segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Neocolonialismo

Por Armando Soares

 "O poder oligárquico não tem interesse pela humanidade; dado o tamanho de seu poder pode escolher o caminho a tomar sem resistência".

                Esta é uma tentativa de mostrar à sociedade a verdade sobre o ambientalismo instrumento de domínio usado pelos economicamente poderosos que está de alguma forma interferindo na vida das pessoas se apresentando como se fosse coisa boa e necessária para garantir qualidade da vida e saúde para a Terra. Estou ciente que a tarefa de mostrar a verdade sobre o que representa o ambientalismo é uma tarefa inglória dada os interesses econômicos que estão por trás desse moderno e poderoso instrumento de dominação. Entretanto, como me repugna a escravatura, seja ela com o disfarce que se apresentem, minhas convicções me dão força para enfrentar o Golias ambiental, o que significa lutar em favor da liberdade e do desenvolvimento do Pará e da Amazônia.

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                Sobre mudança de paradigma, de modelo econômico, anotemos preliminarmente o que Patrick Drouot, físico doutorado pela Universidade Columbia de Nova York, nos ensina: “não se pode mudar as coisas numa revolução brutal, poder-se-ia fazer mais estragos que bem. É preciso dar prova de paciência. Só se mudam as coisas fazendo-as evoluir lentamente.” Tudo evolui permanentemente em nosso universo e nada hoje é exatamente idêntico ao que era ontem. No entanto, o homem em sua escala temporal, nem sempre percebe essas mudanças. Ele se apega a uma estabilidade ilusória, tentando reduzir o que o envolve a uma gigantesca máquina, visão mecanicista que satisfaz seu desejo de fixar-se numa realidade acessível a seus sentidos. Nos nossos dias, apesar das resistências, há convergência para uma ciência global, holística, que coloca o homem em interdependência em face do que o rodeia. É nessa área científica distorcida pelo ambientalismo que os poderosos vão buscar as justificativas para enganar os incautos e tomar suas terras e riquezas.

                Este artigo está baseado na magnífica palestra de Lorenzo Carrasco realizado no Seminário “Defesa como Estratégia Nacional de Desenvolvimento e de Inserção Internacional do Brasil” promovido pelo Comando Militar do Sul (CMS), sob o título de “O neocolonialismo “pós-moderno” como ameaça do Estado nacional”.
                Na opinião de vocês que alternativas possíveis à civilização têm para o futuro, assim como o Brasil e o Pará? Como sair da crise de ordem econômica e de forma mais aguda e profunda da crise moral, produzida pela mudança dos valores fundamentais que sustentam a ordem e a justiça mundial na qual se experimenta uma negação da dignidade do homem?

O que foi chamado o “fim da História” pelos analistas do Establishmen hegemônico  depois da Cortina de Ferro e da vitória da guerra fria, escondia a crise do sistema ocidental tragado pela desregulamentação do setor financeiro, uma fábrica de bolhas financeiras especulativas para sustentar um sistema global divorciado de economia física real.

                Por que a humanidade ainda sofre horrores em várias partes do mundo quando sabemos que nos dias atuais ela tem condições plenas de solucionar a quase totalidade dos problemas físicos para sua existência em um elevado nível civilizatório, no que diz respeito à alimentação, controle da grande maioria das doenças, condições de habitação, capacidade de proporcionar trabalho decente a toda população adulta, a despeito de todos os prognósticos alarmistas e infundados sobre os “limites do crescimento” criados nos centros do poder anglo-americanos. Essa perspectiva não está na agenda desses poderosos não é por falta de recursos naturais ou limites físicos da biosfera ou da “suposta” fragilidade do meio ambiente, mas por falta de vontade política e pelo sucesso da capacidade de convencimento dos centros de poder hegemônico. Tome como referência estas verdades e coloquem no cenário paraense, assim fazendo poderão compreender o crime que o governo do Pará está praticando contra o povo paraense e o Estado do Pará priorizando políticas ambientais que tem por finalidade impedir o desenvolvimento como mostraremos a seguir.

                O poder oligárquico não tem interesse pela humanidade; dado o tamanho de seu poder pode escolher o caminho a tomar sem resistência. O caminho que adotou foi o de impor uma “Nova Ordem Mundial” que começou quando foi contra a reunificação da Alemanha e em seguida realizando a operação militar contra o Iraque, a um custo de 65 bilhões de dólares e 950 mil militares mobilizados. A “Nova Ordem Mundial”, objetiva controlar os recursos naturais e o crescimento populacional do mundo por meio de intervenções “extrajuridicionais” da OTAN. O conceito básico da nova ordem é a imposição mundial da soberania limitada que permite a dominação estrangeira de vastas regiões do planeta, especialmente aquelas ricas em recursos naturais, particularmente energia e recursos minerais. Os pretextos mais diversos são usados – a alegada ameaça do crescimento populacional, o tráfico de drogas, a destruição do meio ambiente – para justificar a “preservação” de vastas áreas do planeta, como a Amazônia, considerada um “patrimônio da humanidade”.

