Por Klauber Cristofen Pires
Mais uma vez, a Rede Globo insere uma cena eivada de ideologia chapa-branca para promover o abortismo, mediante o uso das mais deslavadas mentiras.
Ontem, por sorte (ou seria azar?), assisti à novela
da Rede Globo intitulada “Amor à Vida”, exatamente no momento em que se
desenrolou uma cena[i] na qual uma
paciente com sangramento decorrente da realização de um aborto ilegal chega ao
hospital e acaba morrendo, presumivelmente porque um dos médicos se recusou a
atendê-la, alegando motivos religiosos.
O desdobrar do quadro termina com um diálogo travado
entre uma enfermeira e um médico. Ela se mostra enfezadamente indignada,
alegando haver uma lei injusta ao permitir que mulheres ricas possam fazer
abortos com segurança (porque podem pagar), enquanto as pobres se sujeitam a
práticas inseguras. Ele, por sua vez, alega ser o maior caso de mortes entre
mulheres e que já se tornou um caso de saúde pública.
Acompanhem a transcrição das falas abaixo:
(Cena: a paciente chega numa maca)
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Depressa, ela está
sangrando muito...
Uma das enfermeiras: - Ela provocou um aborto!
Dr. Pérsio (Mouhamed Harfouch): - Ela provocou o
quê? Não..eu não posso! Eu não posso atender esta mulher!
(Cena: O Dr. Pérsio se detém e a equipe entra na
sala de cirurgia sem ele. As enfermeiras tentam reanimar a paciente com
aplicação de adrenalina, tendo o Dr. Lutero ao fundo assistindo quieto. A
paciente morre.)
Enfermeira Rebeca (Paula Braun): - Nós perdemos a paciente, Doutor.
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Ela fez um aborto
ilegal e..muito mal feito...é uma tristeza isso...esta é uma das principais
causas da morte de mulheres neste país...
Enfermeira Rebeca (Paula Braun): - Das mais pobres,
né...porque as ricas procuram clínicas ilegais caríssimas e ninguém fica
sabendo...como se existissem duas leis...uma pra rica e uma pra pobre.
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Infelizmente, o aborto
ilegal se tornou um caso de saúde pública.
Enfermeira Rebeca (Paula Braun): - O que aconteceu
com o Pérsio? Por quê ele se recusou a atender esta mulher?
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Vamos falar com ele.
Dr. Pérsio (Mouhamed Harfouch): - Eu me recuso a
atender uma paciente, uma mulher que atentou contra a vida do próprio bebê;
isto é contra as leis divinas...
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Eu não quero questionar
a sua fé, mas só queria dizer que nós, médicos, temos a obrigação de atender
qualquer pessoa...
Enfermeira Rebeca (Paula Braun): - Que talvez no
caso dessa mulher seja fruto da miséria, da ignorância, ou de um homem que a
abandonou...
Dr. Pérsio (Mouhamed Harfouch): - Não me importa! Eu
me recuso a etender uma pecadora…
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - E eu repito: nós,
médicos, temos a obrigação de atender qualquer pessoa; por isso o Sr. Está fora
do corpo de residentes deste hospital.
Dr. Pérsio (Mouhamed Harfouch): - O Sr. Não pode
fazer isto comigo. O Sr não pode me expulsar deste hospital, minha mãe é irmã
do Dr. César.
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Eu vou submeter o seu
caso ao César...vamos ver de que lado ele fica..agora, posso lhe dizer que o
César é um grande médico...ele jamais se negaria a tentar salvar uma vida...
A cena acima, puro clichê, segue ao pé da letra
toda a cartilha abortista e petista, assentando-se nos velhos cacoetes e
mentiras de sempre, como se já não tivessem sido refutadas há bastante tempo.
Investe no poder de audiência da Rede Globo e na crença de que a repetição
enesimal de uma série de mentiras se converta em verdade.
Por isto é que se faz necessária também a nossa
manifestação de repúdio e nosso trabalho de desmistificação e desmascaramento.
A ver...
