quinta-feira, 10 de abril de 2014

A cartilha do SINPRO/DF: A origem socialista do Dia da Mulher

               Cartilha editada pelo Sindicato dos Professores do DF reivindica a origem socialista do dia da mulher, na qual prega várias mentiras.

Por Klauber Cristofen Pires

Um atento leitor enviou-me um livreto editado pelo Sindicato dos Professores do Distrito Federal, intitulado “A origem socialista do Dia da Mulher”.
Há quem possa levantar a mão para dizer que não se trata de mais um caso de doutrinação ideológica escolar, haja vista ser aquele documento endereçado aos professores e não aos estudantes. Ora, se você faz a cabeça de quem balança o berço, é esta quem conduzirá o destino da futura geração.
Ademais, como tenho dito, a adoção de uma tendência política por parte de um sindicato de trabalhadores configura um flagrante de falsidade ideológica, eis que tal entidade está usurpando os direitos políticos dos sindicalizados que possuem convicções político-ideológicas diferentes. Sindicato não é partido político nem instituição do tipo “think-tank”, nas quais os associados a eles se ligam em consonância com as idéias ali defendidas. Estas sim têm legitimidade para defender propostas políticas e ideologias; os sindicatos não!
Agora vamos ao tema do livreto, cuja proposição é a de reivindicar a origem socialista do dia da mulher:
Primeiramente, não há muito o que discordar ou antes, desmascarar: Sem rodeios, o documento é ostensivamente marxista e revolucionário, e claro, o dia da mulher tem sim origem socialista, possivelmente tendo sido concebido pela utopia de Auguste Comte, que propôs a substituição das datas dos santos católicos por um calendário em que os dias lembravam entes despidos de individualidade e mérito, como profissões (dia do engenheiro, do médico, do professor, etc) e o próprio dia da mulher.
Outro testemunho de que o dia da mulher pode ter origem socialista é o do dissidente soviético Anatoli Goliytsyn, em seu livro New Lies for Old (Novas Mentiras Velhas):
Na União Soviética, como em outros países comunistas, foi o Comitê Central do partido que reorganizou os serviços de segurança e de inteligência, o ministério de relações exteriores, outras seções do governo e aparatos político-governamentais, além das organizações de massa, a fim de adequá-las todas à implementação da nova política e torná-las instrumentos desta. (pág 45) (grifos nossos).

Enfim, enquanto o Dia das Mães pode ter sido criado no ocidente com  finalidades comerciais, embora com o feliz propósito de homenageá-las pelo mérito da responsável, honrosa e difícil tarefa da maternidade, o Dia Internacional da Mulher apareceu no mundo como uma expressão da luta de classes, daí ser coletivista, anti-conciliadora, destruidora e revolucionária.
No entanto, como sempre, não deixa a cartilha de conter algumas inverdades e contradições grotescas. Uma delas foi citar Karl Marx como um dos primeiros intelectuais a denunciar a exploração da mulher pelo homem: “A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem”.

Karl Marx era um impostor compulsivo. Seu método consistia em amoldar a realidade às suas teses, e quando refutado, reorganizar suas réplicas em um novo arranjo que desviassem das negações de seus críticos.
Certa feita, para justificar a sua afirmação de que a classe trabalhadora da Inglaterra em plena febre da revolução industrial estava empobrecendo devido à exploração pelos empresários, simplesmente inverteu os dados dos anuários estatísticos do parlamento britânico então atuais com os de trinta anos antes.
Opressão da mulher pelo homem? Ora, Karl Marx usava sua esposa rica como banco de dinheiro e sua criada como banco de esperma. Isto lá é respeito pela mulher? Quem se der ao trabalho de pesquisar a biografia de outros  intelectuais comunistas, verá que ninguém jamais tratou tão mal o sexo feminino quanto estes pervertidos. Vejam o que o filósofo Olavo de Carvalho tem a dizer sobre Gyorgy Luckacs e qual o real objetivo da ideologia feminista socialista que envolve o Dia Internacional da Mulher:
O filósofo húngaro Gyorgy Lukacs, por exemplo, achava a coisa mais natural do mundo repartir sua mulher com algum interessado. Pensando com essa cabeça, chegou à conclusão de que quem estava errado não era a teoria: eram os proletários. Esses idiotas não sabiam enxergar seus “interesses reais” e serviam alegremente a seus inimigos. Estavam doidos. Normal era Gyorgy Lukács. Cabia a este, portanto, a alta missão de descobrir quem havia produzido a insanidade proletária. Hábil detetive, logo descobriu o culpado: era a cultura ocidental. A mistura de profetismo judaico-cristão, direito romano e filosofia grega era uma poção infernal fabricada pelos burgueses para iludir os proletários. Levado ao desespero por tão angustiante descoberta, o filósofo exclamou: “Quem nos salvará da cultura ocidental?”

A própria estética da cartilha revela-se por si mesma: além de retratar as mulheres sempre enfezadas, completamente despidas dos atributos femininos individuais mais caros, como a feminilidade, a doçura e o amor, em duas ilustrações são retratadas sem as roupas de cima, com os seios à mostra (o velho apelo ralé a vê-las como objetos sexuais), e carregando às costas fuzis soviéticos AK-47.


Paradoxalmente, a última das ilustrações mostra-nas em uma manifestação à porta de uma fábrica (refere-se a uma greve havida na Rússia que segundo informa a cartilha, teria deflagrado a revolução de 1917), portando faixas com os dizeres “pão e paz”, embora ainda, com os punhos à mostra, em sinal de evidente atitude ofensiva.

