Reunião da cúpula econômica do governo petista |
Antes o
governo petista, na pessoa do Sr. Lula, galhofeira e arrogantemente declarava à nação que
sua fórmula era gastar mais, baixar os juros e contratar mais servidores públicos,
e agora os seus áulicos defendem com poses de sábios o aperto monetário, o aumento das taxas, e o mais contraditório, o desemprego. Está
na hora de a população começar a se levar a sério.
Por
Klauber Cristofen Pires
Nalgum
dia, se bem me recordo, fiz algumas considerações sobre as colunas publicadas
no jornal cubano Granma. Impressionou-me a vaguidão e a lassidez com que os seus autores discorriam
sobre assuntos que dificilmente conseguia identificar e comparei-os àqueles
devaneios que nos assombram o sono após uma beberagem das boas.
Pobres
coitados! Não podem escrever nada de sério e importante em suas vidas tuteladas
pelo regime comunista de seu país. Então, quando não recebem ordens de mentir
descaradamente sobre algum fato, divagam a esmo, em prolixos parágrafos que têm
por meta mais fazer-lhes passar o tempo do que informar alguma coisa. Poderia
mesmo aventar se naqueles laivos literários não se ocultam pedidos desesperados
de socorro.
Tal
desculpa, porém, não resta à grossa parte dos economistas e jornalistas
brasileiros, e aqui não estou a criticar os jovens semiletrados recentemente
egressos destas fábricas de diploma de 3º grau, pois já seria de mim algo como
uma sádica maldade.
Foi
depois de ler um tanto de Ludwig von Mises que aprendi que ao fazer uso do
termo “economista”, o fazia com especial deferência à donas de casa (!), mas excluía absolutamente os teóricos
marxistas e keynesianos, e hoje digo, com que razão! Nas linhas seguintes, vou
mostrar aos leitores como os economistas destas correntes mergulham na mais
profunda maconha, ou para serem ainda mais petistas, no chá do santo daime.
Para tanto, valer-me-ei de um artigo que um dia, quem sabe, felizmente poderá
ser usado como um estudo de caso dos nossos pastosos tempos: Inflação e Pleno
Emprego, de Celso Ming, publicada no Estadão de 30 de abril, que li do
blog Diplomatizzando, do amigo Dr. Paulo Roberto de Almeida, que muito felizmente,
intitulou-o com o acréscimo de seus comentários: “Keynesianos
já não entendem mais nada...”
Comecemos:
Já havia na área
econômica do governo Dilma Rousseff confusão entre objetivos estratégicos.
Nunca havia ficado claro, por exemplo, o que é mais importante: se o
crescimento da atividade econômica ou se o avanço do emprego. Imaginava-se
vagamente que eram a mesma coisa.
Quando a expansão do PIB
ficou travada, mesmo no ambiente de pleno emprego, o governo e seus economistas
não conseguiram esconder a perplexidade: tiveram e seguem tendo dificuldades
para explicar como as duas situações podem coexistir.
Confusão
entre objetivos estratégicos? Será que algum dia houve algum, at all? Fosse por convicção, antes mesmo
não houvesse! Para que alguém venha a propor alguma dicotomia teórica entre prosperidade
e emprego, faz-se necessário antes demonstrar por que economias livres cresceram
fabulosamente com fartura de empregos e ainda, com uma queda contínua dos
preços.
Em
uma economia livre, a poupança gera excedentes de capital que são investidos em
mais produção, gerando solidamente empregos com salários cada vez maiores. Foi
a receita básica da prosperidade norte-americana, isto é, pelo menos até o fim
do séc. XIX, bem como a da recuperação europeia ocidental após a 2ª Guerra
Mundial e dos países asiáticos apelidados de tigres. Portanto, isto nos leva a
perguntar: Que poupança houve neste país nos últimos dez anos? Que
investimentos foram feitos?