Primeiramente, vamos à fala da enfermeira Rebeca:
Será que um crime - um crime contra a vida - cometido por uma pessoa rica deve
ser descriminalizado para que outras pessoas, pobres, possam praticá-lo com
igualdade de oportunidades? Será que um ladrão pobre deveria ter direito a um
reluzente fuzil AR-15 fornecido pelo estado para não se expor aos perigos de
abordar suas vítimas com uma faca enferrujada?
Sobre o Dr. Lutero: nem de longe o aborto é uma das
principais causas de mortes entre as mulheres. Isto é uma mentira sórdida.
Notem o apelo “puro-sangue” petista: alegar que se trata de um problema de
saúde pública. O jornalista Reinaldo Azevedo, em seu artigo[ii]
sobre o mesmo assunto, deu-se ao trabalho de deduzir as estatísticas sobre os
principais casos de morte entre mulheres, para demonstrar que mal chegam a 100
mortes por ano!
Causa-me pena como o Sr. Ary Fontoura, um ator
consagrado, permita a si mesmo entregar-se ao vexame de forma tão ostensiva. Em
um célebre vídeo contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte,
exibido há alguns meses atrás, em que tomou parte conjuntamente com outros
palermas globais, com direito a uma peroração especial dirigida à presidente
Dilma Roussef, este ilustre artista viu-se desmoralizado nacionalmente por
estudantes bem mais jovens e apesar disso, com muito mais juízo na cabeça, que
calmamente demonstraram quão falsas e mentirosas eram as alegações suas e de
seu grupo.
Quanto ao Dr. Pérsio, aí temos uma espertíssima manobra
de prestidigitação: notem atentamente como os autores trocam a objeção de assistência
ao aborto (legal ou ilegal), o que é um direito garantido constitucionalmente, com
a negação do atendimento médico a uma paciente que chega sangrando e estado de
risco de morte no hospital, o que contraria o código de ética médica – e assombra
os telespectadores, que acabam absorvendo uma coisa pela outra.
É de causar espécie valer-se do recurso da
propaganda dissimulada (isto é, no caso em tela, nem tanto dissimulada
assim...) em uma cena de uma obra de ficção para levantar tal bandeira
ideológica, ainda mais recorrendo à mentira desabrida. Notem o caráter furtivo
de tal expediente: faz-se a apologia escancarada do aborto, mas se alguém
reclamar, a Rede Globo poderá alegar-se tratar de uma mera obra de ficção, e
que aquelas falas seriam apenas o pensamento, vejam só, dos personagens!
Tomem por barato que o nome desta novela seja “Amor
à Vida”! Percebam como o quanto mais estas novelas falam de amor e de vida, mais
seus roteiros entulham-se com casos de traição e de lares destruídos, de
propaganda gaysista, abortista, anti-cristã, e outras chapa-brancas. Imagino o sucesso que teria, só em função da novidade, da novela que enfim começasse a transmitir valores decentes e enlevados: confiança, lealdade, perseverança, trabalho...
Agora, o mais curioso na cena acima comentada foi
que o Dr. Pérsio é, imaginem, muçulmano! Causou surpresa, no tanto que se sabe
o quanto a esquerda brasileira é islamófila. Fogo amigo? Como absolutamente não
dão ponto sem nó, fiquei a especular qual o objetivo disso: Seria evitar o
confronto direto com os católicos e evangélicos e assim contornar o crescente
movimento conservador do país?
O que os cristãos e demais homens e mulheres de bem,
que já sabem que o movimento abortista é apenas pauta de uma agenda de
engenharia social, podem fazer? Em primeiro lugar, expressar por quaisquer
meios que possam o repúdio à Rede Globo, e em seguida, evitarem dar-lhe
audiência, ou no limite, também evitarem adquirir os produtos dos
patrocinadores daquela faixa horária. Isto tem sido feito nos Estados Unidos e
tem gerado resultados notáveis. Vamos começar?
[i] http://tvg.globo.com/novelas/amor-a-vida/capitulo/2013/8/22/alejandra-ameaca-fazer-algo-contra-bruno-se-paulinha-nao-cooperar.html#
Selecione a cena do dia 21/08/2013, cena 15/22.
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