Pará e o seu
desenvolvimento
Por Armando Soares
Por Armando Soares
“O homem idealista, que tem a felicidade como objetivo
moral de sua vida, a realização produtiva como atividade mais nobre e a razão
como seu único princípio absoluto.”
(Ayn Rand)

Desenvolver o Pará é o grande desafio
do povo paraense do governador, prefeitos, deputados federais e estaduais e
vereadores. É inadmissível que uma região tão rica, tão bem localizada
geograficamente, com excelente clima, rios navegáveis e caudalosos, terras
agricultáveis e propícias à criação de animais, ainda esteja na infância do seu
desenvolvimento, senão mesmo estagnada se levado em consideração forças
poderosas que vem limitando o desenvolvimento.
O
desenvolvimento econômico é um fenômeno histórico que ocorre nos países e em regiões
que realizam sua transformação capitalista, e se caracteriza pelo aumento
sustentado da produtividade ou da renda por habitante, acompanhado por
sistemático processo de acumulação de capital e incorporação de progresso
técnico. Uma vez iniciado, o desenvolvimento econômico tende a ser
relativamente automático ou autossustentado na medida em que no sistema
capitalista os mecanismos de mercado envolvem incentivos para o continuado
aumento do estoque de capital e de conhecimentos técnicos. Como a história e a
realidade comprova não é o Estado que realiza o desenvolvimento, mas a
iniciativa privada; ignorá-la é suicídio.
O Pará nunca
experimentou um desenvolvimento capitalista, seja sob o comando de Portugal,
seja no período imperial, seja no período da exploração da borracha nativa.
Apesar da tentativa de investidores estrangeiros de transformar a produção da
borracha e pô-la em bases mais capitalistas teve que lutar contra a resistência
interna, tanto dos seringueiros que produziam a borracha para exportação,
quanto dos intermediários que a comercializavam. Foi essa resistência que
contribuiu para traçar os contornos da economia amazônica. Esse contorno só
veio a sofrer modificação com a entrada do nocivo monopólio estatal da
borracha, que estatizou a produção e comércio da borracha afastando ainda mais
o modelo capitalista da região. Esse cenário só veio melhorar em 1965 quando
foi criada a Operação Amazônia no governo do presidente Castelo Branco,
programa que pretendia através de instrumentos capitalistas, iniciar o processo
de desenvolvimento amazônico. O desafio do desenvolvimento coube à iniciativa
privada, ação vitoriosa durante 15 anos, de 1965 a 1980. Em 1980 se instala no
Brasil uma política ambiental que objetivava travar o desenvolvimento realizado.
Iniciado a implantação da política ambiental logo se verificou uma mudança
significativa no cenário econômico da região refletido na importância da SUDAM
e do BASA, agência de desenvolvimento e o banco de fomento que perderam a
importância como agência de desenvolvimento e fomento, cedendo o lugar ao setor
de meio ambiente. A prioridade não era mais o desenvolvimento, era a
preservação da floresta amazônica. Toda a dinâmica da economia paraense ficou
travada e as células existentes enfraquecidas pelo excesso de regulamentações
de custo insuportável. O modelo capitalista mostrou sua eficiência, mas em
pouco tempo foi implodido por força dos interesses de grandes países
capitalistas, um aspectos negativo do capitalismo colonialista, que quer comer
num só prato toda a Amazônia. Nesse canário ambientalista, não há atrativo para
se investir face ao excesso de burocracia e regulamentação, graças ao modelo
estatal paraense espanta investidor próprio de regimes socialistas. Não são as
oportunidades existentes para investimentos no Pará que são insuficientes para
atrair investidores, o que espanta o investidor é a política estatal. O Pará,
tendo como carro-chefe de suas atividades a política ambiental volta a sofrer
da mesma doença anticapitalista que vem retardando o seu desenvolvimento. Enquanto
o Pará com toda a sua riqueza não consegue se desenvolver, o Mato Grosso decola
e se desenvolve através de instrumentos capitalistas, acomodando o setor de
meio ambiente no lugar em que deve estar de apoio ao desenvolvimento. Um contrassenso inexplicável. O Pará não tem
dono e não deve sob qualquer justificativa ser impedido de se desenvolver por
que assim querem os ambientalistas, as ONGs, os colonialistas e os simpáticos
ao novo colonialismo ambiental. Já se perdeu muito tempo realizando-se
experiências de planificação econômicas equivocadas e insensatas, todas com o
ranço estatistas. Insistir nesse caminho é pura insensatez, ainda mais quando
essas intromissões estatais despedaçam empresas, negócios e células rurais. Sem
instrumentos capitalistas não há desenvolvimento.
