Alô Ministério
Público, Alô Poder Judiciário Eleitoral: o PCB está anunciando abertamente a
revolução e a desobediência total à Constituição, à democracia representativa e
ao estado de direito. É caso de dissolução!
Por Klauber Cristofen Pires
Estou falando do vídeo do PCB que foi ao
ar em rede nacional no dia 14/11/2013, no qual seus integrantes defenderam
ostensivamente a destruição da democracia, do estado de direito e do sistema
representativo pela revolução comunista.
A Constituição Federal tem como colunas mestras a
ordem democrática representativa, a independência dos poderes e o estado de
direito. Se o primeiro ato de alguém ao tomar posse de um cargo eletivo é jurar
obedecer e cumprir a constituição, é porque a atividade política submete-se ao
que os doutrinadores chamam de princípios invisíveis, quais sejam, os
pressupostos que são como a alma da Constituição. Por isto, não pode ser
tolerável que um partido político goze de todas as prerrogativas que lhe são
dadas pela democracia para abertamente defender a sua destruição.
No vídeo de cinco
minutos, as falas mais escandalosas estão entre os minutos 3:30 a 4h40, que
destaco a seguir, em fonte diferente, sobre os quais depois teço meus
comentários:
Débora
Nunes – União da Juventude Comunista:
3:30 Por tudo isso, é que enquanto as massas tomam as ruas, o estado
burguês reprime e criminaliza aqueles que lutam.
3:38 Para o PCB, a única maneira de mudar essa situação é através de uma
ruptura revolucionária do capitalismo e a construção de uma sociedade
socialista (PCB)
3:47 As formas políticas da democracia representativa burguesa estão em
crise e não conseguem mais disfarçar seu verdadeiros interesses de classe.
Mauro
Iasi – Comitê Central PCB:
3:54 Para derrotar o poder das classes dominantes, precisamos construir
uma real e forte alternativa de poder. Um poder popular, dos trabalhadores do
campo e da cidade. Um poder popular que seja capaz de construir um programa
anticapitalista e socialista para o Brasil.
4:13 As manifestações são muito importantes, mas não
suficientes. É preciso organizar os trabalhadores para acabar com o
capitalismo.
4:22 Saibam identificar nossos inimigos: Estes não são nossos inimigos
(manifestantes empunhando bandeiras vermelhas em uma manifestação); Estes
também não (black-blocks). Estes são apenas os funcionários dos nossos inimigos
(policiais). Estes são seus capatazes (Collor, Sarney, Lula, Dilma e FHC).
Estes sim, estes são os nossos verdadeiros inimigos (empresários aplaudindo o
que pode ter sido o resultado do leilão do campo de libra).
Nada pode ser mais
claro: Se estas pessoas defendem a ruptura com a ordem institucional, não
deveriam ter direito a manter seu partido, muito menos receber permissão para
exibir um vídeo gratuito em cadeia nacional. Que se lancem à ilegalidade e
agüentem a repressão da democracia.
O PCB é um partido
nanico, aliás, microscópico. Não tem nenhuma representação no Congresso, nenhum
governador e até onde fui capaz de descobrir, possuiu um único deputado
estadual no influente estado do Amapá, eleito em 2006. Em 2007 elegeu vinte
vereadores e dois vice-prefeitos Constitui uma aberração legal ter direito a um
programa de tv gratuito, ainda mais para defender a subversão da ordem
democrática.
Por isto mesmo,
antecipo-me a muitos leitores que certamente viriam a questionar-me sobre o
motivo que me levou a prestar atenção a esta sigla aparentemente desprezível, e
então respondo: é justamente pela posição obscura em que se encontra que este
partido se incumbiu de anunciar a revolução.
Aproveita-se de que
não tem nenhum político de peso, isto é, que não tem nada a perder, para fazer
uso de um método que eu chamo de “navio quebra-gelo”, que consiste em anunciar
uma ideia estapafúrdia como linha de frente, gerando em grande parte o desprezo
da população, mas ao mesmo tempo fazendo-a se acostumar com seu discurso,
abrindo desta forma uma via navegável que mais tarde será usada por partidos
congêneres maiores.
O que a população precisa
entender é que, embora haja uma grande variedade de partidos de esquerda, eles
não são plenamente independentes entre si; muito ao contrário, por meio do Foro
de São Paulo, obedecem a uma estrutura orgânica por meio da qual atribuem-se
tarefas e metas específicas. O anúncio escancarado da revolução tal como
realizado por este partido representa a parte que ora lhe cabe.
A seguir, malgrado
as bobagens que falam sejam praticamente auto-evidentes, comento-as, como uma
forma de não perder a oportunidade de ser didático, salientando que embora
estejam encharcadas de mentiras, foram elaboradas de modo a conduzir o
telespectador a abraçar a causa da revolução:
00:10 - Débora Nunes – União da Juventude Comunista
As
manifestações que tomaram conta do Brasil a partir de junho são a demonstração
da revolta da juventude e dos trabalhadores contra o aumento da exploração e do
capitalismo.
