O filósofo Ivanaldo Santos denuncia as mais avançadas estratégias de esterilização em massa, por meio da engenharia social.
Ivanaldo Santos, filósofo
Ao final de sua autobiografia o escritor
inglês G. K. Chesterton alerta para um problema que, na segunda década do
século XX, era pouco conhecido e pouco estudado. Esse problema é a
esterilização da população. G. K. Chesterton não é nenhum sociólogo ou
cientista político. No entanto, enquanto escritor e analista cultural ele tem
uma profunda visão sobre as políticas e ações do Estado e de alguns segmentos
da sociedade dentro do campo da família, da natalidade e da reprodução humana. Antes
mesmo de estourar os horrores da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) G. K.
Chesterton já alertava que, em um futuro próximo, a humanidade seria submetida
a uma forte, violenta e antidemocrática política de esterilização.
No início do século XX até o final da
Segunda Guerra Mundial, em 1945, havia uma política de esterilização biológica
e autoritária de populações consideradas pobres, indesejadas e coisas
semelhantes. Por exemplo, nesse período histórico em algumas regiões da África
e da Ásia cientistas e empresas realizaram milhares de cirurgias de
esterilização em mulheres e em homens que, em sua maioria, não sabiam e não
tinham dado consentimento para que essas cirurgias fossem realizadas. Essas
cirurgias eram financiadas pelo governo nazistas, pelos governos socialistas e
até mesmo por empresas capitalistas da Europa e dos EUA.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial houve
uma onda de denúncias e uma forte crítica à política de esterilização forçada
de algumas camadas e grupos sociais. Apesar das fortes críticas a política de
esterilização não foi abandonada. Em grande medida, essa política foi
modificada e aperfeiçoada, mas não abandonada. A ideia que existem grupos
humanos e indivíduos que não devem ou não podem jamais constituir família e ter
filhos ainda é bem forte em alguns setores da sociedade. Setores sociais que se
alto proclamam de vanguarda cultural, de esquerda pós-moderna e de revolução do
gênero.
O tipo de esterilização que é
desenvolvido atualmente é a esterilização que pode ser conceituada de cultural, ou seja, o indivíduo não é
mais obrigado a se submeter a uma cirurgia que vai deixa-lo estéril, sem poder
ter filhos. Ao invés disso, o indivíduo é convencido e incentivado a não casar,
a não ter filhos, a ter uma vida amorosa alicerçada no homossexualismo, a fazer
um aborto e, mais recentemente, a aceitar que não existem diferenças sexuais,
diferenças criadas pela própria natureza, mas que ao invés de se falar em
“homem” e “mulher” deve se falar em “gênero”, ou seja, deve-se utilizar um
termo neutro e ambíguo para afirmar que os indivíduos são, em sua essência,
bissexuais ou então são seres assexuais.
A chamada teoria de gênero prega que os indivíduos são bissexuais ou
assexuais. Por isso, não existem alguém que seja “homem” ou “mulher”. Para essa
teoria, a sexualidade é uma criação cultural onde os indivíduos são submetidos
a elementos neutros e, por isso, desenvolvem a bissexualidade. Para a teoria de
gênero um indivíduo que se alto proclame de “homem”, “mulher” ou então de “heterossexual”,
é um indivíduo portador de algum tipo de doença cultural ou então de uma
patologia psicossocial que, em tese, deve ser tratada pelas terapias
existentes.
A teoria de gênero está na moda nas
universidades públicas brasileiras, nos programas cult de TV e nas políticas publicas mantidas pelo Estado. Por
exemplo, no Brasil atualmente está em processo de avaliação e de votação o
Programa Nacional de Educação (PNE) que, entre outros fatores, deseja tornar o
ensino da teoria de gênero obrigatório nas escolas do Brasil.
O problema é que essa teoria não tem
nada de democrática ou de libertária. Trata-se de um tipo de lavagem cerebral
que tem por objetivo convencer as pessoas que as inclinações naturais do ser
humano não passam de autoritarismo cultural e que, por isso, podem se
modificadas e conduzidas para uma prática da bissexualidade ou então da
pansexualidade. É preciso recordar que entre as inclinações naturais do ser
humano encontram-se, por exemplo, o desejo de se aproximar do sexo aposto, de
constituir família e de ter filhos. Essa inclinação natural é brutalmente
negada pela teoria de gênero.
Na prática a teoria de gênero não passa
de uma ideologia que tem por missão ajudar a implantar a política da
esterilização cultural dentro da sociedade. A meta é convencer as pessoas a não
casarem, a não terem filhos, e a terem uma vida sexual orientada pelo
homossexualismo, e se por acaso, uma mulher engravidar, que recorra ao aborto. Em
último caso, depois do aborto ter fracassado, que esse filho deva ser criado em
escolas e em outros ambientes sociais que ensinem a ideologia de gênero, que
ensinem que não existe “homem” e nem “mulher”, mas apenas o gênero, ou seja,
seres bissexuais ou assexuais que não constituam família e não tenham filhos. Trata-se
do mais sofisticado projeto de implantar a esterilização dentro da sociedade. Se
a política de esterilização forçada do início do século XX fracassou por ser
autoritária, a atual política de esterilização, pautada na ideologia do gênero,
no aborto, no incentivo ao homossexualismo e em coisas semelhantes, é bem
eficiente. Essa política visa convencer as pessoas a não se casarem e a não
terem filhos. O futuro desse tipo de política parece ser bem negativo para o
ser humano e para o conjunto da sociedade.
Ivanaldo Santos, casado, filósofo e professor do departamento de filosofia e da Pós-Graduação em Letras (PPGL) da UERN. Livros publicados: Nietzsche: discurso introdutória (Editora Ideia, 2007), Aborto: discursos filosóficos (Editora, Ideia, 2008). ivanaldosantos@yahoo.com.br.
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