De Ordem Liberal - Editor
e Redator: Ivan
Lima
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Junho
de 2013 – Belém - PA
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“Existe
apenas uma maneira exequível de melhorar as condições materiais da
humanidade: acelerar o crescimento do capital acumulado em oposição
ao crescimento da população”. Ludwig
von Mises em
A Mentalidade Anticapitalista, capítulo 1, pag.15.
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Passe
livre, copa do mundo, e o capital.
A
população brasileira tem péssimos serviços de transportes, saúde,
educação, e outros e é saqueada pelo estado em seus rendimentos,
os frutos do seu trabalho, exatamente sob a alegação que são para
funcionamento desses serviços – e outros. Historicamente
impregnada até a alma da mentalidade de que deve viver sobre a
supremacia e benevolência dele, não vê que está na total retirada
do estado da economia, a solução para os problemas destes e de
outros que a aflige. E que subsídios sociais como passe livre,
bolsas, e outros “benefícios doados pelo estado” maquiados de
“direitos” são medidas compensatórias, e que, por tabela,
cumprindo sua agenda de ideologia coletivista, também fique
implícito, sobretudo aos mais pobres, (que ele, estado, cria) que
sua onipresença na vida dos indivíduos é imprescindível para não
deixa-los perecer nas garras do capitalismo...
É
incalculavelmente danosa, a queima de recursos originada da produção
individual, que exatamente ele estado, e seus governos, promove para
ludibriar a população com as chamadas políticas públicas, em
áreas como as acima citadas e outras nas quais se imiscui como copa
do mundo e olimpíadas. A inflação, também é outro monstro de
quem o estado e seus governos juram aos indivíduos defendê-los,
convocando seus exércitos treinados e muito bem pagos de economistas
keynesianos e marxistas, imprensa e funcionários públicos, na
batalha contra ele. E, prosaicamente, ora culpa o chuchu, ora o
tomate, etc., pela aparição da terrível criatura na economia dos
indivíduos... Jogo de cena, para encobrir o verdadeiro monstro
fabricando o monstro da inflação: ele, o estado, ao controlar
preços para “atingir as metas de inflação”, e ao agredir a
moeda, manipulando-a fraudulentamente com a emissão de ¹dinheiro de
papel, e também para criar e distribuir privilégios através de
seus bancos e demais políticas demagógicas e de subsídios,
queimando imenso capital, poupança e renda dos indivíduos.
É
historicamente provado: ausência de estado na economia é igual a
imenso e incalculável capital nas vidas dos indivíduos que
laboriosamente o originam, (incluindo a adoção do padrão ouro) e
que certamente sabem muito bem como administrá-lo para os seus
interesses em educação, saúde, ²transporte, previdência e
outros. A economia totalmente desobstruída pela ausência do estado
traz contínua explosão de riqueza e prosperidade inimagináveis
pelos indivíduos do cenário mundial atual.
Num
ambiente assim, ao estado então é concedida pelos cidadãos livres,
as suas verdadeiras funções: garantia da propriedade privada,
intocável, efetiva segurança e defesa dos indivíduos contra
eventuais bandidos, pleno funcionamento do mercado e a administração
da justiça. Tudo para que os indivíduos em paz e liberdade possam
usufruir os doces frutos do seu trabalho.
A ausência
do estado na economia, numa ordem liberal, cria a plenitude
civilizada da divisão do trabalho e cooperação social voluntária,
em atuação harmônica com as inexoráveis leis econômicas, estas,
achincalhadas quando não totalmente ignoradas pelo estado
intervencionista. O estado origina a imensa pobreza que ele fabrica
ao instituir um universo de proibições e regulações ao trabalho
com estatutos e leis como ECA e CLT, com a criação de privilégios
para meia dúzia de pessoas, excluindo, com eles, consequentemente,
milhões e milhões de outras por sua absurda exigência de salário
mínimo e carteira assinada, numa relação que deveria ser livre
entre pessoas mentalmente sãs. A ausência do estado na economia
elimina privilégios e inclui no mercado de trabalho os milhões de
marginalizados pelas aludidas leis e estatutos e promove a equidade
de todos perante a lei, mais a plenitude da democracia
representativa. A democracia representativa atual, com profundas
distorções de sua função original, oriundas também da degradação
intervencionista do estado na economia, sofre, como todo o tecido
social, deformações, e corrupção.
Podemos
comparar os efeitos danosos que o intervencionismo causa aos
indivíduos, a todo o tecido social, como o efeito da pedra jogada no
lago sereno: a toda a água do lago a pedra nele atirada vai causando
desarmonia, dano em sua placidez.
