quarta-feira, 2 de outubro de 2013

SOCIALISTA? SÓ ACREDITO SE MOSTRAR A “CARTEIRINHA”

Por Jordânio Ribeiro

Minha relação com a Márcia já extrapolou 4 anos: mulher dinâmica, responsável, honesta, trabalhadeira, além do enorme senso de humor. Afora um e outro pequeno aborrecimento típico desse tipo de relação – uma camisa queimada, uma outra peça manchada por água sanitária – nada grave do que me queixar.

Márcia é minha empregada doméstica (recuso-me a usar o eufemismo “minha secretária”, pois acho que seria o caso de vergonha alheia descabida e também não solicitada, mas, em tempos de praga do politicamente correto...). Márcia é casada com Tadeu, que é pedreiro de mão-cheia (já fez vários bicos lá em casa) e trabalha numa construtora. Vocês precisam ver a casa deles – pequena, é bem verdade, mas de muito bom gosto e muito bem cuidada – casa de pedreiro caprichoso e doméstica diligente.

Como bom cristão – os bons “cristãos” entenderão (e como há ateus ocidentais bons “cristãos”!) – permito..., ou melhor, digamos que a Márcia conquistou alguns privilégios: uma média de 6 horas/dia, folga aos sábados (além dos domingos e feriados, claro), horário flexível,... um e outro “agrado” aqui, acolá.

Márcia tem orgulho de ter carteira assinada (após o 3º mês de prestação de serviços, diga-se de propósito, sob severas insistências minhas, pois ela não queria se desvincular da famigerada Bolsa Família), disso não tenho dúvidas. Não afirmaria que tem orgulho também de ser empregada doméstica, mas duvido igualmente se trocaria, pela mesma remuneração, por 44 horas semanais numa entidade empresarial.

Direto ao ponto: todo mês, acumulo (poupo). Caso assinasse a carteira de Márcia com 2 salários mínimos (é de fato 1 salário mínimo), continuaria acumulando (poupando) mesmo assim (claro, seria 1 salário mínimo a menos). Por favor, não pensem que por isso me sinto menos humano do que a galera do Greenpeace ou menos cristão do que Georgio Bergolio. Muito pelo contrário: também por isso, vou dormir todos os dias muito bem em paz com os meus valores judaico-cristão-ocidentais, ou, pra encher o saco dos socialistas, com meus valores de “pequeno burguês”.

Esse arremedo de texto nasceu de um diálogo com um amigo socialista (risadas), quando numa certa altura em que ele pregava valores bem acima dos valores de um bom “cristão”, eu o interrompi e disse: “FAÇA ESSE SOCIALISMO PRIMEIRO EM SUA CASA, DEPOIS, LEVE-O PARA SEU VIZINHO E PARA A NAÇÃO E O MUNDO”.

Lanço aqui agora o mesmo desafio: doravante só levarei a sério um socialista se ele provar que sacrifica a acumulação pela distribuição a partir do seu quintal (mas tem que provar mesmo, só bravata não cola, só acredito se eu vir a “carteirinha” assinada)!

Não se enganem! Hoje em dia não existe nada mais social do que dar emprego para alguém (privado, não uma teta no governo com dinheiro dos outros): EMPRESÁRIOS (aqueles que não recebem o Bolsa-BNDES) são muito mais “socialistas” dando emprego do que qualquer desses socialistas metido a salvador do mundo!

jordanio ribeiro - Perito Criminal

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