Mais uma vez, o tomate foi escolhido como culpado pela alta da inflação em outubro. Falam como se o tomate fosse ministro da fazenda...
Por Klauber Cristofen Pires
De acordo com notícia veiculada pela Agência Brasil, o "Tomate pressiona inflação na terceira prévia de outubro", tendo aumentado 15,8%.
Não se iludam, prezadíssimos leitores: ei aí um dos vícios mais recorrentes da imprensa: culpar quem na verdade é vítima. E olhem que aí estamos a falar mais propriamente de "o que" de que de "quem".
Vou sempre repetir didaticamente quando me deparar com tais imposturas: a inflação não é causa da inflação, mas sua consequência, que acontece primariamente por que as contas do governo estão para lá de vermelhas (e não é por conta de molho de tomate)
Ainda hoje, a notícia que está gritando em todos os jornais é que o FMI está denunciando o Brasil por mascarar as suas contas e assim minando a confiança entre a comunidade econômica internacional. Cada vez mais, o governo petista tem lançado de artifícios contábeis com a intenção de esconder o rombo ao erário promovido por gastança desenfreada, gestão desastrosa e vamos falar sério, muita, mas muita corrupção.
Se até mesmo a Rede Globo por meio do programa Bom Dia Brasil, colocou a economista Mírian Leitão para destacar esta notícia sem meias palavras, é porque não há mais como fazer de conta.
Preços sobem porque os agentes econômicos percebem a expansão monetária promovida pelo governo.
Se vivêssemos em uma economia baseada em dinheiro com lastro, como por exemplo, no padrão-ouro, eventualmente o tomate poderia até aumentar de preço, forçado por algumas mudanças na relação entre oferta e procura. Poderia ser uma redução da oferta, causada, digamos, por condições climáticas desfavoráveis, ou uma preferência nos costumes dos consumidores que teriam preferido em massa adquirir tomates (ihhh, o trocadilho aí foi acidental, hehehehe...).
No entanto, no nosso sistema monetário, caracterizado por pedaços de papel pintado ou mesmo por alguns bites a mais, uma falsa riqueza é criada absolutamente do nada, que é canalizada majoritariamente para cidadãos que vão consumir, disputando os bens e serviços produzidos por outros sem que eles mesmos tenham produzido nada, como é o caso de políticos, a maioria dos funcionários públicos, e onguistas e beneficiários de programas de transferência de renda em geral. Referi-me à maioria dos funcionários públicos, porque há aqueles que em algum grau produzem, tais como médicos, engenheiros e professores. Se há mais pessoas com dinheiro para consumir e menos pessoas produzindo, então obviamente os preços em geral têm de aumentar, provocando assim a inflação.
Se você entendeu o que foi explicado acima, pode fazer algumas perguntas para quem vier com uma babaquice igual a dessa matéria da Agência Brasil que acabamos de desmascarar:
- Quem é o culpado? O tomate ou os bilhões de dólares de dívidas de outros países, geralmente sanguinárias ditaduras, que foram perdoadas pelo governo do PT?
- Quem é o culpado? O tomate ou os gastos secretos da Presidência da República com cartões corporativos?
- Quem é o culpado? O tomate os os mais de seis bilhões de dólares de ajuda financeira que o Brasil tem enviado a Cuba sob a condição de confidencial? Estamos falando de 6 bi, ou seja, todo o dinheiro que a Petrobras não tem para investir no campo de Libra!
- Quem é o culpado? O tomate ou os bilhões de dólares gastos com estádios que só darão lucro para a Fifa e alguns políticos empreiteiros oportunistas?
- Quem é o culpado? O tomate ou os muitos bilhões de dólares para cevar empresários biônicos tais como Eike Batista?
Esta lista não é exaustiva - os leitores podem continuá-la na seção de comentários.
Até parece que o tomate é o ministro da fazenda...ora essa....
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