enquanto simultaneamente são
restringidas ao máximo ou mesmo negadas as possibilidades de ação do inimigo,
por mais legais, morais e justas que sejam.
Um exemplo bastante veemente é o do tratamento dado aos
presos afegãos na base militar americana de Guantánamo, em comparação com os
soldados (e cidadãos) americanos aprisionados pelos afegãos. Naquela base
americana funciona um campo de prisioneiros onde não se pode esperar o
tratamento de um resort de luxo, mas os presos recebem boa alimentação,
instalações dignas, banho e roupas limpas, boa comida, tratamento médico e
inclusive, desfrutam de liberdade religiosa. Na Guantánamo cubana, meros
prisioneiros de consciência são diariamente torturados, enfiados nas famosas
“merdácias” (tanques de fezes), vestem-se com os trapos com que foram trazidos,
passam fome e estão sujeitos a doenças caracterizadas pela inanição,
insalubridade e falta de higiene, como tifo e leptospirose. Já os guerrilheiros
muçulmanos estupram mulheres e decepam homens ou comem seus órgãos e fazem
questão de filmar.
Como uma pequena frase pode encerrar em si tanta impostura a
ponto de nos estendermos muito mais para revelar o que esconde, não é
mesmo? Pois, ainda é necessário dizer
que nela se cometem duas grandes imposturas:
A primeira advém da própria contradição em termos: será que
a suposta pequena magnitude ou relativa incompetência do movimento guerrilheiro
justificaria a inação por parte das forças de segurança? Será que isto
significa que não tinham o ânimo de tomar o país e transformá-lo em uma grande
colônia de Cuba? Ou devemos inverter a fórmula, reconhecendo então que as
forças de segurança foram mais ágeis e conseguiram desbaratá-las?
A segunda impostura está em que, muito ao contrário de ser
brutal, a ação contra-revolucionária
brasileira consagrou-se espetacularmente como a mais bem-sucedida do seu tempo,
em âmbito mundial. Absolutamente nenhuma nação logrou dar cabo de um movimento
guerrilheiro revolucionário marxista com tão poucas baixas em ambos os lados e
assim mesmo mantendo a paz e a ordem social. Para que os estudantes tenham uma
ideia, estes que acusam a reação do estado brasileiro ao movimento guerrilheiro
por algo em torno de quatrocentos mortos, em um país com 90 milhões de
habitantes à época, são os mesmos que louvam algo como 10.000 mortos em um Cuba
com então cerca de 7 milhões de habitantes. Isto significa que a violência da
instauração do regime comunista em Cuba matou relativamente cerca de trezentas
e vinte vezes mais cidadãos, com a diferença de a maioria serem pessoas
inocentes!
Conclusão
Em várias outras passagens, os autores repetem as
informações acima demonstradas, especialmente no que tange ao que chamam de
“arrocho salarial” e ao seu claro repúdio ao que consideram como
“conservador”. Como sempre tenho dito,
não tenho nada contra alguém adotar qualquer postura política, desde que isto
seja parte do gozo de sua liberdade individual. No entanto, as coisas
complicam-se muito quando esta pessoa assume a função de elaborar um livro
didático ou ministrar aulas e começa a usar de sua posição de superioridade
sobre as cabeças dos jovens, abertos e de boa fé entregues à confiança de seus
mestres, para incutir-lhes sua visão particular de mundo, e ainda mais,
falsificando dados históricos e estatísticas com a finalidade de encaixar os
fatos às suas preferências ideológicas. Tal atitude não pode ser chamada de
outra coisa que não pérfida e covarde vigarice intelectual.
Você é bizarro cara. Fez seu curso de História aonde? kkkkkk
ResponderExcluirSe você tá criticando, o material é bom. Indo comprar o livro agora!!!
ResponderExcluirQue cara burro o desse blog! Distorce toda a história pra defender iniciativa privada, intervenção estadunidense, ditadura militar e a ala conservadora desse país. Lastimável!
ResponderExcluirKkkkkkkkkk,inverdades e inverdades, so nao tenho fonte pra provar q sao inverdades
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