Meu comentário: Pura mentira: A jovem comunista pretende tomar a
sardinha para a sua brasa; basta relembrar uma manchete da
Folha de São Paulo: MPL
acusa onda conservadora e desiste de novas manifestações.
00:20 - Caio Andrade – União Classista
A
opção do PT por um pacto com a burguesia quer fazer a gente acreditar que é
possível o desenvolvimento capitalista, gerar lucros para os empresários e, ao
mesmo tempo, resolver os problemas da classe trabalhadora.
A
realidade comprovou que não é assim. Os salários são corroídos pela inflação e
pelo arrocho. O custo de vida sobe, os serviços públicos são sucateados e os
trabalhadores são sufocados por dívidas.
Meu comentário: Vamos fazer aqui uma pequena lista de países
capitalistas paupérrimos: EUA, Canadá, Inglaterra, Irlanda, Islândia, França,
Alemanha, Itália, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Itália, Noruega, Holanda,
Bélgica, Áustria, Suíça, Espanha, Coréia do Sul, Japão, Taiwan, Austrália, Nova
Zelândia, e Cingapura; agora, uma lista de países comunistas prósperos, livres
e felizes: Cuba e Coréia do Norte. Como se escreve nas redes sociais:
kkkkkkkkkkkk!!!!!
Sobre inflação,
este é o resultado da expansão monetária, que pode acontecer em qualquer
regime, seja comunista, capitalista ou meio termo. Os governos mal
intencionados recorrem à expansão monetária quando já não conseguem mais
espoliar a população por meio de impostos e/ou quando já não possuem crédito,
porque sua capacidade de pagamento anda com a reputação no fundo do poço. É
exatamente o que o PCB propõe, ao atacar a responsabilidade fiscal, e pra
finalizar, a expansão monetária só se faz possível porque graças a ao
socialista fabiano John Maynard Keynes
os governos do mundo todo abandonaram o padrão-ouro, substituindo um meio
autêntico de troca por meros papéis pintados de curso forçado, o papel-moeda.
00:50
– Débora Nunes – União da Juventude Comunista
Cada
vez mais, os trabalhadores e a juventude percebem que este modelo capitalista
serve apenas para garantir o lucro dos patrões, mas não resolve as necessidades
de quem trabalha.
Meu comentário:
Isto merece um “kkkk...”, mas, ufa, vamos lá: nos países capitalistas a
poupança, a especialização das funções e o desenvolvimento dos processos de
produção geraram valores agregados superpostos, propiciando aos seus
trabalhadores desfrutarem de um nível de vida excelente. Talvez a moçoila
prefira comer grama na Coréia do Norte, onde em cadeia de tv nacional tem sido
receitada à população.
01:00 – Ivan Pinheiro – Secretário-Geral do PCB
Collor,
Sarney, Fernando Henrique, Lula e Dilma têm poucas diferenças. Mantiveram a
mesma política econômica neoliberal, cada vez mais vantagens para os
empresários e menos direitos para os trabalhadores. As privatizações continuam:
rodovias, ferrovias, portos, estádios esportivos, aeroportos, e agora o
vergonhoso leilão de Campo de Libra.
Meu comentário: estou quase tentado a concordar com a declaração
deste senhor...porém, como tenho dito, não pelos mesmos motivos, hehe. Explico:
O que a própria esquerda convencionou chamar de neoliberalismo não passa de uma
emulação dos regimes nazi-fascistas, fundados na criação de um estado forte e
intervencionista, com concessão de privilégios aos empresários, mas não a
todos, senão a alguns. Todos estes governos aumentaram impostos, criaram novos
órgãos reguladores, estimularam invasões e promoveram desapropriações, e
sobretudo, mancomunaram-se com empresários ávidos de benesses estatais. Quanto
a dizer que os direitos dos trabalhadores, foram diminuídos, este sujeito mente
como um...comunista! Hoje um dos maiores fatores inibidores para alguém abrir
um negócio é vislumbrar-se futuramente perante um juiz trabalhista.
01:28 – Mauro Iasi – Comitê Central PCB
Para
garantir os interesses desse bloco dominante, o dinheiro público é sangrado
para subsídios privados e o pagamento dos juros da dívida. Daí então a política
de saneamento financeiro, superávits primários e a chamada responsabilidade
fiscal, que impede que as políticas públicas como a educação, saúde moradia,
saneamento e outras tenham os recursos que são necessários.
Em
1990, os 10% mais ricos detinham 53 % de toda a riqueza do país. Depois de 10
anos de governo petista, os mesmos 10 % passaram a deter mais de 72% da
riqueza. A maioria da arrecadação de impostos é paga pelos assalariados, e as
camadas com o menor poder aquisitivo. Os impostos sobre patrimônio representam
menos de 4% do montante arrecadado.
