Prezados leitores,
Relembrando assim, de cabeça, à vista grossa, venho reiterar o que neste blog tem sido uma ênfase: estamos substituindo um regime de liberdades por uma ditadura da maioria com rótulo de democracia. Não vejo coisa pior, pois mesmo um ditador pode ser deposto, ou vá lá, levar uns pipocos na cabeça, mas me digam: o que fazer diante de um regime em que supostamente todos mandam em sua vida?
Não há muito, saiu a notícia de que a Anvisa não está contente em ter confiscado um lado inteiro das carteiras de cigarro para veicular uma propaganda governamental que reputo extremamente indecorosa, de tal forma que, fosse privada, outro órgão desses de regulamentação ou o MPF o teria censurado. Agora os doutos barbudos de carteirinha entendem que para se esquivar dos ditames da república da portaria os vendedores expõem as carteiras de cigarro empilhadas de tal modo que somente aparecem as lombadas com as marcas do fabricante.
Detesto cigarro. Nem sequer fumo, de modo que não é meu propósito advogar de graça para os ricos produtores de cigarros. O que faço é defender o sentido fundamental da propriedade privada, a minha, a sua e de quem mais seja, rico ou pobre, gordo ou magro, fumante ou não fumante, torcedor do flamengo ou adepto da picanha ao alho, e poucos exemplos são tão esclarecedores quanto o da obrigatoriedade de veicular propaganda estatal contrária ao próprio produto como é o caso da Anvisa e de tantos outros órgãos que legislam sobre direito de propriedade privada e a confiscam sem um pingo de representatividade parlamentar.
Quando apoiamos medidas tais como esta, automaticamente defendemos o mesmo exercício por parte de todos os outros contra nós mesmos, na parte que nos toca: se eu sou dono de um bar, tenho de marcar a volumetria dos meus copos; se eu sou dono de uma escola, tenho de me reunir antes com um verdadeiro séquito de órgãos antes de propor meu preço (vou abrir um texto para deter-me especificamente sobre este tema); se sou dono de uma padaria, tenho de vender pão só por quilo; e logo até quem tiver aberto um negócio de fundo de quintal de festas terá de submeter os painéis da Barbie e do Ben-10 ou a sua taça de bombons para escrutínio do Inmetro, tal como ja denunciamos aqui. Nenhum empreendimento tem como sobreviver deste jeito: é muita gente para botar tempero no feijão: vai salgar.
Você que me lê cético, pode chegar a penar que tudo isto se faz por um bom motivo, isto é, por uma boa intenção. Mas será que as boas intenções são abundantes nas cabeças de políticos e burocratas? Quem garante que as más intenções não possam ser usadas sob os mais cândidos pretextos? E quem garante que quem possui boas intenções sabe tomar melhores decisões que todas as outras pessoas ao decidirem como aplicar o seu dinheiro? Elas, por elas e para elas próprias, terão acaso más intenções contra si próprias?
Como se pode ver, o estado nunca se vê satisfeito com a invasão às nossas propriedades: ele sempre quer mais, e isto nunca terá um fim se nós mesmos não nos mobilizarmos para pôr um basta. O que precisamos fazer, pois, é começar a nos reunir e discutir estes pontos. Cada cidadão, cada trabalhador, cada empresário pode chamar seus amigos e montar um pequeno forum, e estes pequenos foruns podem aos poucos crescer e se articular com outros. Não há outras alternativas de defesa, eis que todas as instituições, inclusive a mídia tradicional, estão do lado do burocratismo legiferante.
Aposto que toda a dita "bancada evangélica" no Congresso Nacional dará todo o apoio a essa medida. E ainda tem esquerdista que joga todos os evangélicos na vala comum do direitismo, do conservadorismo e do liberalismo econômico.
ResponderExcluir100% a favor da liberdade de expressão, mas seguinte considerando que a função da ANVISA e Minist. da Saúde de proteger a saúde da população (que em sua maioria não tem nível educacional adequado e boa parte é analfabeta funcional, poucos seriam capazes, por exemplo de ter um blog. Talvez 30%) que não tem ferramentas técnicas para se defendeer, entender e se proteger dos malefícios do cigarro e das técnicas de marketing, penso ser muito positiva a divulgação das imagens e mais deviamos deixar de hipocrisia e proibir o cigarro, ou por outro lado de repente liberar o crack (mata tanto quanto, só q mais rápido, td em nome da liberdade de decisão, opinião e democracia. Ah, barbudinhos saiu de moda tá?
ResponderExcluirSr Horace,
ResponderExcluirLeia seu próprio comentário para entender o quanto é contraditório e autoritarista. A idéia de que o povão precisa de um pai estatal para pensar por ele é a desculpa mais esfarrapada de que se utilizam os ditadores.
Sua comparação entre o cigarro e o crack não merece ser considerada como séria - pelo menos não neste blog, mas temo que explicar isto para você seja um tanto complicado.
Ah, e os barbudinhos estão muito na moda, sim senhor. Só que andaram trocando as sandálias de vietcongue por sapatos de pelica de carneiro.