O
que aconteceu recentemente com a empresa Vale S.A comprova essa verdade
capitalista. A empresa explicou que a interrupção do projeto Aços Laminados do
Pará (ALPA), decorreu de fatores alheio a sua vontade. Sua intenção visava o
crescimento da economia paraense e para tanto se empenhou para a implantação do
projeto ALPA, segundo ela um forte estímulo ao desenvolvimento da região, com
geração de empregos e renda, um atrativo para a instalação de outras
indústrias, circulação de mercadorias e bens de consumo, aumento de renda per
capita e outras vantagens. Desde logo contratou empresas para a elaboração de
estudos de viabilidade do projeto em três regiões – Marabá, Carajás e Vila do
Conde. Em 2009, a Vale firmou com o Governo do Pará um Protocolo de Intenções
que garantia incentivos fiscais para a implantação de uma siderurgia, bem como
a construção de eclusas para viabilizar a hidrovia do Rio Tocantins. Em 2010 e
2011, a Vale depois de investir mais de 260 milhões de dólares em estudos de
viabilidade técnico-econômico, de engenharia detalhada, de estudos de solo e
terraplanagem e compra de terreno, ocorreram alterações no cronograma
inicialmente proposto em virtude do não cumprimento, por parte do governo
paraense, dos acordos de concessão de incentivos fiscais e investimentos na
necessária infraestrutura de logística. Em consequência desses procedimentos a
Vale interrompeu o projeto em 2012, frustrando a verticalização do setor
mineral. Exemplos dessa natureza comprovam que não há no governo paraense vontade
em desenvolver o Pará. Surpreende que com tantos entraves ambientais impostos
pelo governo queira o apoio das entidades empresariais para a redução do
desemprego e para apoiar desenvolvimento do Pará. Se quer o apoio do setor
privado cabe primeiro ao governo desburocratizar o setor de meio ambiente por outro
modelo que flexibilizasse a aprovação de projetos, amenizando rigores
excessivos de uma burocratização que empurra a economia para a paralização e
favorece a corrupção.


O
ambientalismo é uma espécie de idealismo pernicioso e ao mesmo tempo um negócio
rendoso. Serve para muitas coisas. Encobre a incompetência, acoberta a
corrupção, a cupidez, não desenvolve nada, antes se presta para facilitar o
saque e impor regime estatal manipulador da liberdade. Precisamos no Pará de
conhecimento, de tecnologia, de investidores e não de mestres da contemplação. Deixo
como advertência para esse momento difícil da convivência do governo do Pará
com a iniciativa privada o que consta no ensaio de F.A. Hayek ‘O Caminho da
Servidão’, que adverte o mundo de que o planejamento centralizado da economia
inevitavelmente levará ao fim da sociedade livre, que foi a maior realização
social da humanidade.
Ninguém
entendeu qual o proveito da reunião havida entre a Dilma e os governadores
brasileiros. Qual o benefício de apoiar o governo Dilma que caminha celeremente
para o abismo e não tem mais forças para comandar a economia e o país? Como o
Pará subdesenvolvido poderia ajudar o Brasil a sair do buraco? Esse pessoal
precisa deixar de brincar com coisa séria e começar a falar a verdade.
Armando Soares – economista
e-mail: teixeira.soares@uol.com.br
Soares é articulista de LIBERTATUM
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