Quando visito a Feira Pan-Amazônica do Livro, que se realiza anualmente em Belém, constato que o livro nacional, indubitavelmente, é o melhor do mundo. Claro, refiro-me à qualidade do papel, bem como da arte das capas. O conteúdo, se já poderíamos considerar sofrível tomando isto com uma boa dose de condescedência, torna-se desprezível ao conhecermos excelentes obras estrangeiras que até hoje não mereceram das editoras a versão em português.
Refiro-me, a título de exemplo flagrante, à monumental trilogia de Santiago Posteguillo, com a sua saga sobre Públio Cornélio Cipião, o fantástico general romano que derrotou Aníbal Barca na batalha de Zama, às proximidades de Cartago, proeza que lhe valeu o aclamado título de "Africanus" entre os seus próprios soldados e o povo que o admirava. Por isto mesmo, Africanus, El Hijo de Cónsul, é o título do primeiro volume, que se segue por "Legiones Malditas" e "La traición de Roma".
Uma saga tão fascinante não poderia vir ao mundo sem que o seu autor não estivesse preparado para tanto. Com efeito, Santiago Posteguillo pode ser considerado como um dos maiores nomes mundiais em novelas históricas e não à toa é filólogo, linguista, doutor europeu pela Universidade de Valência e atualmente lecionacomo professor titular na Universidade Jaume I de Castellón.
Sem contar do seu estilo literário, a prender os olhos do leitor da primeira à ultima linha, e olhem que estou a falar de mais de oitocentas páginas, como no caso de Legiones Malditas, que acabei de concluir, as efemérides tratadas são ricamente ilustradas com os registros dos historiadores contemporâneos da antiguidade romana e explicações históricas sobre os cenários, as genealogias, a mitologia, as lendas e os costumes dos povos envolvidos na Segunda Guerra Púnica.
Em Africanus, El Hijo del Cónsul, a narrativa começa com a invasão da Península Ibérica pelo General Amílcar Barca, que morre em combate contra os nativos na Hispania, sendo então sucedido no comando por seu filho Aníbal, um genial estrategista e imbatível líder militar, que funda Cartagena (Kaart Hadash ou "Cartago Nova") e realiza a proeza de atravessar os Pirineus e os Alpes para então chegar à Península Itálica. Tendo os púnicos imposto uma série memorável de derrotas aos romanos, que inclusive acarretaram a morte de seu pai (Públio) e seu tio Cinéio, bem como ao seu sogro Emilio Paulo, o protagonista Púbio Cornélio Cipião, general cum imperium sobre as tropas romanas em Hispania, toma Cartagena após tão somente seis dias de cerco, com incrível e inovadora estratégia.
Agradeço efusivamente ao amigo Marcus Antunes por tê-los emprestado a mim, que agora o recomendo a todos.
opa, já me interessei só com a descrição q vc deu, sendo dica do Marcus então é livro bom na certa. Certa vez ele me emprestou o Portões de Fogo, de Steven Pressfield, é um livro fantástico tbm. Abração
ResponderExcluirOlá! Já li os dois primeiros livros da fantástica trilogia! Pena mesmo que as editoras de língua portuguesa não os tenham considerado para tradução. Recomendo muito, com certeza, e fico feliz de encontrar mais alguém que os tenha lido e considerado dignos de apreciação literária. Abraços.
ResponderExcluirClauber - São Paulo, Brasil
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