Enquanto
os indivíduos não mudarem de mentalidade, elegendo o
empreendedorismo, economia de mercado, ou capital, como o elemento de
profunda transformação em suas vidas e na sociedade, separando com
essa mudança de mentalidade, o estado da economia, assim como se
separou o estado da religião, suas vidas sempre será como a de um
leão, dando voltas, enfurecido, aflito, confuso, empobrecido, porque
prisioneiro de uma jaula chamado estado.
Uma
pequena grande história sobre portos.
Como
sabemos, está sendo travada no âmbito do estado a discussão sobre
a questão dos portos brasileiros. Um amigo de estudos certa vez me
relatou que ele ainda viu no chamado cais do porto, em Belém, a
figura do “costureiro”. Era trabalhador (es) que de pé e com uma
enorme agulha na mão, esperava navios trazendo mercadorias que
chegavam em sacos de serapilheira, para invariavelmente costura-los
para seguirem os seus destinos. Mas, felizmente parecem existirem
dias aziagos para a inutilidade e a visão jurássica de
sindicalistas e políticos apologistas do engessamento da ação
humana, e num desses dias, um daqueles indivíduos laboriosos e
criativos viu na extinção do “agulhão portuário” uma
oportunidade de ter algum lucro para melhorar o seu bem estar
consequentemente servindo a outros na cooperação social. Ele criou
o sistema no transporte marítimo de cargas chamado Roll on – Rol
Off , trazendo sob os céus dos mares o inovador container que passou
a transportar produtos de modo seguro, sem prejuízos de danos e
outros como o custo tempo e de pessoal gasto nas “costuras...”
Em todo o
mundo ganharam os consumidores com a baixa nos custos finais das
mercadorias, os portos se modernizaram, resultando em riqueza e
aumento de renda per capta para todos. A referida inovação em
transporte marítimo propiciou em muitos casos até mesmo
requalificação do pessoal, em outras e melhores funções, como
muitas vezes ocorre quando há inovações de produtos ou serviços
no mercado. Em pleno século 21, uma discussão bizantina dessas
somente ainda é possível exatamente em países em que só se louva
como a um deus o valor trabalho e se demoniza, cospe e se espanca
impiedosamente, o capital sem o qual trabalho só é engessamento no
atraso e na miséria. E segurando o agulhão nos portos da vida...
Estupro
na Nova Zelândia.
Determinada
senhora de 36 anos está sendo alvo naquele país de acusação por
ter estuprado indivíduo de 11 anos. Levanta-se forte reação no
país questionando o porquê de que só mulheres poderem se dizer –
ou ser vítimas - de estupro e nunca, segundo muitos questionadores
envolvidos na discussão do ocorrido, estupradoras. Sim, você pode
dizer que isso é razoável, mas falarei um pouco da equidade da lei
e a criação de privilégios.
Criar
privilégios é uma das armas usadas pela mentalidade da correção
política, que luta pelas ideias do coletivismo e o elevado
engessamento ou supressão da economia de mercado. Os apóstolos da
filosofia que dita que a sociedade é constituída de “conflitos
irreconciliáveis” precisam sempre estar criando e alimentando
conflitos na sociedade, pois a divisão do trabalho e a cooperação
social voluntária desmentem sua filosofia. Por isso continuamente
são criadas medidas politicamente corretas, geralmente gestadas por
organismos internacionais como ONU e UNESCO, ou pelos governos
locais, criando-se privilégios de grupos, sexo, ou faixas etária
que certamente só podem causar revolta e conflito como o que
atualmente ocorre sobre aquele caso na Nova Zelândia.
Igualdade
perante a lei, eliminando-se normas, estatutos e leis de privilégios.
Eliminá-las, extingui-las! Se criar privilégios como a
inimputabilidade de menores criminosos ou leis para especificamente
punir violências contra mulheres, idosos, negros, indígenas, etc.,
me parecem à luz da razão ser sim, medidas que violam exatamente um
dos princípios basilares da civilização que é precipuamente
estabelecer a equidade de todos perante a lei.
A
política da bisbilhotice e intromissão na vida doméstica do
indivíduo.
A politica
da sanha do politicamente correto continua avançando na sua
destruição da liberdade. Recentemente foi realizado em Belém um
fórum – certamente patrocinado com recursos tomados do cidadão -
sobre e contra “trabalho infantil doméstico”, que visa impedir
os jovens de receberem dos pais, em casa, no âmbito domestico, os
primeiros ensinamentos teóricos e práticos da cooperação,
aprendendo como administrar uma residência, cuidar e ter
responsabilidade com os irmãos, noções e aulas práticas de
higiene, limpeza e organização que vão de aprender a lidar com
utensílios como pratos, panelas, talheres, á como cozinhar e
cuidados inerentes, lavar roupa, limpar banheiro, sanitário, etc.
