“Alguém pagou alto pelo nosso resgate; não vos torneis escravos dos
homens.”
(I Cor 7,23)
A verdadeira escravidão é a sujeição
do homem e utilização da sua mente, de sua força e trabalho para fins
econômicos. Enganam-se aqueles que pensam que se livrando das correntes se
tornam livres, exemplo da escravidão americana e brasileira.
A escravidão é
algo mais profundo quando envolve interesses econômicos. É algo que tem a ver
com os interesses de grandes corporações econômicas. O poder dessas forças é
invisível aos olhos das pessoas comuns e da maioria dos políticos que se
satisfazem com o resto da comida desses senhores do mundo. As guerras,
revoluções, conflitos internos e externos, tudo é manipulado para satisfazer
interesses econômicos de grandes corporações econômicas que nunca saem
perdendo, pois operam nos dois lados.
O comunismo, o fascismo, ditaduras,
repúblicas, democracia, tudo é manipulado pelo poder econômico, que recebem
vários nomes, como sociedades secretas, consórcio, etc. Essas forças econômicas
de poder incomensurável operam nas sombras, dentro das células sociais,
econômicas, ambientais e ideológicas; eles não têm pátria, a pátria deles é o
dinheiro. Quem tenta obstaculizar seus interesses é descartado, não importa se
comunista ou não. Isso explica porque a América Latina está sendo remontada
para servir, via socialismo, os interesses das grandes corporações.
Paul H. Koch, entre muitos outros
estudiosos, historiadores e pesquisadores, admitem a existência de sociedades
secretas interligadas que objetivam o domínio global da economia, passando por
cima da soberania das nações-estado.
No prólogo da edição espanhola de seu
livro Illuminati, Koch afirma que durante muitos anos, a teoria da conspiração
foi sistematicamente depreciada por grande parte dos historiadores
norte-americanos de certa importância e, em seguida, por quase a totalidade dos
europeus. Para estas mentes analíticas e eruditas, a existência de um ou vários
grupos de seres humanos empenhados em trabalhar na sombra, durante longos
períodos de tempo e seguindo planos cuidadosamente traçados, para dominar o
poder é pouco menos que um argumento de um romance fantástico ou de um seriado
de televisão. Certamente, a primeira tarefa de qualquer conspiração é convencer
o resto da sociedade de que não existe conspiração nenhuma. Koch lembra que as
redes conspiratórias são muito sujas, complexas e inquietantes do que
acreditavam. E que à frente delas não há um Senhor do Mal manejando todos os
fios, mas as responsabilidades se esfumam, se perdem, se desfazem em um
emaranhado de dados e apontamentos contraditórios que parece sugerir a
existência de grupos mais ou menos amplos de conspiradores.
Olavo de Carvalho prefere chamar o
domínio de capitalistas e banqueiros, de uma elite globalista. Essa elite é uma
entidade organizada, com existência continua há mais de um século, que se reúne
periodicamente para assegurar a unidade de seus planos e continuidade da sua
execução, com a minucia e a precisão científica. Carvalho deu a essa elite o
nome de Consórcio, cujo objetivo é instaurar uma ditadura mundial socialista.
O
Consórcio formou-se há mais de cem anos, por iniciativa dos Rothschild, uma
família multipolar, com ramificações na Inglaterra, na França e na Alemanha
desde o século XVIII pelo menos. Esse Consórcio reúne algumas centenas de
famílias bilionárias para a consecução de planos globais que assegurem a
continuidade e expansão do seu poder sobre a toda a Terra, planos que são de
longuíssimos prazos, transcendendo o tempo de duração das vidas dos membros
individuais da organização e mesmo da existência histórica de muitos Estados e
nações envolvidos no processo. O Consórcio é uma organização dinástica, e atua
por meio de uma multiplicidade de organizações subsidiárias espalhadas pelo mundo,
como por exemplo, o Grupo Bildeberg ou o Council on Foreingn Relations, mas não
tem uma identidade jurídica, condição essencial para sua atuação no mundo,
permitindo-lhe comandar inumeráveis processos políticos, econômicos, culturais
e militares sem poder jamais ser responsabilizado diretamente pelos resultados
(ou pela iniquidade dos meios), seja ante os tribunais, seja ante o julgamento
da opinião pública.
A responsabilidade recai sobre os governos pelas decisões e
ações do Consórcio, fazendo com que os Estados e nações usados como seus
instrumentos se tornem seus bodes expiatórios. Esta é a explicação porque
tantas decisões políticas manifestamente contrárias aos interesses e até à
sobrevivência das nações envolvidas seja depois, paradoxalmente, atribuídas a
ambições nacionalistas e imperialistas fundadas no “interesse nacional”. Os
exemplos são muitos e envolve Obama; Lyndon Johnson e o Vietnã; Clinton apoiou
a Colômbia para o combate ao comércio das drogas, mas com a condição que “as
organizações políticas” envolvidas no narcotráfico fossem deixadas incólumes”.
Sabe-se
que o narcotráfico não diminuiu apenas seu controle foi transferido das
quadrilhas apolíticas para as Farc, que, enriquecidas e livres de concorrentes,
puderam então financiar a construção do Foro de São Paulo e a transformação da
América Latina quase inteira numa fortaleza do antiamericanismo militante.
Duplamente presenteada, a esquerda latino-americana pôde assim beneficiar-se de
um fabuloso acréscimo de poder e ao mesmo tempo protestar, com ares de
indignação, contra a “intervenção imperialista” à qual deviam o mais generoso
dos favores.
O Consórcio, segundo Olavo de Carvalho é formado pelas famílias
dos Onassis, dos Dupont, dos Agnelli, dos Schiff, dos Warburg, dos Rothschild,
do príncipe Bernhard e a rainha Beatrix da Holanda, o rei Juan Carlos da
Espanha, o rei Harald V da Noruega, que para os desinformados, são patriotas
americanos, empenhados em exaltar o poder e a glória dos EUA. Olavo de
Carvalho, afirma que a identificação do poder globalista com o interesse
nacional americano como outrora com o Império Britânico ou variados
colonialismos – é apenas uma camuflagem de praxe com que essa entidade
onipresente confere a si própria as vantagens e confortos de uma relativa
invisibilidade, batendo e roubando com mão alheia para não queimar os dedos nas
fogueiras que vai ateando pelo mundo (e contando, para isso, com a colaboração
servil da mídia internacional, que pertence a membros do próprio Consórcio).
O Consórcio prefere o socialismo. Por quê? Segundo ainda Olavo de
Carvalho, à medida que os controles estatais iam crescendo em número e
complexidade, as pequenas empresas não tinham recursos financeiros para
atendê-los e acabavam falindo ou sendo vendidas a empresas maiores – cada vez
maiores. Resultado: o “socialismo” tornou-se mera aliança entre o governo e o
grande capital, num processo de centralização do poder econômico que favorece a
ambos os sócios e não arrisca jamais desembocar na completa estatização dos
meios de produção. Os grandes beneficiários dessa situação são, de um lado, as
elites intelectuais e políticas de esquerda, de outro, os “metacapitalistas” –
capitais que enriqueceram de tal modo no regime de liberdade econômica que já
não podem continuar se submetendo às flutuações do mercado.
Estudos dessa natureza provam que há
um poder econômico global secular que se sobrepõe a nação-Estado, que usa todos
os sistemas políticos e ideologias, com preferência ao socialismo que melhor satisfaz
seus objetivos de domínio do mercado. Não existe e nunca existiu escravidão
separada do econômico. O ferro e o chicote é efeito. Somos todos escravos.
Armando
Soares – economista
e-mail: teixeira.soares@uol.com.br
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