Hoje eu vou descrever uma tática argumentativa
que certos colunistas (claro, esquerdistas, como sempre) vêm fazendo
ultimamente, que vou chamar aqui de “metendo o pé na porta”. Como funciona: o
sujeito chega impondo um ponto de vista e já vai logo afirmando que quem
discordar dele é um cretino que merece ser morto, preso ou coisa parecida.
Por Klauber Cristofen Pires
Lembro-me de um
artigo de Ricardo Setti, intitulado “Obama
acaba com a palhaçada dos que duvidavam de sua nacionalidade e divulga certidão
de nascimento” onde começa disparando nestes termos: “Amigos, acabou a palhaçada
cada vez mais barulhenta que vinham fazendo os chamados birthers, cretinos
fundamentais que duvidavam que o presidente Barack Obama fosse nascido nos
Estados Unidos” (Os grifos são meus).
Este texto serviu
de base para o meu artigo, “Perdeu
a chance de ficar quieto”, onde demonstrei claramente ao Sr. Setti que os
birthers têm bons motivos para desconfiar da nacionalidade do presidente Obama,
que, segundo as últimas revelações publicadas sobre ele por mim indicam que tem
registro de cidadania britânica, eis que nasceu no Quênia ainda na época
colonial.
Qual a reação
daquele que chamou as pessoas de palhaços e cretinos? Ficou melindrado e disse ter se sentido ofendido porque
eu escrevi o seguinte:
“Se eu fosse o proprietário da quarta (salvo
engano) maior revista de informação do mundo e lesse uma besteira destas, eu
dispararia imediatamente à redação para puxá-lo arrastado pelo chão dos
corredores, à vista de todos, até alcançar a porta da frente e de lá
arremessá-lo rumo à calçada com um bom pontapé. E tenham a certeza, eu faria
isto muito menos pelo seu farisaísmo do que por seu primarismo jornalístico”.
Ahh, esta exposição
me fez puxar da minha gaveta mental o caso de um farisaico professor de uma
universidade fluminense que faz pose de defensor dos direitos humanos e das
mulheres e não fez nada menos do que incitar o estupro da jornalista Raquel
Sheherazade, por suas opiniões conservadoras. Como é mesmo o nome dele? Opa, é
Paulo Ghiraldelli. O colunista Felipe Moura Brasil nos
revelou o caso e que não é a primeira deste psicopata.
Enfim amigos, este
intróito vem para demonstrar como o desavisado que lê o eloquentíssimo fica
meio que intimidado pela ostensiva agressividade, tomando-a como a fúria
legítima de um pensador honesto que está de saco cheio com tudo-isto-que-está
aí. A tática muitas vezes funciona – especialmente em cima das mentes mais
frívolas - porque põe em alerta o lado emotivo dessas pessoas e joga-as na
guerra de aceitação de grupo.
É nesta hora que
uma pessoa consciente dos seus valores não se entrega e desmascara o impostor,
usando do seu bom-senso e independência.
Refiro-me, desta
vez, ao recente artigo do colunista Jânio de Freitas, denominado “Tiro
na democracia”, pelo qual o colunista mete o pé na porta afirmando que
policiais usarem armas de fogo em manifestações públicas é uma truculência
típica das ditaduras, entre outras sandices tais que, fossem ditas em um
momento onde o bom-senso ainda prevalecesse, teriam-no arremessado pela janela
de sua redação em direção à sarjeta!
Ora bolas, se em
momentos de relativa normalidade os policiais têm de portar armas – tanto para
a legítima defesa quanto para o estrito cumprimento da lei – quanto mais não
haverá necessidade para momentos turbulentos como os que temos assistido que se
agravam em violência a cada vez que ocorrem? Vejam que mesmo a Grã-Bretanha, um
país cuja ordem institucional está muito acima da nossa, já desistiu da sua
polícia desarmada de antanho.
O que faz um
manifestante investir contra um policial com um canivete ou uma chapa de aço
parecer pacífica? O que faz de sujeitos mascarados armados com bombas caseiras,
bolinhas de gude e pesadas chaves de grifo cidadãos ordeiros em ato de manso
protesto? O que garante uma
legitimidade a priori a meliantes que incendeiam ou tentam incendiar
postos de gasolina e veículos com pessoas no interior, ou que depredam e
saqueiam bancos e lojas?
Agora prestem
atenção a esses dois trechos que destaco: “Essa prática é uma transgressão ao Estado de Direito e como tal pode ser
tratada, por meio de impeachment”, e “Sua
desnecessidade em tal situação está atestada na prática: a mais eficiente
contenção da arruaça violenta, no Rio, foi obtida na última grande
"manifestação" –com a PM desprovida de arma fogo”.
Vocês já notaram que certos colunistas nunca se referem às vítimas destes "pacíficos" manifestantes para defendê-las? Eu sugiro que o Sr. Jânio de Freitas diga isto à família que quase morreu carbonizada no fusca queimado por seus pimpolhos!
Vejam senhores leitores, que o que este articulista
pretende ao entrar no salão metendo o pé na porta e dizer que ali não homem pra
ele: usar o blefe de sua indignação raivosa para fazer o jogo da propaganda
política contra o governo do PSDB em São Paulo e tecer loas à administração
aliada do PT no Rio de Janeiro. Êta filminho rodado! Porém, basta olharmos pra
quem está entrando para constatarmos que não passa de um anãozinho...no caso da
metáfora, um anão moral.
Oras, a segurança
pública paulista dá de dez a zero na fluminense, e este homem vem
desacreditá-la contra todas as estatísticas? O jornalista Jânio de Freitas não
pretende defender a democracia, mas sim asfixiá-la, com sua tara ideológica, a
mesma que, sim, não hesita em atirar a esmo contra manifestantes realmente
ordeiros e pacíficos, como aconteceu na Venezuela de Hugo Chaves e na China
durante os protestos da praça de Tiananmen.
O uso da força
policial – que inclui o criterioso e honesto uso das armas de fogo, salva vidas
e patrimônios. Quem já comparece armado a tais eventos, seja com estiletes ou
bombas caseiras, já demonstra estar predisposto ao uso da violência.
O que este
colunista pretende é demonizar a PM de São Paulo por um caso em que policiais
defenderam a vida de um colega contra um aprendiz de terrorista, tomando este
caso como se fosse uma investida de policiais ofensivamente atirando a esmo
contra uma população ordeira e indefesa. Nada mais canalha! Nada mais covarde e
tendencioso!
O que todos precisamos fazer, prestem tenção,
caros leitores, é incentivar os policiais ao uso da força legítima contra os
desordeiros e bandidos. Policiais são seres humanos que expõem-se ao perigo
diariamente e estão se sentindo fragilizados e inseguros por jornalistas de mau
caráter como este Jânio de Freitas. Não tenham a vergonha, portanto, de dar um
bom dia a um policial e oferecer a ele sua aprovação à iniciativa e à bravura.
Vocês não imaginam o poder e a energia que estarão transferindo para os
corações desses homens e mulheres! Façam-nos se sentir apreciados e valorizados
e verão que a sua atuação contra o terrorismo – terrorismo, sim! – vai ser cada
vez mais eficaz!
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