terça-feira, 5 de maio de 2015

O argumento esquerdista racista contra a redução da maioridade penal

homicidios-300x251No que tange ao debate sobre a redução ou não da maioridade penal, normalmente é possível respeitar vários argumentos de esquerda contrários a essa ideia, ainda que não se concorde com nenhum deles. Só tem um argumento que realmente é de uma falta de bom senso completo, onde acusam os defensores da redução da maioridade de racistas que querem prender jovens negros.
De acordo com a esquerda, a redução da maioridade penal é um plano maquiavélico de brancos para botar todos os jovens negros e pobres na cadeia, pois por algum motivo que me escapa, na mente desse pessoal os brancos brasileiros tem “negrofobia”.
Esse raciocínio, além da falha lógica de achar que no país mais miscigenado, plural e não racista do mundo, alguém minimamente razoável ainda se importa com cor da pele de outra pessoa, também traz no seu bojo um verdadeiro pensamento racista nível Hitler: a de que a redução da maioridade penal só atingirá jovens negros, e que, portanto, para a esquerda somente negros são criminosos no Brasil.
De plano essa ideia nojenta poderia ser descartada, pois a cor da pele nunca pode ser um indicativo de que alguém será ou não um criminoso. Vícios e virtudes são inerentes a seres humanos, independentemente da cor da pele, e pressupor que somente negros serão atingidos pelo redução da maioridade penal é defender que negros são pré-dispostos ao crime. Em suma, é uma cretinice.
Se a lógica não é suficiente, vamos aos dados. De acordo com o Ministério da Justiça, 53% dos presos no Brasil são negros, sendo um número muito próximo da população proporcional de negros no Brasil, que de acordo com o IBGE é de 50,7%. Pelos dados do governo petista, a etnia da população carcerária reflete proporcionalmente a etnia da população não carcerária. Logo, a redução da maioridade penal atinge a população proporcionalmente à sua etnia, talvez com algum desvio em virtude das condições sócio-econômicas e comportamentais individuais das pessoas, mas não por padrões étnicos/raciais.
Agora eu faço questão de inverter a lógica desse padrão de discurso. Como diria Gabriel o Pensador: “Muitos negros roubam, mas muitos são roubados”. De acordo com o IPEA, negros são 70% das vítimas de assassinato no Brasil, portanto, um recrudescimento da legislação penal a princípio causa efeito diverso do alegado por esquerdistas: a redução da maioridade penal protege mais negros do que brancos.
Vou melhorar ainda mais essa ideia: a redução da maioridade protege os negros de bem e desprotege os negros criminosos. O que mais se exige de uma legislação penal que não seja exatamente proteger mais as pessoas de bem e trazer alguma sensação de justiça para aqueles que foram ou tiveram seus entes queridos violentados, assassinados e roubados?
No fim, resta apenas a sensação que, para os esquerdistas, negros que não cometem crimes são apenas inconvenientes que devem ser sacrificados em prol da revolução, ou seja lá o que eles chamam essa tentativa de distorção ética que eles promovem no Brasil e no mundo.

Sobre o autor

Bernardo Santoro
Diretor do Instituto Liberal
Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.
Fonte: Instituto Liberal

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