quinta-feira, 14 de maio de 2015

Quais os valores da sociedade brasileira

“Por esta pequena fenda, com o tempo, a liberdade de todos pode esvair-se.”
(John Selden)
      Por Armando Soares
          
Para compreender o momento atual brasileiro torna-se necessário conhecer os valores da sociedade, as normas, princípios ou padrões sociais aceitos ou mantidos por indivíduos, classe, sociedade, etc. Discutir os valores morais é importante para avaliar se a sociedade funciona bem, pois sem os valores morais não pode existir ordem entre as pessoas. Ignorar os conceitos de ética e moral é o mesmo que aceitar o caos social e institucional, significa o fim da ordem social e o desrespeito à vida, risco que corre o Brasil na atualidade.



                Os valores morais são conceitos que uma determinada sociedade adquire ao longo de várias gerações; são ensinamentos que as pessoas recebem de seus pais e da comunidade. São conceitos que norteiam a forma das pessoas ver o mundo e de como agir em sociedade. A ética, um dos valores mais importante, é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade; serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social e está relacionada com o sentimento de justiça social. A dissolução desses valores representa a perversão de costumes, a devassidão e a libertinagem social. Mas por que estamos dando tanta importância aos valores morais? Porque essa questão é o esteio de uma sociedade desenvolvida e justa. Se esses valores estão sendo usados para destruir a sociedade brasileira, o risco de desintegração é eminente. Essa é a estratégia da esquerda – a dissolução de valores - que explica a razão dos membros do governo e políticos suportarem tanta pressão de manifestações das ruas, pois eles confiam que suas ações deletérias criem o ambiente necessário para alcançar o poder absoluto. São produtos dessa estratégia o desamparo da população pelo governo, entregue a sanha de bandidos, de criminosos cruéis; a corrupção desenfreada; o sindicalismo mercantilista irresponsável e outras ações desse tipo que destroem a sociedade.

                Dentre as ações da dissolução de valores se incluem a criação de políticas públicas mascaradas de atos democráticos, mas que de democracia só tem o nome. Toda essa montagem maquiavélica da esquerda só foi possível executar em razão da criação de uma constituição (1988) que festivamente pretendia e ansiava por uma democracia pós-militar. Os autores dessa constituição na sua maioria eram políticos profissionais demagogos, pseudos democratas, varguistas, comunistas, ambientalistas (legítimos representantes de países estrangeiros), socialistas soçaites, e outras raças políticas, em resumo, um conjunto de víboras que injetaram na constituição seus pensamentos mórbidos, suas ideologias podres, seus mesquinhos interesses políticos e particulares, tudo o que diz respeito aos seus interesses, menos e nunca pensado, num esboço de projeto de nação. Essa peça constitucional tem sido a responsável por gerar governos frágeis, vacilantes e facilmente exposta à interferência de países ricos com tradição colonialista. Cedo o cenário institucional foi abalado e mostrou a deficiência estrutural com o impeachment do primeiro presidente eleito pelo povo, dando margem o subido ao poder do socialismo, contaminado pela ideologia colonialista do aparato indigenista-ambientalista e por pretensos movimentos populares, onde se destaca a invasão de propriedades privadas, entre outras ações que caracterizam o socialismo. Esqueceram os políticos constituintes que a democracia é um meio de preservar a liberdade, e a liberdade individual, e não a coletiva, é também uma condição essencial para o funcionamento da democracia. De acordo com F.A. Hayek “[o povo] só pode governar quando tem consciência de como uma democracia pode governar a si mesma; só pode governar quando percebe que só é possível governar escolhendo os representantes que deverão cumprir, implementar e analisar as leis que definem direitos, deveres, privilégios e imunidades das pessoas, associações, comunidades, e dos próprios governantes, cada um em ralação a todos os outros.”


                Diferentemente do que está acontecendo no Brasil, John Locke ensina que a finalidade da lei não é abolir ou restringir, mas preservar e ampliar a liberdade. Porque onde não há lei não há liberdade, como se vê nas sociedades em que existem seres humanos capazes de fazer leis. Pois liberdade significa estar livre de coerção e de violência dos outros, o que não pode ocorrer onde há lei, e não significa, como dizem alguns, liberdade de cada um fazer o que lhe apraz (pois quem poderia ser livre se estivesse sujeito aos humores de algum outro?), mas liberdade de dispor a seu bel-prazer de sua pessoa, suas ações, bens e todas suas propriedades com a limitação apenas das leis às quais está sujeito. Significa, portanto, não ser escravo da vontade arbitrária de outro, mas seguir livremente sua própria.

                O Estado de Direito é algo mais que constitucionalismo: ele exige que todas as leis estejam de conformidade com certos princípios. Numa democracia, significa que o Estado de Direito não prevalecerá, a menos que faça parte da tradição moral da comunidade, de um ideal comum compartilhado e aceito inquestionavelmente pela maioria. Enquanto no Brasil os valores morais estiverem sob o ataque da esquerda, corre o risco de desabar, e o Estado e da Justiça desaparece, a segurança deixa de existir, como também a propriedade privada e os contratos, ou seja, o Estado de Direito não prevalecerá. Para que isso não aconteça necessário se torna afastar do poder os defensores da destruição dos valores dos brasileiros. Certamente o roubo, a corrupção, o crime, a invasão de propriedades rurais e urbanas, o bloqueio de ruas e estradas, a destruição de investimentos públicos por índios, o comércio de drogas e armas, o ensino imoral de ideologias vermelhas por professores comunistas não fazem parte dos valores morais da sociedade brasileira. Menores criminosos (questão maioridade penal) que matam com perversidade frutos podres de mães irresponsáveis e de famílias destruídas não podem continuar a ceifar vidas sob a justificativa de que a cadeia não educa. Essa é uma tese que não se sustenta, pois para ser vitoriosa seria necessário que o governo investisse maciçamente na conscientização desde cedo na criança em conjunto com as mães e pais, uma vez que o fulcro da questão está no núcleo familiar, na geração de filhos de mães solteiras ou no seio de famílias desestruturadas em todos os sentidos que não cultuam valores morais. Se o governo não atua no sentido de transmitir valores morais as crianças e aos jovens, por outro lado não pode ignorar a realidade num mundo em que o menor mata inocentes destruindo famílias e causando dor irreparável. Se o governo tem consciência, assim como os políticos de um modo geral, desse cenário e nada fazem para proteger os brasileiros, é porque consideram esse cenário propício para que a estratégia da esquerda obtenha resultado, ou seja, que o cenário social cada vez se torne mais caótico para facilitar a implantação do poder totalitário.


                Outra questão que incomoda os brasileiros é a política indigenista e o comportamento do Ministério Público em relação a essa política. Não esquecer que para compreender essa questão que se opõe aos interesses do Brasil, é necessário voltar a constituinte que aceitou implantar na Constituição de 88 direitos absurdos aos índios, hoje transformados em reservas gigantescos que guardam riquezas naturais extraordinárias, um gigantesco espaço geográfico que poderá facilitar a qualquer momento a perda de grande parte da Amazônia. Os episódios de Altamira e Roraima são provas suficientes de uma estratégia de domínio territorial que compromete governo e políticos. Aqui não se trata de direitos de índios, de raças, mas do interesse do Brasil.

Armando Soares – economista
  
Soares é articulista de LIBERTATUM                

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