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                A agenda da “Nova Ordem” foi implementada sem o uso militar em países como o Brasil, e tomou a forma de uma “guerra irregular” por outros meios, aproximando-se de um conceito que alguns estrategistas de hoje chamam uma “guerra de quarta geração”, na qual um Estado nacional não se confronta diretamente com outro Estado, mas com agentes não-estatais, que podem ou não estar a serviço de outros Estados. Entre elas, destacam-se a proteção do meio ambiente e dos povos indígenas (em ambos os casos, com a demarcação de reservas de dimensões desproporcionais a quaisquer critérios racionais e vetos a projetos de infraestrutura das Forças Armadas; a campanha de desarmamento civil; a imposição de um “apartheid tecnológico (vide o desmonte de vários programas tecnológicos avançados das Forças Armadas, restrição a energia nuclear etc.); a desestatização das empresas públicas, etc. Com as exceções que confirmam a regra, na maioria dos casos, as aplicações de cada uma dessas agendas setoriais têm acarretado grande prejuízos para a sociedade brasileira.  

                Os ingleses não esqueceram o colonialismo como muita gente pensa, eles estão por trás da ideia do seu restabelecimento com outro nome; eles se afastaram do colonialismo estrategicamente para se apresentar dominadores de outra maneira. Eles entenderam que era impossível a manutenção da sua predominância colonial com os métodos tradicionais de ocupação militar. O disfarce encontrado foi através de um “governo mundial”, para o qual necessário era trazer os Estados Unidos como parceiro. Foi então idealizado a estrutura politica da Commonwealth e, dentro dela, a criação de organizações não-governamentais, as criminosas ONGs, por intermédio das quais  se poderia atuar politicamente dentro de diversos países, sem que isto configurasse uma intervenção estrangeira visível, denominada sofisticadamente como exercício de soft power (poder suave), para manter as politicas intervencionistas nas antigas colônias.

                No final da I Guerra Mundial foi explicitado o estabelecimento de um “governo mundial”, com a consolidação do Establishment anglo-americano em três frentes: a criação de duas organizações gêmeas de coordenação politica, o Conselho de Relações Exteriores de Nova York (CFR) e o Real Instituto de Assuntos Internacionais de Londres (RIIA ou Chatham House); a criação do Sistema da Reserva Federal como o banco central privado dos EUA, atuando em estreita coordenação com o Banco da Inglaterra; e a criação das primeiras fundações familiares oligárquicas – Carnegie, Rockfeller etc., para utilizar o filantropismo como um eficiente instrumento de intervenção politica em países alvo.

A civilização não pode continuar nas mãos de um centro hegemônico ou de vários deles sobre qualquer argumento. Após a II Guerra Mundial havia clima para erradicar todas as formas de colonialismo, como era a intenção manifesta do presidente Franklin Roosevelt. Lamentavelmente, o velho colonialismo está substituído por uma variante de nações incapazes de estabelecer agendas nacionais de interesse de maior parte das populações.

                Nesse contexto, em razão de suas dimensões e potenciais, o Brasil tem um papel protagonista. Para isso os brasileiros terão que se empenhar para sair do buraco que os comunistas o jogaram e ir para a grandeza e não aceitar a imposição de quaisquer tipos de limite começando por recuperar a sua capacidade de emissão de crédito, especialmente de longo prazo e direcioná-lo para atividades produtivas abandonando sua condição de refém de um sistema financeiro que tem no gerenciamento da dívida pública sua atividade lucrativa. Necessário se faz recuperar urgentemente sua capacidade produtiva e inovadora, sem o qual não poderá escapar dos “voos de galinha”, surtos esporádicos de crescimento com tendência de desenvolvimento limitado muito abaixo dos seus potenciais.

                Essa é uma visão realística resumida do mundo em que vivemos, trabalhamos, criamos nossos filhos e fortalecemos nossas raízes que deve ser o farol para navegarmos no rumo certo desviando do caminho insensato indicado por governantes e políticos, caminho da escravidão sustentado por políticas ambientais criminosas e apropriadoras de nossas riquezas.

Armando Soares – economista



Soares é articulista de Libertatum

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