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Em 2010, 76,9% das empresas brasileiras usaram Internet para fins de trabalho
Por Ricardo Bergamini
Em 2010, das 2,8 milhões de empresas com 1 ou mais pessoas ocupadas, cerca de 2,2 milhões (80,8%) utilizaram computador, 2,1 milhões (76,9%) fizeram uso da Internet e 2,3 milhões (83,3%) de telefone celular para finalidades de trabalho. As proporções de empresas que usaram computadores e Internet eram elevadas e crescentes à medida que o porte das empresas aumentava: cerca de 78,0% das microempresas (de 1 a 9 pessoas ocupadas) usaram computador, enquanto nas empresas de 10 a 19 pessoas ocupadas esse percentual saltava para 94,1%. O mesmo comportamento foi observado em relação ao uso da Internet: 73,7% das microempresas usaram Internet, ao passo que nas empresas com 10 a 19 pessoas ocupadas essa proporção subiu para 91,5%. Destaca-se também a universalidade do uso de computador e da Internet nas empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas.
Dentre as microempresas, as menores taxas de uso de computador e de Internet pertencem ao segmento industrial (73,4% e 71,1%, respectivamente). As microempresas com atividades de informação e comunicação apresentaram as taxas mais elevadas: 85,4% usaram computador e 84,8% usaram Internet. Já quando se consideram as empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas, as de alojamento e alimentação apresentaram os menores níveis de uso de computador e de Internet (87,9% e 82,2%, respectivamente), e os maiores níveis foram observados nas empresas com atividades profissionais, científicas e técnicas (99,3% tanto para o uso de computador quanto de Internet).
Dentre as empresas que não usaram computador e dentre as empresas que não usaram Internet, os principais motivos apontados foram: as atividades que necessitavam computador ou Internet eram realizadas por terceiros (86,3% e 89,8%, respectivamente) e o uso desses equipamentos não era necessário (73,5% e 71,6%).
Esses são alguns dos resultados da nova pesquisa do IBGE sobre Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas empresas brasileiras (TIC-Empresa 2010), que investiga o uso de computador, Internet e celular, interação com o governo, segurança, habilidades no uso das TIC e os motivos de não utilização dessas tecnologias pelas microempresas (1 a 9 pessoas ocupadas) e pelas empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas. Não há informações locais.
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83,3% das empresas usam celular corporativo ou pessoal
Além da utilização de computador e da Internet, o telefone celular também vem se destacando como uma importante ferramenta de tecnologia de informação e comunicação: 83,3% das empresas utilizaram celular corporativo ou pessoal para fins de trabalho. Nas empresas de menor porte, o uso de celular pessoal foi predominante: 52,4% das microempresas o utilizaram, enquanto 40,3% delas usaram celular corporativo. Já nas empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas, o uso do celular corporativo (70,7%) foi bem mais frequente do que o uso do celular pessoal (34,2%).
Ao se investigar o tipo de conexão à Internet utilizado pelas empresas, verificou-se que é bastante reduzida a utilização de banda estreita tanto entre as microempresas (2,7%) como entre as empresas de maior porte (2,0%). A banda larga fixa é usada por 92,3% das microempresas e 95,4% das empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas, e a banda larga móvel por 23,0% e 28,4% dessas empresas, respectivamente.
Dentre as empresas de maior porte, 40,5% relataram incidentes relacionados à segurança em 2010
A ampliação do uso das TIC traz como consequência a preocupação com a proteção aos sistemas e redes de informação das empresas. Dentre as empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas que utilizaram a Internet, 40,5% tiveram problemas relacionados à segurança em 2010. No entanto, apenas 21,1% declararam possuir uma política de segurança definida. Os procedimentos de segurança mais utilizados pelas empresas de maior porte foram antivírus, anti-spyware ou anti-spam (98,8%), tecnologia de proteção de dados (82,1%) e firewall ou sistema de detecção de intrusos (80,6%).
Para as microempresas que utilizaram a Internet, no tocante aos incidentes relacionados à segurança em TI/TIC, 31,1% relataram ter vivenciado algum tipo de problema e somente 9,7% declararam possuir uma política de segurança da informação formalmente definida. Em relação aos procedimentos de segurança adotados, 98,3% das microempresas informaram ter usado programas para detecção de vírus e spam, 74% adotaram tecnologias de proteção a dados e 68,3% usaram sistema firewall e de detecção de intrusos.