Meu comentário: Concordo que o dinheiro público é sangrado para
subsídios privados, especialmente para cevar a carteira de milhares de ONGG’s
(Organizações não governamentais governamentais) que se empenham em promover a
revolução. Porém, dizer que nos governos de Collor a Dilma prevaleceu uma
política séria de saneamento financeiro e uma verdadeira responsabilidade
fiscal é contar uma piada sem graça. Todos foram gastadores, especialmente os
dois últimos governantes. Superávit primário é um conceito para enganar pessoas
crédulas, porque desconsidera as obrigações do governo para com os juros da
dívida ; enfim, é uma forma falsa de dizer que as contas do governo estão no
azul. Materialmente falando, os impostos são pagos por todos os cidadãos,
especialmente sob a condição de consumidores. Certamente, como a carga
tributária é alta por influência da política socialista, são verdadeiramente os
mais pobres os que no fim das contas, pagam mais.
02:20 – Caio Andrade
Mas
quando os trabalhadores fazem greve, o governo e os patrões alegam que não têm
dinheiro. Por isso, não nos surpreende de que o número de greves no Brasil
tenha crescido tanto.
Meu comentário: Então as greves têm ocorrido só por motivos
salariais? Vejam este documento que encontrei no site do PCB, intitulado “A Estratégia e a Tática do
PCB”, com destaque para o trecho abaixo, com grifos meus:
A organização dos trabalhadores inclui formas de
organização popular direta, nos bairros, no campo
e em grandes movimentos urbanos de massa e a luta pelo aprimoramento da organização sindical, com a construção de
grandes sindicatos por ramo de produção, a proposição
de greves gerais com a participação de todos os trabalhadores, do proletariado precarizado, dos partidos de esquerda e de
outras organizações sociais, e a utilização de vias não institucionais para a luta revolucionária.
02:33 - Mauro Iasi
Para
manter esta sociedade tão desigual, é necessário que a classe dominante se
cerque de um poder repressivo e um poderoso escudo jurídico, procurando
esconder sua exploração na forma de estruturas políticas que garantam seu
domínio. O estado brasileiro está a serviço das classes dominantes, mas precisa
aparecer como se fosse um estado democrático que defende o interesse de todos.
Meu comentário: O sujeito aí quer requentar a malfadada tese
marxista da estrutura e da superestrutura. A estrutura seria representada pelos
meios de produção e a superestrutura, por todo o arcabouço intelectual,
incluindo aí a ciência e a tecnologia, o sistema político-jurídico, a
literatura, as artes e até a religião como alegados sustentáculos ideológicos
do sistema de opressão contra os trabalhadores. Pura calhordice e uma
contradição em termos, pois, se fosse verdade, o livro “O Capital” e o próprio
PCB nem chegariam a ter existido. Em compensação, nos regimes comunistas, aí
sim, prevalece uma superestrutura, que se comprova pelo sistema de partido
único e pela supressão de toda liberdade de expressão, que vale lembrar, também
é uma das bandeiras do PCB.
02:57 - Ivan Pinheiro
É
claro que foi bom ter acabado com a ditadura que torturava e matava
impunemente. Mas a repressão aos que lutam não acaba no que chamam de
“democracia”. “Não há gás lacrimogênio nem cassetetes “democráticos”. O
capitalismo é sempre uma ditadura da burguesia.
Meu comentário: Que o diga o Sr. Coronel PM Reynaldo Rossi, que
quase morreu nas mãos dos black blocs! Cassetetes e gás lacrimogênio são, sim,
instrumentos da democracia. Nos regimes comunistas, as dissensões são dispersas
por tanques e tiros de fuzil!
03:18 – Caio Andrade
Para
favorecer ainda mais os ricos, preparam-se mega eventos. Por um lado, o lucro
para as empreiteiras. Para os trabalhadores, sobram as remoções e a
criminalização das lutas.
Meu comentário: O que os black blocs e congêneres estão fazendo não
é crime?
03:30 – Débora Nunes
Por
tudo isso, é que enquanto as massas tomam as ruas, o estado burguês reprime e
criminaliza aqueles que lutam. Para o PCB, a única maneira de mudar essa situação
é através de uma ruptura revolucionária do capitalismo e a construção de uma
sociedade socialista. As formas políticas da democracia representativa burguesa
estão em crise e não conseguem mais disfarçar seu verdadeiros interesses de
classe.
Meu comentário: se existe crise no nosso sistema representativo, é
porque se tornou refém dos vândalos e terroristas revolucionários.
03:54 - Mauro Iasi
Para
derrotar o poder das classes dominantes, precisamos construir uma real e forte
alternativa de poder. Um poder popular, dos trabalhadores do campo e da cidade.
Um poder popular que seja capaz de construir um programa anticapitalista e
socialista para o Brasil.
As
manifestações são muito importantes, mas não suficientes. É preciso organizar
os trabalhadores para acabar com o capitalismo.
Saibam
identificar nossos inimigos: Estes não são nossos inimigos (manifestantes
empunhando bandeiras vermelhas em uma manifestação); Estes também não
(black-blocks). Estes são apenas os funcionários dos nossos inimigos
(policiais). Estes são seus capatazes (Collor, Sarney, Lula, Dilma e FHC).
Estes sim, estes são os nossos verdadeiros inimigos (empresários aplaudindo o
que pode ter sido o resultado do leilão do campo de libra).
Meu comentário:
este comentário, deixo-o aos leitores...
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