Reduzir imposto não é presente
Matéria de hoje (este artigo foi publicado originalmente em 13 de maio de 2008) do Estadão, jornal que se destaca por ter uma linha editorial relativamente lúcida, mostra o quanto os valores estão invertidos na sociedade Brasileira. Diz a manchete:
Governo põe R$ 21,4 bi na indústria
Jornal O Estado de São Paulo, Fernando Dantas,13/Mai/2008
O governo não está pondo absolutamente nada na indústria. Estará apenas deixando de pilhar uma parte daquilo que a própria indústria produz.
Se um trombadinha rouba cinco reais de você todo dia pela manhã e um belo dia resolve roubar só quatro, você agradece? A “renúncia” fiscal que o governo Lula promete é proporcionalmente muito menor, mas os empresários, as vítimas diretas, cantam as glórias do governo como se fosse um grande benfeitor.
Jornal O Estado de São Paulo, Fernando Dantas,13/Mai/2008
O governo não está pondo absolutamente nada na indústria. Estará apenas deixando de pilhar uma parte daquilo que a própria indústria produz.
Se um trombadinha rouba cinco reais de você todo dia pela manhã e um belo dia resolve roubar só quatro, você agradece? A “renúncia” fiscal que o governo Lula promete é proporcionalmente muito menor, mas os empresários, as vítimas diretas, cantam as glórias do governo como se fosse um grande benfeitor.
Aliás o parágrafo anterior tem dois elementos que merecem ser reforçados. Em primeiro lugar, não se pode renunciar ao que não é seu. O governo toma à força quase 40% do que se produz neste país, se resolver roubar um pouco menos isto não é renúncia. Em segundo lugar, o empresariado é apenas a vítima visível da rapina estatal, na verdade pagam muito caro todos os cidadãos do país – exceto os que se lambuzam com a farra do dinheiro fácil do governo.
O governo não tem, nunca teve e nunca pode ter o direito de tomar de cidadãos inocentes aquilo que criam com seu próprio trabalho. Que os governos fazem isto todos sabemos, mas não é escrever uma lei dizendo que aquilo é certo que torna o ato certo. Quem discordar disto terá a difícil tarefa de defender, por exemplo, a escravatura (que era, até pouco tempo atrás, legal).
Embora “a indústria”, ou os empresários, sejam as vítimas evidentes da pilhagem descontrolada que o governo pratica, na verdade pagamos todos muito caro por esta injustiça perene. O governo tira da ação produtiva uma fração imensa de tudo o que se produz. Como a produtividade depende diretamente do investimento, e ninguém investe dinheiro nem esforço para beneficiar o governo, a arrecadação através dos impostos reduz o total que é produzido.
Para que fique muito claro: a arrecadação através de impostos nos deixa todos mais pobres. Uns porque têm menos lucro. Outros porque recebem salários menores (ou nem conseguem emprego) e todos sem exceção porque tudo fica mais caro.
A única política industrial que o Brasil precisa é não ter uma política industrial. Ou seja, o governo precisa simplesmente parar de sugar o sangue dos milhões de brasileiros que não recebem bolsa isto ou aquilo, não têm ONG e não vêem no concurso público o auge de sua ambição. Os milhões de brasileiros que produzem.
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