Qual será o “golpe de misericórdia” no PT?

Uma dessas pancadas já parece ter sido há algum tempo. E, na verdade, foi pancada de CABIDE. Segundo o colunista de O Globo, Ricardo Noblat, Dilma se irritou com a ex-criada Jane, no Palácio do Planalto, por não ter gostado da arrumação de seus vestidos e, encolerizada, jogou cabides nela. Tomou de volta, e depois a demitiu. Nas palavras de Noblat, o episódio, “conhecido nos bastidores do governo como a ‘guerra dos cabides’, custou o emprego de Jane”. O silêncio da empregada teria sido comprado. Antes esse hilário e destrambelhado episódio fosse tudo.
Mais do que uma “pancada”, a Folha de São Paulo publicou hoje uma verdadeira “bomba”. O ex-diretor da empresa holandesa SBM Offshore, Jonathan David Taylor, afirmou que a Controladoria Geral da União já possuía informações sobre o pagamento de propinas por parte de sua ex-empregadora para a Petrobras, mas só abriu processo em novembro, logo após a lamentável reeleição de Dilma. A empresa holandesa é investigada no Brasil e na África, a partir de documentos vazados que indicam que ela pagou US$ 139 milhões – isso mesmo – ao lobista brasileiro Julio Faerman para obter contratos com o “orgulho nacional” brasileiro que é a nossa querida empresa petroleira. Depois das investigações abertas nos EUA, os contornos internacionais de todo esse escândalo chegam com um capítulo delicadíssimo para o governo atual, que mais uma vez está acuado, agora pela acusação de ter postergado o desvendar de uma verdade inconveniente, em meio a toda a teia de mentiras de sua campanha. Taylor assegura ter sido sua a iniciativa de agir junto à CGU, a quem teria passado “o relatório de uma auditoria interna da SBM, mensagens eletrônicas, contratos com o lobista, extratos de depósitos em paraísos fiscais, a gravação de uma reunião da empresa e uma lista com nomes da Petrobras”. O que alega a CGU? Que abriu de fato o processo apenas em novembro, pois só então encontrou “indícios mínimos de autoria e materialidade sobre o caso”. Aham. Não podem estar os dois lados falando a verdade. É hora de convocar Taylor para depor! E ele declarou estar totalmente disposto. A oposição deve agir, e notícias dão contas de que já se articula nesse sentido. Extrair detalhes pode abalar ainda mais – talvez decisivamente – as bases do governo Rousseff.
No mesmo dia, o Fundo Monetário Internacional traduziu o desastre econômico. Segundo relatório do FMI, a América Latina registrará o quinto ano seguido de desaceleração econômica, e o Brasil – exatamente, o Brasil; não a Europa, não as “potências imperialistas”, não a “terrível crise de desemprego na Alemanha”, mas o BRASIL DO PT – é o PRINCIPAL responsável por isso. Bradarão os paranoicos que o FMI representa os interesses dos malditos capitalistas, das multinacionais e… Todo o restante daquele papo estúpido e, como diria Luiz Felipe Pondé, brega, muito brega! Nada disso mudará a realidade.
Mais uma pancada – não sabemos mais dizer se é a quarta, quinta, sexta ou milésima, e não nos atreveremos a tentar contar – veio com a notícia de que o PSDB aparentemente foi acordado pelos gritos do povo – FINALMENTE! – e encomendou de Miguel Reale a elaboração de uma ação penal contra Dilma Rousseff em razão da malandragem com a lei de responsabilidade fiscal, que gerou todo o imbróglio no fim do ano passado. Em artigo escrito em conjunto com os prezados amigos e ousados advogados Pedro Henrique Ferreira e Diogo Ferreira, já havíamos comentado, à época, a fundamentação levantada para seguir por essa via, que pode levar também à queda da presidente via impeachment.
Como qualquer cidadão minimamente antenado pode perceber, o cerco cada vez mais se fecha. Todo o edifício de incompetência e podridão construído ao longo de doze anos em escalas dificilmente igualáveis vai sendo demolido, com cada pedaço do cimento sendo desnudada e retirada. O cavaleiro vermelho agoniza na batalha. Agoniza, entretanto, de pé, mesmo que o sangue escorra, porque ainda quer se fazer de vitorioso, ainda quer ostentar uma glória que não possui e jamais possuiu. Quando, enfim, lhe será aplicado o golpe de misericórdia? Qual será? Por qual das vias? Eis a resposta que aguardamos, em compasso de espera. Alguns manifestarão sua revolta seletiva, argumentando que isso é “discurso de ódio”, com a mesma canalhice com que assim quiseram entender as metafóricas palavras de Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre, quando disse que precisávamos “dar um tiro no PT”. Tiro ou punhal, o fato é que esse governo vergonhoso e esse partido corrupto e autoritário precisam mesmo ser derrubados. E como o nome diz, isso não é ódio; é até “misericórdia”. Embora sem qualquer movimento de sua parte, é até por empatia e humanidade que desejamos pôr fim ao vaguear confuso e patético da mulher que hoje figura na presidência; se ela não percebe a tristeza do caminho que vai trilhando, nós percebemos.
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