Caro leitor, não entre em parafuso: comunistas adoram explorar contradições para deixar as pessoas absortas: tal foi, por exemplo, o sucesso em chamar de “massacre do Eldorado dos Carajás” ao episódio ocorrido no estado do Pará há alguns anos atrás, em que policiais encarregados de liberar uma estrada ocupada por integrantes do MST foram filmados fugindo desordenados da turba enfurecida que os perseguia com facões e armas de fogo, respondendo à agressão atirando para trás, em evidente flagrante de legítima defesa. Vejam: https://www.youtube.com/watch?v=KZoHeu2LZ5Y



Por falar em greves e manifestações, qual socialista poderia me mostrar que greves ou manifestações livres acontecem em países como Cuba, Coréia do Norte, e China? Poderiam aproveitar também para demonstrar como as mulheres nesses países socialistas vivem melhor do que as dos países em que vigora a liberdade, porque, segundo nosso conhecimento, em Cuba e na China prospera a indústria do aborto, para extração de órgãos, de células-tronco e da substância negra fetal, que as trabalhadoras vietnamitas, pequeninas, vivem felizes em carregar fardos de café de 60 kg, o mesmo peso que os homens. Ninguém pode alegar falta de igualdade aí!
Bem oportunamente, abaixo publico um vídeo no qual o Sr. Lula – Sim, amigos proletários, o camarada Lula, ele em pessoa, cita as greves e os sindicatos como obstáculos ao seu projeto de poder! Confiram: https://www.youtube.com/watch?v=zgIYH6ksVRI



Concluindo, termino aqui com a transcrição do artigo do filósofo Olavo de Carvalho intitulado “Breve História do Machismo”, publicado originalmente no Jornal da Tarde em 16 de agosto de 2001, aqui extraído do site Domínio Feminino, que fala sobre a histórica opressão da mulher pelo homem:

Breve história do machismo

Por Olavo de Carvalho

As mulheres sempre foram exploradas pelos homens. Se há uma verdade que ninguém põe em dúvida, é essa. Dos solenes auditórios de Oxford ao programa do Faustão, do Collège de France à Banda de Ipanema, o mundo reafirma essa certeza, talvez a mais inquestionada que já passou pelo cérebro humano, se é que realmente passou por lá e não saiu direto dos úteros para as teses acadêmicas.
Não desejando me opor a tão augusta unanimidade, proponho-me aqui arrolar alguns fatos que podem reforçar, nos crentes de todos os sexos existentes e por inventar, seu sentimento de ódio ao macho heterossexual adulto, esse tipo execrável que nenhum sujeito a quem tenha acontecido a desventura de nascer no sexo masculino quer ser quando crescer. 
Nosso relato começa na aurora dos tempos, em algum momento impreciso entre Neanderthal e Cro-Magnon. Nessas eras sombrias, começou a exploração da mulher. Eram tempos duros. Vivendo em tocas, as comunidades humanas eram constantemente assoladas pelos ataques das feras. Os machos, aproveitando-se de suas prerrogativas de classe dominante, logo trataram de assegurar para si os lugares mais confortáveis e seguros da ordem social: ficavam no interior das cavernas, os safados, fazendo comida para os bebês e penteando os cabelos, enquanto as pobres fêmeas, armadas tão-somente de porretes, saíam para enfrentar leões e ursos.

Quando a economia de coleta foi substituída pela agricultura e pela pecuária, novamente os homens deram uma de espertinhos, atribuindo às mulheres as tarefas mais pesadas, como a de carregar as pedras, domar os cavalos, abrir sulcos na terra com o arado, enquanto eles, os folgadinhos, ficavam em casa pintando potes e brincando de tecelagem. Coisa revoltante.


Quando os grandes impérios da antiguidade se dissolveram, cedendo lugar aos feudos perpetuamente em guerra uns com os outros, estes logo constituíram seus exércitos particulares, formados inteiramente de mulheres, enquanto os homens se abrigavam nos castelos e ali ficavam no bem-bom, curtindo os poemas que as guerreiras, nos intervalos dos combates, compunham em louvor de seus encantos varonis.

Quando alguém teve a extravagante ideia de cristianizar o mundo, tornando-se necessário para tanto enviar missionários a toda parte, onde arriscavam ser empalados pelos infiéis, esfaqueados pelos salteadores de estradas ou trucidados pelo auditório entediado com os seus sermões, foi novamente sobre as mulheres que recaiu o pesado encargo, enquanto os machos ficavam maquiavelicamente fazendo novenas ante os altares domésticos.

Idêntica exploração sofreram as infelizes por ocasião das cruzadas, onde, armadas de pesadíssimas armaduras, atravessaram os desertos para ser passadas a fio d'espada pelos mouros (ou antes, pelas mouras, já que o machismo dos sequazes de Maomé não era menor que o nosso). E as grandes navegações, então! Em demanda de ouro e diamantes para adornar os ociosos machos, bravas navegantes atravessavam os sete mares e davam combate a ferozes indígenas que, quando as comiam, – era porca miséria! – no sentido estritamente gastronômico da palavra.
Finalmente, quando o Estado moderno instituiu o recrutamento militar obrigatório, foi de mulheres que se formaram os exércitos estatais, com pena de guilhotina para as fujonas e recalcitrantes, tudo para que os homens pudessem ficar em casa lendo A Princesa de Clèves.
Há milênios, em suma, as mulheres morrem nos campos de batalha, carregam pedras, erguem edifícios, lutam com as feras, atravessam desertos, mares e florestas, sacrificando tudo por nós, os ociosos machos, aos quais não sobra nenhum desafio mais perigoso que o de sujar nossas mãozinhas nas fraldas dos nossos bebês.
Em troca do sacrifício de suas vidas, nossas heroicas defensoras não têm exigido de nós senão o direito de falar grosso em casa, de furar umas toalhas de mesa com pontas de cigarros e, eventualmente, de largar um par de meias no meio da sala para a gente catar.



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