D. Aldo Pagotto (arcebispo da Paraíba)
Publicado em o Correio da Paraíba, 15Set2013
REGRAS DO CAOS
No dia da Pátria próximo passado, celebrado com tradicionais manifestações pelas capitais e cidades do país, sentimos o desprazer de tolerar as ações dos baderneiros infiltrados. Mascarados e ”black blocs” ameaçaram a ordem e a segurança das pessoas, dispostos a destruir o patrimônio público. Essas ações foram vistas durante as manifestações de junho último: justas, legítimas, pacíficas, reivindicando a superação da corrupção, os direitos dos cidadãos, a inclusão social, enfim, melhorias de condições de vida, visando o bem da população. Nada a ver com agitação e baderneiros infiltrados, acirrando ânimos exaltados, açodando a anarquia, instalando o caos.
A ação deletéria de infiltrados é tentativa de desqualificação do grito das ruas. Estas, não se identificaram com forças sindicais, instituições, associações, partidos políticos, etc. Tudo o que baderneiros mascarados querem é desestabilizar a ordem e instalar o terror, velha tática trotkista. Gramsci, ideólogo marxista, bolou certas regras para implantar o regime sociopolítico utópico e sustentá-lo.
Não obstante o fracasso econômico do regime, vigora a sua ideologia. Gramsci não utilizaria a violência armada, jamais, e sim a capacitação de ativistas, infiltrados em todas as instituições.
A tomada do poder depende da doutrinação subliminar, estratégia utilizada por grupos de pressão.
1. Controlar politicamente o Judiciário.
2. Desmoralizar o Congresso Nacional.
3. Amordaçar o Ministério Público.
4. Escorchar impostos de toda ordem.
5. Enfraquecer elites dominantes, adversários políticos, empresários, disseminando perda de confiança por meio de dossiês.
6. Direcionar a produção artística e cultural.
7. Instalar núcleos de ativistas nos órgãos da administração pública.
8. Promover a luta de classes e instabilidade no campo.
9. Desmoralizar e desmantelar as Forças Armadas, criando movimentos paralelos.
10. Desarmar a população.
O roteiro requer que os representantes das instituições sejam induzidos à corrupção, provocando crises de identidade e a desmoralização geral, definitiva. É fatal criar conflitos de interesses entre as instituições e os seus representantes, envolvendo-os em brigas por interesses particulares. Brigando entre si, transferem as crises para as instituições, expondo-as ao descrédito da população.
Aí ativistas organizados entram em ação sentindo-se à vontade, impondo ideias, estabelecendo regras como seus “direitos”.
Direito tem quem direito anda! Aos que constitucionalmente exercem o poder nas esferas executiva, legislativa, judiciária, estejam sempre bem cercados e assessorados por pessoas com visão ética e experiência técnica, providos de competência e compromisso, discernindo o que realmente corresponde às justas reivindicações voltadas para o bem da coletividade. O inimigo do homem se infiltra na
própria casa, oportunista bajulador ou agitador contestatário. Ambos nunca têm propostas para enfrentar conflitos.
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