A
verdade é que jamais houve, durante a gestão petista, algo que se possa ter por
crescimento econômico; o que tem havido, sim, foi uma provisória ocupação da
capacidade instalada para atender a um crescimento artificial da demanda. Esta,
por sua vez, não pode ser debitada na conta da “geração de empregos”, vez que
os empregos que surgiram são provenientes majoritariamente do inchaço do
serviço público, da multiplicação de ONG’s mantidas pelo erário e programas de
transferência de renda, bem como de estímulos irresponsáveis ao crédito.
Se
uma comparação mais ou menos acertada pode ser feita, imagine um sujeito que
pensa ser possível conduzir seu veículo tão somente por meio do acionamento do
seu motor de arranque. Tendo agido assim, até que deve ter conseguido provocar
uns trancos para a frente, e o carro talvez tenha até andado mais um pouco, se
estivesse numa descida, o que lhe faria comemorar seu feito perante seus amigos.
Porém, bastaria encontrar um suave aclive para que o embalo perdesse o fôlego, e
a bateria, que agora jaz exausta, não conseguisse mais nem acender uma lâmpada
qualquer. É isto o que está acontecendo hoje com o Brasil.
Prossigamos:
Outro desdobramento do
mesmo tema é a relação entre pleno emprego e inflação. O ex-diretor do Banco
Central Alexandre Schwartsman foi duramente atacado por excesso de ortodoxia
quando advertiu, há dois meses, ser preciso segurar a oferta de emprego para
conter a inflação.
Na semana passada, um
economista comprometido de longa data com o desenvolvimento econômico, o
professor da Fundação Getúlio Vargas Yoshiaki Nakano (foto), também avisou que
o atual nível de inflação somente recuará se o governo aplicar à economia boa
dose de desemprego.
Não são vozes isoladas.
Tanto no Relatório de Inflação como nas atas do Copom, o Banco Central também
vem advertindo para os efeitos inflacionários provocados pelo excessivo
aquecimento do mercado de trabalho.
Se Alexandre Schwartsman está sendo acusado de
ortodoxia por ter proferido uma enormidade como esta, então imaginem a suruba
que rola quando estão todos de acordo! E o Dr. Yoshiaki Nakano(!), bem que
poderia contribuir para amenizar os efeitos da crise, pedindo sua exoneração.
Já seria um bom começo!
Reputo
como canalha, no mínimo, a orgia com que o governo petista tratou os recursos
públicos e induziu a população ao endividamento, para agora estes barbudinhos
de carteirinha virem a público defender o desemprego, que certamente não será
os das parasitas oficiais, mas de gente honesta e produtiva, que pega o ônibus
às cinco da manhã para trabalhar pesado.
O governo petista não gerou empregos, nem
promoveu o crescimento. Ele gastou, no sentido mesmo de desperdiçar, os
recursos dos nossos impostos e do nosso futuro com empregos improdutivos e com
o consumo inflacionário, uma vez que os milhares de aspones, com um salário no banco, passaram a competir com os
cidadãos produtivos pelos mesmos produtos.
Aliás,
a produção não somente não foi estimulada como pelo contrário, tem sofrido toda
sorte de perseguições por parte do governo, com especial ênfase ao agronegócio.
Assim bem entendido, compreende-se que o tomate não tem sido o vilão da
inflação, mas pelo contrário, sua grande vítima.
Em frente:
Em princípio, inflação
alta é fator que corrói o poder aquisitivo e, nessas condições, contribui para
reduzir a demanda por bens e serviços. No entanto, como estão aumentando acima
da inflação e da produtividade, fato para o qual também adverte o Banco
Central, os salários contribuem decisivamente para a alta dos custos do setor
produtivo e para o aumento da demanda por bens e serviços além da capacidade de
oferta da economia.
A questão não se esgota
aí e é mais complexa do que sugerem certos debates. Tanto Schwartsman como
Nakano defendem elevação mais forte dos juros básicos do que a admitida pelo
Banco Central. E eles não estão sozinhos. O diretor de Política Econômica do
Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, também advoga mais aperto monetário para
enfrentar a inflação.
