terça-feira, 8 de abril de 2014

A voz que eu (NÃO) quero ouvir!

Fala sério: Você ouve "A Voz do Brasil"? Conhece algum maluco excêntrico que se ligue nisso?

Basta bater sete horas em ponto e lá vem aquele programa purgantérrimo! E vamos convir, com sua vinheta pra lá de batida - aquele velho trecho da ópera "O Guarani", que desde há algum tempo vem sendo cantado por um coro de índios - Arghhh, só dedo na garganta...!!!

Por Klauber Cristofen Pires


Não dá outra! É clique, clique e clique: todo mundo desligando ou passando pro CD player já no automático! Nem a ordem unida da Guarda Real da Dinamarca consegue ser tão sincronizada! 

Só por isto, minha sugestão é pela extinção dessa porcaria! É incrível: Os empreendimentos privados, quando não satisfazem ao público, vão à falência e seus bens são transferidos para fornecedores de produtos e serviços melhores; já o empreendimento público, não! Quanto pior é, mais se impõe, se perpetua, cresce e toma o dinheiro e o saco dos cidadãos!

A ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, está lançando a campanha " A VOZ QUE EU QUERO OUVIR", com a finalidade de propor uma flexibilidade de horário para a exibição do programa estatal "A Voz do Brasil", e assim poder passar os jogos da Copa.

Não sei se terão sucesso. Torço que sim, porque, ao menos, quando uma emissora estiver transmitindo aquele compêndio de empulhações, com a flexibilização poderá ser possível ao menos trocar de estação. 

Agora me digam: - Por quê vocês acham que a transmissão é simultânea? Vai passar? Pois é...nem eu acredito...

Este troço é uma relíquia dos governos de tendências fascistas da era Vargas, desde a primeira metade do Século XX. Se alguém quiser pesquisar o que pode ser mais parecido  com a Coréia do Norte...

Abaixo, transmito a nota informativa da ABERT e em seguida um artigo publicado no blog do Sr. Pedro da Veiga, já falecido, mas que muito honrou este que vos fala com sua amizade virtual:




Flexibilização do programa A Voz do Brasil é apoiada por 68% dos brasileiros e aumentaria 13% da audiência
A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) lançou nesta quinta-feira, 27, em Brasília, uma campanha pela flexibilização do horário de transmissão do programa A Voz do Brasil, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 19h.
Assinada pela agência Lew Lara, a campanha pretende mobilizar a sociedade com um abaixo-assinado eletrônico pela aprovação do Projeto de Lei 595/2003, da deputada Perpétua Almeida (PC do B – AC), que permite iniciar a transmissão do programa entre 19h e 22h.  A proposta aguarda votação no plenário da Câmara dos Deputados e, caso aprovada, depende apenas de sanção presidencial.
De acordo com o presidente da Abert, Daniel Slaviero, a campanha acontecerá em todas as mídias, mas aposta no engajamento do cidadão, por meio das redes sociais e de um abaixo-assinado eletrônico que pode ser assinado no hotsite da campanha.
Segundo ele, a flexibilização tem amplo apoio popular. De acordo com pesquisa Datafolha, divulgada pela Abert, 68% dos brasileiros são favoráveis à mudança, enquanto 26% se posicionam contrários.
Caso o horário de transmissão seja ampliado, a audiência aumentaria até 13 pontos percentuais, já que 22% declaram que passariam a ouvir mais a Voz do Brasil, conforme o levantamento. Desta forma, haveria um provável encolhimento do grupo de não ouvintes, que cairia dos atuais 59% para 51%.
A pesquisa apontou ainda que 81% da população ouvem rádio, mas que apenas 41% dizem ouvir o programa. Destes, somente 7% ouvem todo o programa.
Foram realizadas 2.091 entrevistas entre os dias 18 e 19 de fevereiro em 135 municípios. Para garantir a representatividade, a amostra mescla entrevistados de todos os estados e classes econômicas, sendo que 39% residem em regiões metropolitanas e 41% no interior.  A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O abaixo-assinado por ser acessado em: www.avozqueeuqueroouvir.com.br

As peças da campanha podem ser baixadas em: http://www.abert.org.br/web/images/vozdobrasil/voz.zip

A pesquisa Datafolha sobre o que pensa o brasileiro sobre a flexibilização de A Voz do Brasil pode ser acessada no www.abert.org.br, em Biblioteca.

 

IMPORTÂNCIA DA FLEXIBILIZAÇÃO
A flexibilização amplia o tempo de transmissão do programa e oferece alternativas ao ouvinte que não consegue ouvir o programa às 19h. A medida permite, por exemplo, que a população tenha acesso a informações sobre o trânsito no horário de rush, dentre outros assuntos de seu interesse. Durante a Copa do Mundo, por exemplo, cerca de 1/3 dos jogos acontecerão às 19h. Sem flexibilização, o rádio não pode transmitir as partidas e informar sobre trânsito e manifestações nas redondezas dos estádios.
HISTÓRIA
Quando A Voz do Brasil foi instituída, em 1935, havia 41 emissoras comerciais no país. Nos últimos 79 anos, os governos ampliaram sua rede de comunicação com o cidadão. Apenas a rede de radiodifusão governamental dispõe de 667 emissoras de rádio e TV. Além disso, existem 4619 emissoras comerciais no país e 4970 educativas e comunitárias, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mais informações:
Twitter: @avozqueeuquero
Contatos

Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
Assessoria de Imprensa
Kennia Rodrigues ou Naiara Leão
61 2104 4616/ 4632
kennia@abert.org.br
imprensa@abert.org.br


Por Luiz Antonio Domingues

Criado em em 22 de julho de 1935, pelo sr. Armando Campos, esse programa radiofônico tinha o intuito de ser o porta-voz do governo Getúlio Vargas. Inicialmente chamado de "Programa Nacional", mudou de nome para "Hora do Brasil" a partir de 1938 e nesse mesmo ano, passou a ser obrigatório em todas as estações de rádio do território nacional. Ainda em 1938, convencionou-se seu horário às 19:00 h, horário da capital federal, Rio de Janeiro naquela época e Brasília a partir de 1960. 

