quinta-feira, 9 de maio de 2013

Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes

Por Renata Giraldi - Repórter da Agência Brasil, em Brasília -06/05/2013 15h14



Com comentários ao final de Ernesto Caruso

Os governos do Brasil e de Cuba, com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde, estão acertando como será a vinda de 6.000 médicos cubanos para trabalharem nas regiões brasileiras mais carentesOs detalhes estão em negociação. Os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o cubano Bruno Eduardo Rodríguez Parrilla, anunciaram nesta segunda-feira (6) a parceria.


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6.mai.2013 - Os ministros das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Eduardo Rodríguez Parrilla, e do Brasil, Antonio Patriota, concedem entrevista no Palácio Itamaraty. Os governos do Brasil e de Cuba, com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde, estão acertando como será a vinda de 6.000 médicos cubanos para trabalharem nas regiões brasileiras mais carentes Wilson Dias/ABr

Patriota e Rodríguez não informaram como será a concessão de visto – se será definitivo ou provisório. Segundo o chanceler brasileiro, há um déficit de profissionais brasileiros na área de saúde atuando nas áreas carentes do país, daí a articulação com Cuba.
"Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista do déficit de profissionais de medicina no Brasil. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e à qual atribuímos valor estratégico", disse ele.
As negociações para o envio dos médicos cubanos para o Brasil foi iniciada pela presidente Dilma Rousseff, em janeiro de 2012, quando visitou Havana, a capital cubana. Ela defendeu uma iniciativa conjunta para a produção de medicamentos e mencionou a ampliação do envio de médicos cubanos ao Brasil, para apoiar o atendimento no SUS (Serviço Único de Saúde).

"Cuba tem uma proficiência grande na área de medicina, farmacêutica e de biotecnologia (* - vide vídeo abaixo ). O Brasil está examinando a possibilidade de acolher médicos por intermédio de conversas que envolvem a Organização Pan-Americana de Saúde, e está se pensando em algo em torno de seis mil ou pouco mais", destacou Patriota.

Segundo o chanceler brasileiro, as negociações estão em curso, mas a ideia é que os profissionais cubanos atuem nas áreas mais carentes do Brasil. "Ainda estamos finalizando os entendimentos para que eles possam desempenhar sua atividade profissional no Brasil, no sentido de dar atendimento a regiões particularmente carentes no Brasil", disse.

A visita do chanceler de Cuba ocorre no momento em que o presidente cubano, Raúl Castro, implementa mudanças no país, promovendo a abertura econômica e avanços na área social. Segundo Bruno Rodríguez, a parceria com o Brasil é intensa principalmente nas áreas econômica, social e turística. "Há um excelente intercâmbio de ideias", disse o cubano.

O comércio entre Brasil e Cuba aumentou mais de sete vezes no período de 2003 a 2012, segundo o Ministério das Relações Exteriores. De 2010 a 2012, as exportações brasileiras para Cuba cresceram 36,9%. No ano passado, o comércio bilateral alcançou o recorde de US$ 661,6 milhões.
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Comentários de Ernesto Caruso:

No final da década de oitenta a URSS parecia estar agonizando. Sabemos, por Golitsyn, que tudo não passou de um engodo para relaxar as defesas ocidentais e desmoralizar o anti-comunismo, mas o fato é que o fracasso do regime econômico instalado em 1917 era real e estava fazendo água por todos os lados. Soubesse ou não Fidel Castro dos planos mais secretos da Perestroika desde seu planejamento, de uma conseqüência ao menos ele foi avisado a tempo: a torneira da “ajuda humanitária e de solidariedade socialista” a Cuba iria se fechar progressivamente até ficar apenas um conta-gotas. Esta situação de penúria viria a ser confirmada pelas visitas de Mikhail Gorbachov a Havana, em abril de 1989 e, mais tarde, pela do então Chanceler da URSS Eduard Shevardnadze em 6 de outubro do mesmo ano. Mas, desde antes,  Fidel já estava informado e se preocupava em encontrar meios alternativos de sobrevivência econômica de seu regime.
Entraram em cena aí o auto-proclamado guerrilheiro que nunca pegou em armas, mas agente do serviço secreto cubanoJosé Dirceu e o ideólogo do PT Marco Aurélio Garcia que lhe propuseram um pacto com Lula - então forte candidato a Presidente do Brasil - para “recuperar na América Latina o que fora perdido na Europa do Leste”.

Dois planos foram traçados: o primeiro para o caso de vitória de Lula e o segundo para o caso de derrota.

Foi este segundo que ocorreu e o planejamento para a formação de um grande bloco das esquerdas continentais - a revitalização da OLASOrganización Latinoamericana de Solidariedad - se pôs em marcha, resultando noForo de São Paulo.

Quando da criação do Foro de São Paulo, em 1990, apenas o governo cubano estava entregue aos comunistas. Hoje, 23 anos depois, diversos partidos de esquerda, entre os quais alguns que participaram da sua fundação, estão no Poder em seus países -Nicarágua, Venezuela, Bolívia, Uruguai e Brasil -, sendo que Michele Bachelet, Nestor Kirchner e Rafael Corrêa chegaram ao poder com o decisivo apoio de partidos pertencentes ao Foro.

Não é segredo que tais deliberações obedecem a uma política internacionalista, com vistas à implantação do socialismo no continente, fato que transfere para um segundo plano os interesses nacionais e fere os princípios da soberania e autodeterminação...

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