Por ISABEL FLECK, DE NOVA YORK (Folha)
Comentário de LIBERTATUM: parece que os EUA decidiram definitivamente trilhar o caminho da auto-destruição.
O Departamento de Justiça americano deve expandir a sua definição de "racial profiling" –termo usado para a seleção feita com base nas características físicas de um indivíduo- para evitar que agentes federais usem critérios como religião, origem, gênero e orientação sexual em suas investigações.
Desde que assumiu como secretário de Justiça, em 2009, Eric Holder, o primeiro afro-americano a assumir o posto, é crítico deste tipo de seleção e já tinha ordenado a revisão das diretrizes para investigações federais.
Durante encontro privado com o novo prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anteontem, ele teria revelado a intenção de mudar os parâmetros das investigações, segundo revelou uma fonte ao "New York Times".
Uma das bandeiras da campanha de Blasio foi a da mudança do chamado "stop and frisk" (pare e reviste) em Nova York, que também usava a seleção por cor de pele e origem em batidas policiais.
O movimento vem após uma década de críticas por parte de grupos de direitos humanos que acusam as autoridades de ter como principais alvos os muçulmanos, em investigações de contraterrorismo, e os latinos, em investigações sobre imigração.
Em 2003, o presidente George W. Bush chegou a banir a prática, com exceção justamente dos casos que ameacem a segurança nacional. Além disso, a proibição só valia para a cor da pele, mas não religião e origens.
"Essas exceções permitem que muçulmanos americanos e hispanoamericanos sejam perseguidos", disse o senador democrata Richard J. Durbin, de Illinois, em 2012.
Para Hina Shamsi, advogada da American Civil Liberties Union, uma das organizações que mais combatem o "profiling", acabar com a prática condiz com o que é defendido na Constituição americana.
"Além do mais, vai atender à demanda sempre expressa pelo FBI [polícia federal americana] de uma melhor relação com as minorias religiosas", afirma.
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