sábado, 1 de dezembro de 2012

Luta armada: “Combate nas trevas” (Parte 1)




Leia o livro Combate nas trevas de Jacob Gorender e comprove “das ilusões perdidas à luta armada”, onde mostra o cadáver do delegado “justiçado por um comando guerrilheiro”, de bermuda, sandália, na calçada de pedras portuguesas de Copacabana e os cadáveres de partícipes da luta, “metralhados por agentes”, ao que parece na foto, com fuzil na mão.
Por Ernesto Caruso


O autor de início comenta que Carlos Prestes não levou a sério o processo de cassação do PCB em 1947 demonstrada em palestra tranqüilizadora que assistiu. O registro foi cassado em 07/05, ao que classifica de “crasso erro de previsão”.  Mudou-se a linha pacifista para a violência revolucionária imediata. Na aliança temporária programada, sofreriam expropriação os grandes capitalistas serviçais dos norte-americanos. “O desequilíbrio passional” produziu “um catastrofismo  apocalíptico” no manifesto de agosto de 50, assinado por Prestes. Discorre sobre as tentativas de luta armada em Porecatu/PR e Trombas de Formoso/GO. Confessa que não havia disposição, nem meios para repetir novembro de 1935 (Intentona comunista). No projeto do programa do PCB de janeiro de 54, constava a derrubada do governo Vargas, mudada para “atual governo”, de Café Filho a Juscelino. O autor integrou, de 51 a 53, o secretariado do PCB em São Paulo, com Marighela.
Enaltece a liderança dos comunistas na greve dos 300 mil (1953/54), início do movimento operário-sindical ao ápice em 1964. Passa quase dois anos na URSS. Critica o escondismo de Prestes, ausência nas reuniões, incapaz de fazer autocrítica, dominado pelo papel messiânico, possuidor de base cultural pobre.
Nova linha política a partir de 1958 (Declaração de março); revolução em duas etapas, revolução nacional e democrática e depois a socialista. Caminho pacífico da revolução — adiante chamado de ilusório — e luta armada se houver reação. Considera ponto de acerto a luta pelas reformas da estrutura, apregoadas como reformas de base. Gorender  ascendeu ao Comitê Central em 1960, como efetivo. Goulart assume a Presidência da República, acesso livre ao PCB e considerado aliado.  
 Prepondera a linha pacífica, com perda de poder da estalinista conduzida por Amazonas, Grabois e Pomar. Dá-se a cisão com a criação do PC do B em 1962, com objetivo principal de instalar um governo popular revolucionário, i.é, pela violência revolucionária e alinhamento ao Partido Comunista Chinês. Em 53 revive o Partido Operário Revolucionário (Trotskista), com adesão de jovens intelectuais e estudantes. Nasce a Organização Revolucionária Marxista/Política Operária (POLOP). Final do aos 50, surge a Ação Popular. Além de universitários, professores, líderes camponeses militavam na AP antes de 64, com a opção pelo socialismo do presente, imediata.
As Ligas Camponesas estavam na linha pacífica até a visita de Francisco Julião a Cuba, em 61, quando muda para a luta de guerrilhas. Brizola, governador/RS, em 61, cria o Movimento dos Agricultores sem Terra. A Declaração aprovada em Congresso com a presença de Jango limita a propriedade rural em 500 hectares. Greves como pressão política coordenadas por Jango e sindicalistas em 1962; de tabela saques, mortos e feridos. Crítica do PCB ao reboquismo da CGT a Jango. Brizola não consegue fazer o sucessor ao governo do Rio Grande do Sul.
Francisco Julião lança em 21/04/62 o Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT); prega a reforma agrária na lei ou na marra, com flores ou sangue. O MRT assume a preparação para a luta armada; compra fazendas para treinamento de guerrilha, adotando o foquismo cubano (Comentário: focos de guerrilha que seriam adotados no pós 64). Aproximação com os subalternos das Forças Armadas. Cita o livro O caminho da revolução brasileira, 1962, de um dirigente da POLOP, a destacar o levante armado, insurreição e tomada do poder, ou seja a derrubada do governo Goulart. Idem o PC do B a pregar a sua derrubada pela violência. Caracteriza Prestes como sendo uma personalidade egocêntrica.
O autor que se intitula um militante profissional do Partido Comunista conclui que a Revolução de 31 de março, chamada de golpe, não veio de Washington, veio do Brasil.

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