O objetivo era claro, desde o seu início, ou seja, enaltecer as realizações de Getúlio Vargas e ser seu espaço populista e demagógico de manifestação. Isso sem contar a parte supostamente cultural, onde quase todas as músicas executadas, enalteciam o "baixinho". 

Sobreviveu ao fim da Era Vargas e prosseguiu nos momentos de calmaria relativa entre o seu suicídio e o golpe militar de 1964 quando daí, encontrou terreno fértil para se manter fiel ao seu compromisso de fazer um jornalismo chapa-branca . Desde 1962, havia ampliado o seu horário, com a segunda meia-hora se destinando a cobrir o poder legislativo. 

A partir de 1971, por determinação do presidente Médici, mudou novamente de nome, passando a se chamar : "A Voz do Brasil". 

No meio dos anos noventa, diversas emissoras entraram na justiça e amparados por liminares, ganharam o direito de transmitirem esse programa obrigatório, a partir do horário que desejassem. Com isso, tiveram enfim a liberdade de usarem o horário das 19:00 h, considerado nobre no meio radiofônico, para transmitirem seus programas de melhor audiência e dessa forma poderem explorar melhor suas possibilidades comerciais com patrocinadores. 

Infelizmente, as liminares foram sendo caçadas e praticamente foi restabelecida a rotina obrigatória, causando enormes prejuízos às estações. 

Feito esse preâmbulo histórico, cabem algumas considerações : A ideia de ter um programa radiofônico onde os três poderes possam se manifestar e mostrar seus trabalhos à população é boa. Transparência nas relações dos orgãos que regulam a sociedade é salutar e democrático, em tese. 

O problema da Voz do Brasil é que já nasceu mal intencionada. Sob a desculpa nobre da prestação de contas ao povo, sempre se revelou ao contrário, um mero agente da propaganda de Getúlio. Essa ideia não era original, vide o trabalho massificante realizado pelo Ministro da Propaganda de Adolf Hitler, Sr. Joseph Goebbels. 

Com essa propaganda enaltecedora, disfarçada de jornalismo prestativo, Getúlio manipulou por anos a opinião pública. Essa cartilha continuou sendo seguida à risca, serviu muito à ditadura militar de 1964 e foi seguindo na pós-abertura. 

O PT, que tanto combateu tais práticas quando era oposição, gostou do veículo...e não há meio desse tipo de uso ser interrompido ou no mínimo, modificado. 

Outra questão a ser levantada, é o prejuízo que causa às emissoras. Alguém pode usar o argumento das concessões, mas alto lá : Independente disso, são empresas comerciais e não é nada justo, serem obrigadas a largar mão de um horário considerado nobre, onde deixam de faturar com a publicidade. Para quem não sabe, no meio radiofônico é considerado nobre o horário ente 17:00 e 20:00 h, justamente por ser o horário do rush onde milhões de motoristas tem no rádio, uma companhia ou um aliado com informações sobre as condições do trânsito. 

E mais um ponto : Estamos chegando ao final de 2011 e com a tecnologia nas comunicações caminhando em progressão geométrica, faz algum sentido essa obrigatoriedade ? O cidadão realmente interessado em acompanhar o rítmo de trabalho do governo, parlamentos e judiciário, não tem outros meios de obter tal acompanhamento ? Não existem canais específicos na TV a cabo, para cada orgão ? Hoje em dia, pode-se acompanhar as sessões parlamentares das três instâncias, o andamento dos trabalhos no Supremo Tribunal Federal e as ações do executivo em tais veículos, 24 horas por dia. 

A internet então, tem um enorme manancial de opções, nem preciso enumerar. 

Encerrando, penso que a cidadania tem que ser respeitada a todo custo. É um direito do cidadão ter informações sobre o andamento das contas e ações realizadas pelo governo, mas essa opção não pode ter caráter de dever por parte das emissoras. Esse tipo de obrigatoriedade é uma prática arbitrária, retrógada e incompatível com o exercício pleno de uma democracia moderna, onde pretendemos chegar.

Texto de Luiz, grande colaborador desse blog - Imagem da Internet - fotoformatação (PVeiga).

3 comentários:

  1. Divulgue esta lista de blogs e sites conservadores e anticomunistas: são mais de 400.
    http://farolconservador.blogspot.com/2014/04/lista-de-blogs-de-direita-e-de-sites.html

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  2. Talvez possamos acabar com tudo que não usamos ! tenho MP3, acabem com as radios "todas" tenho carro , acabem com o transporte coletivo, tenho medico particular acabem com o SUS, afinal emprego ta facil, é s´comessar a "assaltar quem tirou seu emprego " né

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