Incrível como ainda se compra barato esta
confusão entre doença e febre. Certamente, porque esta mentira deslavada
aproveita aos seus mistificadores. Preços em alta não são a inflação! Deixemos
o tomate em paz! Os aumentos de preços são apenas a febre, isto é, a consequência
da percepção pelos agentes econômicos do aumento da oferta de dinheiro na
praça. A doença tem o nome de expansão monetária, que é o que o tão perdulário governo
faz quando está tão ávido que não se contenta com os impostos e com o
endividamento privado e se põe a injetar zeros a mais na conta do Tesouro.
Privatização dos juros já! As taxas de juros são
importantíssimas para a correta informação dos investimentos do mercado. Quando
os governos a baixam por decreto, estimulam a aplicação de recursos em
investimentos de longo prazo que poderiam ser usados na produção de coisas mais
urgentes, e quando o aumentam arbitrariamente, desestimulam a produção em
qualquer grau em setores onde o processo de maturação não acompanha o retorno.
Em um
mercado livre, quando João vem ao banco e pede dinheiro para plantar arroz, a
instituição financeira o empresta sob uma determinada taxa de juros. Se depois
vier José querendo também plantar arroz, o banco percebe o aumento de risco e
aconselha José a plantar feijão, sob as mesmas taxas, ou ainda arroz, mas desta
feita, sob uma taxa maior. Em uma economia livre, os juros servem para evitar e
cobrir riscos e incentivar o investimento nas áreas que a população considera
mais importantes em ordem de urgência, e não segundo o que o governo anuncia
que deve comprar. Em uma economia livre, os juros não podem ser maiores do que
o retorno dos investimentos, pela única razão de que precisam ser viáveis.
Falta
pouco:
O diagnóstico é de que o
volume de dinheiro no mercado (aquele que impõe o preço, em juros básicos, de
7,5% ao ano) está elevado demais para o conjunto dos problemas enfrentados pela
economia: demanda mais alta do que a oferta; custos altos demais do setor
produtivo, a começar pelos do fator trabalho; baixa propensão ao investimento;
e, muito especialmente, a gastança do setor público, que cria renda e demanda.
O núcleo da
administração econômica do governo Dilma prefere fechar os olhos à natureza
monetária da inflação, sobretudo a causada pelas excessivas despesas públicas.
Ontem, por exemplo, em entrevista ao jornal Valor, o secretário do Tesouro,
Arno Augustin, anunciou que o governo já não assume nenhuma meta de austeridade
fiscal. As despesas públicas serão aquelas que forem necessárias para garantir
o crescimento econômico forte, disse ele. Para definição do volume de estímulos
fiscais, Augustin não julga necessário levar em conta o nível do emprego da
economia. E essa desconsideração pode sair cara para o governo.
Se houve o inchaço monetário, longe está do
conserto um aperto monetário. Como bem sugeriu Ludwig von Mises, de que adianta
dar marcha a ré após ter atropelado alguém?
Se levarmos a sério tamanha absurdidade de que os
salários do trabalhador brasileiro, ainda inclusos seus encargos, tornam
inviável a nossa economia, deveríamos então constatar o colapso dos países
desenvolvidos, onde os proventos são muito maiores. Na verdade, os salários não
estão altos. O que acontece é que tem gente demais ganhando salário sem
produzir: aspones petistas; mais de cinco mil municípios, e aumentando; servidores
públicos em excesso para órgãos que não servem para nada; milhares de ONG’s que
por definição deveriam andar com as próprias pernas; programas de transferência
de renda, sendo alguns existentes para até mesmo incentivar os indivíduos a não
trabalhar, como o PGPM-BIO; benefícios previdenciários bizarros, como o auxílio-reclusão,
e até mesmo empregos privados tornados obrigatórios por lei.
Como se pode verificar, os últimos parágrafos mostram
que os barbudinhos de carteirinha e estrela vermelha na lapela tentam acertar,
mas tropeçam em suas próprias incúrias, profundamente arraigadas. A quem ainda
convencem? A você, caro leitor?
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