Por Jordanio Ribeiro
Que
tipo de sociedade queremos para o Brasil?
Toda
sociedade possui uma cultura ou lógica existencial capaz de
desenvolver sinapses cerebrais em seus indivíduos – meio que
automaticamente, uma vez que é assim que a vida individual se insere
e passa a fazer sentido na coletividade – predispondo-os a se
sobressaírem no desenvolvimento de certas características
peculiares.
Assim,
é “natural” que uma geração nascida numa sociedade beligerante
desenvolva atributos e habilidades próprios de guerreiros. Numa
sociedade assim os covardes certamente virariam párias! Do mesmo
modo, espera-se que uma criança sul-coreana se torne um cientista,
pois naquele país há uma política de Estado clara e séria (há
não muito tempo implantada) de desenvolvimento educacional e
tecnológico.
Nessa
mesma toada assistimos hoje no Brasil a construção de uma sociedade
de vagabundos: uma “Geração Estado-Dependente”. (Nota:
vagabundo aqui, não primeiramente no sentido de delinquente segundo
o jargão policial, mas sim como qualificação do preguiçoso que
não valoriza o mérito pessoal, que não se esforça para estudar e
trabalhar visando a seu próprio progresso)
O
“BOLSISMO” – implantado na esfera federal no governo do PSDB e
intensificado no governo do PT, que numa jogada eleitoreira
oportunista usurpou sua paternidade e maternidade – é o pai e a
mãe dessa “Geração Estado-Dependente”. O próprio
ex-presidente Lula vaticinou seu nascimento quando logo no início do
seu primeiro mandato em visita ao nordeste do país disse mais ou
menos isso: “antigamente,
quando chovia o sertanejo corria, pegava sua enxada e ia plantar seu
feijão, sua macaxeira... mas, com essas bolsas-esmola, ninguém quer
mais isso, pois sabe que receberá um vale-isso, um vale-aquilo”.
Antes
que os monopolistas da justiça e bem social universal comecem a
berrar, quero deixar claro que sou favorável sim! a certas medidas
assistencialistas pontuais destinadas de fato aos pobres, porém o
que se assiste hoje é a uma descarada compra de votos oficializada
através dos inúmeros programas sociais. (O perfil dos beneficiários
do Bolsa-Família foi ilustrado por aquela senhora no Ceará que no
contexto da boataria do fim do Bolsa-Família disse mais ou menos
isso em entrevista: “eu
fui depositar o dinheiro na poupança do meu esposo, como faço todo
mês, e como eu já estava lá na lotérica aproveitei pra ver o meu
bolsa-família, daí consegui sacar dois meses juntos”.
Vamos lá: a verdade é que a gente poupa o que excede à satisfação
das necessidades básicas)
Sim, diga-se de
propósito: sou contra o tal do “passe-livre”. “Não existe
almoço grátis”. Ônibus, combustível, motoristas... não caem do
céu. Alguém tem que pagar por isso. Lógico, também sou contra a
máfia “empresas de ônibus x
políticos”, sou contra a tarifa elevada e a péssima qualidade do
serviço prestado (sim, uso transporte público numa média de 50%
dos meus deslocamentos para o trabalho, e não tenho gratuidade), sou
contra também políticos vagabundos. (Nota: vagabundo aqui,
primeiramente no sentido mesmo de delinquente, segundo o jargão
policial) Mas, vamos combinar: se diante da satisfação de um DESEJO
dos mais idiossincráticos, como por exemplo, o cidadão querer se
deslocar da Augusto Montenegro para a Praça da República, afim de
curtir um bom e velho rock’n roll, o Estado estiver obrigado a
levá-lo e trazê-lo gratuitamente, o que esse mesmo cidadão
esperará desse mesmo Estado diante de NECESSIDADES básicas suas,
como alimentação e moradia? Ora, ora... se é meu direito ter meus
DESEJOS satisfeitos pelo “Estado-Babá”, por qual lógica não
seria meu direito também a satisfação de minhas NECESSIDADES por
esse mesmo “Estado-Babá”?
O
meu desejo é que o Brasil, primeiramente, garanta o direito natural
à vida por não mais permitir que seus cidadãos sejam assassinados,
pois essa é uma das razões fundamentais da existência do Estado
(no Brasil são cerca de 50 mil assassinatos por ano ou 20,4
assassinatos por 100 mil habitantes – a ONU considera estado de
violência epidêmica taxas acima de 10 mortes violentas por 100 mil
habitantes). Depois, meu desejo é que o Brasil cumpra sua obrigação
constitucional de prover educação que capacite e qualifique seus
cidadãos para tocarem suas próprias vidas com dignidade, formando
assim uma sociedade que trabalha e tem condições de pagar,
inclusive, pelo seu próprio “pão e circo”.
jordanio
ribeiro – Perito Criminal
jorda10@gmail.com
Jumentyn é o cara.
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