Do blog Espectador Interessado
Conjuntamente com Thomas Sowell, Walter E. Williams, economista, académico e comentador, é uma personalidade vincadamente incómoda para o pensamento politicamente correcto nomeadamente por advogar o fim das políticas "positivas" de discriminação, nomeadamente no domínio racial tema em que escreveu (e escreve) extensamente. Nascido, tal como Sowell, em meio bem pouco favorável (família pobre em ausência do pai), chegou a ser motorista de táxi (ver vídeo de entrevista a Williams legendado em português do Brasil).
Endereçando, sem rebuço, as questões raciais, e a sua radical oposição às políticas de "acção afirmativa" que, recorde-se, começaram com Richard Nixon, pareceu-me útil proporcionar a mais leitores o conteúdo do seu artigo, publicado ontem - Progressives and Blacks -, traduzindo-o.
(...) Os progressistas lidam com os negros como se fossem vítimas que têm que ser tratadas com luvas de pelica e benefícios especiais, como quotas raciais e condições de preferência. Esta abordagem tem vindo a ser experimentada há décadas na educação e revelou-se um fracasso. Eu mantenho que é hora de explorar outras abordagens. Uma abordagem é a sugerida pelo desporto. Os negros distinguem-se - talvez dominem seja uma palavra melhor - em desportos como o basquetebol, o futebol [americano] e o boxe, a tal ponto que os negros constituem 80% dos jogadores profissionais de basquetebol, representam 66% dos jogadores profissionais de futebol e, há décadas, vêm dominando a maioria das categorias do boxe profissional.
Walter E.Williams
Estes resultados deveriam fazer surgir várias questões. No desporto, alguma vez se ouviu falar de um treinador que tenha explicado ou desculpado o mau desempenho de um jogador negro culpando o "legado da escravidão" ou o facto de o jogador ter sido criado numa família monoparental? Quando é que se ouviu falar de os padrões desportivos serem apelidados de racistas ou culturalmente enviesados? Eu ainda estou para ouvir um jogador, muito menos um treinador, dizer semelhante disparate. Na verdade, os padrões de desempenho no desporto são, justamente, dos mais implacáveis onde quer que seja. As desculpas não são toleradas. Pense-se nisto. O que acontece a um jogador, negro ou branco, que numa universidade não atinja os padrões dos treinadores de basquetebol ou futebol? Ele ficará fora da equipa. Os jogadores sabem disso, e fazem todos os esforços para se excederem. E tanto mais assim será quanto mais aspirações tiverem a tornar-se jogadores profissionais. A propósito, os negros também se destacam na indústria do entretenimento - um outro sector em que existe uma competição implacável em que vale tudo.
Observando como os negros demonstram uma capacidade para prosperar num ambiente de competição impiedosa e com exigentes desempenhos, talvez pudesse haver algo a ganhar com um ambiente escolar similar. Talvez devêssemos ter algumas escolas em que os jovens são assoberbados com trabalhos de casa, testes frequentes e exigentes, professores de alto nível. Em tais escolas, não haveria desculpas para nada. Os jovens atingem o que deles se espera, ou são expulsos e colocados numa outra escola. Eu aposto que um número significativo de jovens negros iria prosperar num tal ambiente, da mesma forma que prosperam nos desportos altamente competitivos e nos ambientes de entretenimento.
A agenda dos "progressistas" apela não apenas às desculpas como também à dependência. Em nenhum domínio isso é mais evidente do que nos seus esforços para conseguir que o maior número possível de americanos esteja dependente dos vales-alimentação; todavia, nesta parte da sua agenda, eles oferecem uma igualdade racial de oportunidades. Durante os anos que o presidente Barack Obama leva no cargo, o número de pessoas que recebem vales-alimentação disparou 39%. O professor Edward Lazear, que dirigiu o Conselho Económico do presidente de 2006 a 2009, escreveu num artigo do Wall Street Journalintitulado "O desastre escondido dos sem emprego" (de 5 de Junho de 2013) [link] que a pesquisa levada a cabo por Casey Mulligan, da Universidade de Chicago, sugere "que devido ao facto de perderem os benefícios estatais quando o rendimento aumenta, algumas pessoas renunciam a empregos humildes em vez dos benefícios estatais - seguro de desemprego, vales-alimentação e benefícios por incapacidade entre os mais óbvios". As ajudas estatais, provavelmente, contribuem em boa medida para explicar o número sem precedentes de americanos, cerca de 90 milhões, que já não estão à procura de trabalho.
Tudo isto é parte da agenda progressista para "agarrar" os americanos, particularmente os americanos negros, às ajudas do estado. Em futuras eleições, eles serão capazes de alegar que qualquer pessoa que faça campanha pela diminuição dos impostos e da despesa é um racista. Isso foi o que afirmou o Representante Charles Rangel, democrata por Nova Iorque, ao denunciar o manifesto Republicano de 1994 a favor de diminuição nos impostos. Disse ele: "Já não dizem 'spic' [os de origem sul e centro-americana, espanhola ou portuguesa] ou 'n****r' [nigger]. (Em vez disso), dizem: 'Vamos reduzir os impostos".
Quando os negros americanos finalmente reconhecerem os danos provocados pela agenda progressista, aposto que elas serão as pessoas mais conservadoras do país, pois quem mais foi tão prejudicado pelo progressismo?
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