Para as microempresas, alto custo das remunerações é principal dificuldade na contratação de especialistas em TI/TIC
Dificuldades em recrutar pessoal especializado em TI/TIC foram informadas por 5,1% das microempresas que usaram computador e/ou Internet e o alto custo das remunerações (64,7%) foi a principal dificuldade relatada. Dentre as microempresas que utilizaram computador e/ou Internet, apenas 19,4% ofereceram algum tipo de treinamento a seus funcionários. Destas, cerca de 76,6% forneceram treinamento básico para o uso das TIC.
Para as empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas, 10,5% informaram ter encontrado dificuldades para recrutar pessoal especializado em TI/TIC e, diferentemente do observado nas microempresas, a principal dificuldade foi encontrar profissionais especializados em domínio de ambientes de desenvolvimento/linguagens (61,6%). Das empresas desse porte que usaram computador e/ou Internet, 32,4% promoveram ações de qualificação ou de treinamento, sendo que 74,5% do total dessas empresas forneceram treinamento básico para o uso das TIC.
Quase metade (48,3%) das microempresas usam softwares livres
A TIC-Empresa buscou conhecer os principais tipos de softwares usados pelas empresas. Das microempresas que usaram computador, a maior parte utilizou programas prontos para uso (96,6%). O uso de softwares livres também foi bem significativo nessas empresas (48,3%), em contrapartida, poucas delas desenvolveram seus próprios softwares (3,3%). Já dentre as empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas, 95,1% informaram adotar programas prontos para uso e 49,5% softwares livres. Apenas 8,5% das empresas de maior porte declaram desenvolver seus próprios programas.
As principais finalidades para o uso de softwares apontadas pelas microempresas foram a gestão eletrônica de documentos (editoração, uso de planilhas eletrônicas e digitalização de documentos), 85,6%, e a gestão comercial, 63,9%. Entre as empresas de maior porte, 85,3% informaram usar programas de computador para gestão eletrônica de documentos e 77,9% para gestão comercial.
47,5% das empresas de maior porte possuem página na Internet
Cerca de 21,0% das microempresas informaram que tinham uma página ou portal na Internet. As microempresas que possuíam páginas na Internet as utilizaram, principalmente, para fornecer catálogos ou listas das mercadorias/serviços ou listas de preços (73,3%) e também para comunicação com clientes (ou clientes potenciais) através de formulários (72,3%). Dentre as empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas, 47,5% informaram possuir página ou portal na internet, sendo que 72,1% delas disponibilizavam serviço de reclamações ou sugestão de clientes e 72,0%, consulta a catálogos ou listas das mercadorias/serviços ou lista de preços.
25,6% das microempresas fazem vendas pela Internet
Entre as microempresas, 25,6% fizeram vendas através da Internet, predominantemente, usando e-mail (23,6%). Apenas 6,9% das microempresas usaram a web para realizar as vendas. Considerando as compras feitas pela Internet, a taxa foi mais elevada, 41,1%, sendo 29,5% por e-mail e 25,9% pela web. Do total de empresas com mais de 10 pessoas ocupadas que usaram Internet, 32,9% disseram ter realizado vendas (28% por e-mail e 14,4% pela web) e 55,0%, compras (39,3% por e-mail e 38,3% pela web). A pesquisa considerou que fazer vendas ou compras de mercadorias ou serviços pela Internet referia-se a receber ou enviar pedidos de compra ou venda via páginas de Internet, Extranet, e-mail, etc., ou seja, não era necessário que o pagamento tivesse sido realizado online.
Analisando-se os usos que as empresas fazem da Internet, a pesquisa constatou que enviar e receber e-mails é uma prática quase universalizada, alcançando 98,7% das microempresas e 99,0% das empresas de maior porte. Além do e-mail, respectivamente para as microempresas e para as empresas de maior porte, a busca de informações sobre bens e serviços (77,9% e 84,2%) e a realização de pagamentos e consultas bancárias online (65,5% e 80,3%) foram as atividades mais apontadas, enquanto o treinamento dos funcionários (7,9% e 12,8%) e o fornecimento de produtos on-line (5,1% e 9,9%) foram as menos indicadas.
Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
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