Essa é uma cultura presente no sentimento, na natureza humana. Os
pais treinarem e ensinarem os seus filhos a aprenderem, pequenos, as
primeiras lições de administração, educação, e ética é
perfeitamente natural, lógico, saudável. Em todas as classes, de
uma ou outra maneira, se exerce essa cultura. Coibir exageros? Mero
juízo de valor a que não cabe ao estado se imiscuir na vida privada
de ninguém, sob a alegação preventiva ou qualquer outra, pois todo
individuo é inocente até prova em contrário, e cada um responderá
por seus atos perante a lei. Na realidade, o que se visa, está bem
lá no fundo dessas políticas “protetivas” a que nenhum
indivíduo mentalmente saudável solicitou muito menos às crianças
que auxiliam seus pais, aprendem, e desenvolvem suas individualidades
também nas tarefas domésticas. Ao se jogar uns contra outros,
filhos contra pais principalmente, o que se visa é criar o clima
propício para a existência de espírito de burocracia de polícia
política, e fazer com que os indivíduos vivam em permanente terror:
de serem caluniados e denunciados para o estado por “explorarem
trabalho infantil doméstico”, por conhecidos e vizinhos de má fé,
ou até pelo cão da casa... Exagero? Lembre-se da loucura a que os
estados totalitários levam os indivíduos, seus escravos.
O que se
visa mesmo - e se está arduamente trabalhando para isso – com
políticas engenhosamente laboradas em fóruns como este que trata da
proibição de ³“trabalho infantil domestico” é se atirar a
seta venenosa e fatal no coração da liberdade individual, bem lá
no seu centro e ninho basilar: a residência do individuo, e o seu
conceito espiritual, o lar, para causar pânico, inimizade,
desconfiança, quebra de autoridade, enfim, o estado policial
destruindo o tradicional conceito de família para melhor dominar e
aniquilar o conceito de individualidade que desperta no ser humano a
importância e o apreço por sua liberdade. Reaja!
Ivan
Lima
Ivan
Lima, 62, é publicitário.
Liberal da tradição
clássica e Escola Austríaca de Economia. Fundador do boletim Ordem
Liberal.
E-mail:
ivanlima8@hotmail.com -
Celulares: (91) 91442492 e 83532646
Governo
Limitado - Propriedade
- Liberdade – Paz
¹O
que iniciou a tragédia atual na economia do mundo, quando o padrão
ouro foi substituído por ele, dinheiro de papel.
²Direta
ou indiretamente o estado intervencionista está presente em tudo, e
muito embora o transporte público seja de exploração privada é
concessão pública. O estado então exerce forte regulação, e
intervenções que gravam o investimento, como passe livre e demais
políticas demagógicas, restringindo danosamente com o universo de
seus custos proibitivos de taxas, impostos e outros à racionalidade
econômica, naturalmente encarecendo e degradando frota, serviço e
relação com o consumidor. Qualquer fluxo real de investimento em
plena melhoria de transporte público caso fosse livre o capital,
para sempre atender mais satisfatoriamente ao usuário, inclusive no
que tange à demanda quanto ao aumento populacional seria lógico.
Estabelecem-se apenas, os pequenos investimentos da iniciativa
privada das respectivas localidades, para atender sofregamente
compromissos, mas o capital vultoso, fundamental para um serviço
altamente satisfatório comparativamente ao de hoje, fica distante da
empreitada – geralmente capital do estrangeiro - que não lhe
oferece segurança, pois o ameaça queimá-lo impiedosamente com
tanto engessamento e saque de intervenção estatal. Do contrário,
no país, pelo menos nas metrópoles, o arcaico e caro ônibus
(combustível, material, etc.) nem mais existiria como meio de
transporte de massas como em outras partes do mundo, onde foi
possível o capital atuar com a liberdade que exige o cálculo
econômico, a racionalidade. Finalmente, observe-se: redução, ou
congelamento de tarifa é medida paliativa, política. Mesmo sendo
por curto período causa ainda mais gravame ao serviço que já se
tem, pois custos com matérias primas como ferro, e produtos como
pneus e outros, mais salários, impostos, taxas, etc., vão continuar
incidindo sobre o serviço com suas variações. A questão não é
política, mas econômica.
³
No momento mesmo em que estava sendo ultimada esta edição do Ordem
Liberal, ouvi pela rádio a noticia de que em determinado bairro de
Belém estava havendo passeata contra o trabalho infantil domestico.
As hordas totalitárias do estado coletivista já estão às portas
de nossas casas.
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